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Jogar na retranca é a pior estratégia

Howard Schultz, CEO da Starbucks afirma que muitas empresas estão mais preocupadas em se defender ao invés de tentar marcar o gol. Essa estratégia pode até funcionar nos esportes para um time que tem pouca qualidade para propor o jogo, porém nos negócios são aqueles que colocam o time para frente que obtém os melhores resultados. As últimas notícias sobre a economia não tem sido das melhores para praticamente todos […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 17h57.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h19.

Howard Schultz, CEO da Starbucks afirma que muitas empresas estão mais preocupadas em se defender ao invés de tentar marcar o gol. Essa estratégia pode até funcionar nos esportes para um time que tem pouca qualidade para propor o jogo, porém nos negócios são aqueles que colocam o time para frente que obtém os melhores resultados.

As últimas notícias sobre a economia não tem sido das melhores para praticamente todos os setores produtivos no Brasil. O clima é de apreensão e preocupação. O Brasil armou uma retranca, esperando para ver o que vai acontecer!

Eu não tenho bola de cristal para saber o que vem pela frente, projeções existem mas particularmente gostaria de falar sobre um fenômeno que tenho observado independente do cenário econômico. É o que chamo de Índice de Confiança do Inovador (ICI).

Resumidamente, o Índice de Confiança do Inovador é o quanto os empresários, gestores e empreendedores aceitam correr riscos e realmente buscar inovações radicais e significativas para seus setores. Ele varia conforme o cenário econômico mas tenho a percepção de que ele sempre é abaixo do que deveria ser aqui no Brasil.

Semana passada, conversando com uma jornalista do Grupo Abril que estava fazendo uma matéria sobre os desafios relacionados à inovação para os próximo presidente, ( http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/proximo-presidente-tera-de-abracar-a-inovacao-mas-em-que-setores ) comentei algo específico para o setor de TI mas que penso que vale para muitos outros setores da nossa economia também: temos muitas versões brasileiras de coisas que já existem. Somos bons copiadores e seguidores.

Vejam que fazer isso necessariamente não é um problema. Ter um portfólio balanceado de iniciativas de diferentes níveis de risco, novidade, investimento, tempo de desenvolvimento, etc… faz parte da boa abordagem da gestão da inovação. O problema surge quando SOMENTE fazemos isso, ou seja, nosso modelo de inovação está baseado em versões brasileiras ou cópias de tecnologias existentes.

Vou explicar melhor o porque acredito que um passo importante para aumentarmos nossa capacidade de inovar está em aumentar nosso Índice de Confiança do Inovador. Nosso ecossistema de negócios está construído para inovação incremental e não radical. Projetos com alto grau de incerteza tecnológica ou mercadológica dificilmente são aprovados, seja em um edital público, seja em um fundo de investimento privado ou mesmo em uma grande empresa. Pedimos certeza para algo que naquele momento não se pode dar.

Nosso sistema educacional pouco desenvolve o empreender (e aqui fala do empreendedor no sentido tradicional mas também do intra-empreendedor). Nossos engenheiros são formados e não são incentivados a empreender ou inovar. Nosso administrador recebe mais de 90% da sua formação para ser executivo e pouco para empreender. Mesmo nossos cientistas da computação tem poucas disciplinas relacionada a empreendimentos. Precisamos despertar o espírito empreendedor nos nossos profissionais. Isso vai ter um impacto positivo tanto na formação de novas empresas mas também nos profissionais que trabalham em empresas estabelecidas.

Apesar de conceitualmente termos evoluído muito em relação à importância da inovação, ainda carecemos de confiança para realmente tornar o Brasil um país de classe mundial inovador.

Howard Schultz, CEO da Starbucks afirma que muitas empresas estão mais preocupadas em se defender ao invés de tentar marcar o gol. Essa estratégia pode até funcionar nos esportes para um time que tem pouca qualidade para propor o jogo, porém nos negócios são aqueles que colocam o time para frente que obtém os melhores resultados.

As últimas notícias sobre a economia não tem sido das melhores para praticamente todos os setores produtivos no Brasil. O clima é de apreensão e preocupação. O Brasil armou uma retranca, esperando para ver o que vai acontecer!

Eu não tenho bola de cristal para saber o que vem pela frente, projeções existem mas particularmente gostaria de falar sobre um fenômeno que tenho observado independente do cenário econômico. É o que chamo de Índice de Confiança do Inovador (ICI).

Resumidamente, o Índice de Confiança do Inovador é o quanto os empresários, gestores e empreendedores aceitam correr riscos e realmente buscar inovações radicais e significativas para seus setores. Ele varia conforme o cenário econômico mas tenho a percepção de que ele sempre é abaixo do que deveria ser aqui no Brasil.

Semana passada, conversando com uma jornalista do Grupo Abril que estava fazendo uma matéria sobre os desafios relacionados à inovação para os próximo presidente, ( http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/proximo-presidente-tera-de-abracar-a-inovacao-mas-em-que-setores ) comentei algo específico para o setor de TI mas que penso que vale para muitos outros setores da nossa economia também: temos muitas versões brasileiras de coisas que já existem. Somos bons copiadores e seguidores.

Vejam que fazer isso necessariamente não é um problema. Ter um portfólio balanceado de iniciativas de diferentes níveis de risco, novidade, investimento, tempo de desenvolvimento, etc… faz parte da boa abordagem da gestão da inovação. O problema surge quando SOMENTE fazemos isso, ou seja, nosso modelo de inovação está baseado em versões brasileiras ou cópias de tecnologias existentes.

Vou explicar melhor o porque acredito que um passo importante para aumentarmos nossa capacidade de inovar está em aumentar nosso Índice de Confiança do Inovador. Nosso ecossistema de negócios está construído para inovação incremental e não radical. Projetos com alto grau de incerteza tecnológica ou mercadológica dificilmente são aprovados, seja em um edital público, seja em um fundo de investimento privado ou mesmo em uma grande empresa. Pedimos certeza para algo que naquele momento não se pode dar.

Nosso sistema educacional pouco desenvolve o empreender (e aqui fala do empreendedor no sentido tradicional mas também do intra-empreendedor). Nossos engenheiros são formados e não são incentivados a empreender ou inovar. Nosso administrador recebe mais de 90% da sua formação para ser executivo e pouco para empreender. Mesmo nossos cientistas da computação tem poucas disciplinas relacionada a empreendimentos. Precisamos despertar o espírito empreendedor nos nossos profissionais. Isso vai ter um impacto positivo tanto na formação de novas empresas mas também nos profissionais que trabalham em empresas estabelecidas.

Apesar de conceitualmente termos evoluído muito em relação à importância da inovação, ainda carecemos de confiança para realmente tornar o Brasil um país de classe mundial inovador.

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