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A necessidade faz o sapo pular

Essa semana ouvi um gestor público falando que será necessário utilizar a criatividade para responder o cenário já previsto de crise no Brasil. Não bastasse toda instabilidade política decorrente de escândalos de corrupção há também uma econômica desacelerando e dando sinais de um ano difícil para todos os setores da economia. Mas o que fazer nesse momento em que o cinto está apertando? Em tese o melhor momento para inovar […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2015 às 18h17.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h06.

Essa semana ouvi um gestor público falando que será necessário utilizar a criatividade para responder o cenário já previsto de crise no Brasil. Não bastasse toda instabilidade política decorrente de escândalos de corrupção há também uma econômica desacelerando e dando sinais de um ano difícil para todos os setores da economia.

Mas o que fazer nesse momento em que o cinto está apertando?

Em tese o melhor momento para inovar é quando estamos bem já que podemos aplicar recursos para aprimorar e correr os riscos decorrentes do desenvolvimento das novas soluções mas isso é a teoria. Na prática a coisa é diferente, especialmente no setor público.

Como diz o provérbio português, a necessidade faz o sapo pular!

A crise econômica mundial de 2008 trouxe uma série de desdobramentos do ponto de vista da forma como os governos fazem a gestão dos recursos arrecadados dos cidadãos e empresas. Quando da retração da atividade econômica a quantidade de dinheiro proveniente de impostos também diminui, provocando uma retração na capacidade de investimento.

Grande parte dos movimentos de inovação na gestão pública na Europa são decorrentes desse aperto no orçamento da administração pública, que se viu obrigada a buscar alternativas para manter os serviços públicos em quantidade e qualidade esperadas pelos cidadãos. Muitas vezes, em tempos de crise, a busca por serviços públicos como segurança, saúde, seguros e educação do Estado se tornam ainda mais importantes.

Inúmeras barreiras existem no setor público para que a inovação possa se tornar uma realidade. Essas barreiras são de ordem legal, administrativa, cultural ou mesmo políticas. Podemos citar por exemplo a pouco abertura para experimentos como forma de alavancar a inovação no setor público. – não há espaço para incerteza e o chamado “bom desperdício” em prol de um falsa eficiência. Inúmeras outras como:

– Falta de apoio das lideranças políticas e técnicas: falta de visão das lideranças quanto a importância de estruturar a inovação e dos impactos positivos que podem advir dessas iniciativas.

– Falta de incentivos para os funcionários – limitação legal ou de política de recursos humanos que não incentiva a participação e promoção da criatividade.

– Resistência dos funcionários – muitas vezes decorrente da visão que inovar significa mais responsabilidades ou trabalho sem retornos mensuráveis.

– Aceitação do incerto pelos usuários dos seus serviços – baixa predisposição dos usuários de serviços em aceitar mudanças ou novidades que demandem o desenvolvimento de novas habilidades.

– Exigências regulamentares – excesso de burocracia que torna o processo de inovação lento ou restringe a possibilidade de execução de projetos com maior grau de incerteza.

– Falta de recursos humanos ou financeiros – que possam ser alocados em projetos inovadores.

– Cultura de aversão ao risco na sua organização – baixa aceitação ao risco e necessidade de previsibilidade no desenvolvimento dos projetos.

– Resultados de curto prazo – muitos gestores levam em consideração a questão temporal no desenvolvimento dos projetos, querendo angariar resultados políticos provenientes das inovações. Nem sempre o processo de desenvolvimento e difusão pode ser conectado com os mandatos.

Uma abordagem de gestão da inovação no setor público requer levar em consideração as principais barreiras e estabelecer um conjunto de práticas que possa permitir que a nova visão se torne realidade.

Existem várias iniciativas que podem servir de inspiração para nossos gestores públicos.

O que elas tem em comum é uma abordagem prática com metodologia específica que leva em consideração as necessidades do cidadão e do Estado. Pode parecer impossível inovar no setor público mas é, especialmente se começarmos um movimento estruturado que valorize esse tipo de atitude por parte dos nossos governantes.

Felipe Ost Scherer

Essa semana ouvi um gestor público falando que será necessário utilizar a criatividade para responder o cenário já previsto de crise no Brasil. Não bastasse toda instabilidade política decorrente de escândalos de corrupção há também uma econômica desacelerando e dando sinais de um ano difícil para todos os setores da economia.

Mas o que fazer nesse momento em que o cinto está apertando?

Em tese o melhor momento para inovar é quando estamos bem já que podemos aplicar recursos para aprimorar e correr os riscos decorrentes do desenvolvimento das novas soluções mas isso é a teoria. Na prática a coisa é diferente, especialmente no setor público.

Como diz o provérbio português, a necessidade faz o sapo pular!

A crise econômica mundial de 2008 trouxe uma série de desdobramentos do ponto de vista da forma como os governos fazem a gestão dos recursos arrecadados dos cidadãos e empresas. Quando da retração da atividade econômica a quantidade de dinheiro proveniente de impostos também diminui, provocando uma retração na capacidade de investimento.

Grande parte dos movimentos de inovação na gestão pública na Europa são decorrentes desse aperto no orçamento da administração pública, que se viu obrigada a buscar alternativas para manter os serviços públicos em quantidade e qualidade esperadas pelos cidadãos. Muitas vezes, em tempos de crise, a busca por serviços públicos como segurança, saúde, seguros e educação do Estado se tornam ainda mais importantes.

Inúmeras barreiras existem no setor público para que a inovação possa se tornar uma realidade. Essas barreiras são de ordem legal, administrativa, cultural ou mesmo políticas. Podemos citar por exemplo a pouco abertura para experimentos como forma de alavancar a inovação no setor público. – não há espaço para incerteza e o chamado “bom desperdício” em prol de um falsa eficiência. Inúmeras outras como:

– Falta de apoio das lideranças políticas e técnicas: falta de visão das lideranças quanto a importância de estruturar a inovação e dos impactos positivos que podem advir dessas iniciativas.

– Falta de incentivos para os funcionários – limitação legal ou de política de recursos humanos que não incentiva a participação e promoção da criatividade.

– Resistência dos funcionários – muitas vezes decorrente da visão que inovar significa mais responsabilidades ou trabalho sem retornos mensuráveis.

– Aceitação do incerto pelos usuários dos seus serviços – baixa predisposição dos usuários de serviços em aceitar mudanças ou novidades que demandem o desenvolvimento de novas habilidades.

– Exigências regulamentares – excesso de burocracia que torna o processo de inovação lento ou restringe a possibilidade de execução de projetos com maior grau de incerteza.

– Falta de recursos humanos ou financeiros – que possam ser alocados em projetos inovadores.

– Cultura de aversão ao risco na sua organização – baixa aceitação ao risco e necessidade de previsibilidade no desenvolvimento dos projetos.

– Resultados de curto prazo – muitos gestores levam em consideração a questão temporal no desenvolvimento dos projetos, querendo angariar resultados políticos provenientes das inovações. Nem sempre o processo de desenvolvimento e difusão pode ser conectado com os mandatos.

Uma abordagem de gestão da inovação no setor público requer levar em consideração as principais barreiras e estabelecer um conjunto de práticas que possa permitir que a nova visão se torne realidade.

Existem várias iniciativas que podem servir de inspiração para nossos gestores públicos.

O que elas tem em comum é uma abordagem prática com metodologia específica que leva em consideração as necessidades do cidadão e do Estado. Pode parecer impossível inovar no setor público mas é, especialmente se começarmos um movimento estruturado que valorize esse tipo de atitude por parte dos nossos governantes.

Felipe Ost Scherer

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