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Educação para sustentabilidade: o papel do ensino superior na formação do gestor responsável

As escolas de negócios precisam colocar a sustentabilidade como paradigma central na formação das lideranças

Gestores sustentáveis assumem a responsabilidade pelo desempenho e impactos ambientais, (Witthaya Prasongsin/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2021 às 12h00.

Última atualização em 30 de setembro de 2022 às 17h39.

Por Priscila Borin Claro

O desenvolvimento sustentável e a inclusão dos princípios EESG (Economic, Environment, Society, Governance) nas organizações continuarão a ser uma questão de interesse global. Os tomadores de decisão são importantes protagonistas na condução das mudanças em prol da sustentabilidade. O progresso dos últimos 20 anos foi significativo, mas ainda há muitos problemas e lacunas. Assim, para apoiar esse movimento, as escolas de negócios precisam colocar a sustentabilidade como paradigma central na formação das lideranças, deixando de lado a visão míope do paradigma neoclássico que foca exclusivamente em maximização de lucros para o acionista e no curto prazo. O avanço dependerá da capacidade destas escolas em traduzir os problemas de desenvolvimento em programas de graduação, pós-graduação e educação executiva para formação e desenvolvimento de gestores sustentáveis.

Gestores sustentáveis assumem a responsabilidade pelo desempenho e impactos ambientais, sociais e econômicos, ao mesmo tempo em que visam gerar valor aos diversos stakeholders. Portanto, os gestores precisam desenvolver Competências Orientadas à Sustentabilidade (COS). Evidências de estudos acadêmicos categorizam as COS em 4 dimensões: "Saber", "Fazer", "Interagir" e "Ser". "Saber" envolve o desenvolvimento de conhecimento técnico específico sobre sustentabilidade, como conceitos e modelos existentes. "Fazer" integra o desenvolvimento do pensamento sistêmico, o trabalho interdisciplinar e as decisões relacionadas à sustentabilidade. "Interagir" está relacionado às competências sociais que permitem a um gestor interagir com diversas partes interessadas. "Ser" consiste em ser altruísta e sentir empatia por questões de sustentabilidade.

Para desenvolver tais competências, a experiência tem demonstrado que as escolas de negócios e os educadores precisam repensar as estratégias de ensino e aprendizagem, considerando algumas questões críticas:

- A consulta e o relacionamento com stakeholders externos podem garantir a educação para a prática da sustentabilidade;

- Os projetos e atividades propostos pelos educadores devem envolver problemas reais de desenvolvimento e que sejam próximos à realidade dos alunos;

- Os alunos devem ser protagonistas da jornada de aprendizagem. Por isso, a Abordagem Ativa de ensino pode ser uma alternativa eficaz;

- Os educadores devem atuar como facilitadores, não fornecendo as respostas, mas fazendo as perguntas certas, para que os alunos possam refletir sobre os problemas e desenvolver soluções valiosas no âmbito da gestão das pessoas, das operações, dos recursos naturais ou financeiros;

- A mudança precisa ser sistêmica. Não adianta contratar um educador especialista e criar um curso isolado para tratar questões de sustentabilidade. É preciso considerar sustentabilidade como uma competência a ser integrada em toda a grade curricular e nas atividades de extensão. Ademais, a gestão e a pesquisa também devem ser orientadas à sustentabilidade. Isso requer um esforço coletivo e coordenação dentro da instituição.

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Por Priscila Borin Claro

O desenvolvimento sustentável e a inclusão dos princípios EESG (Economic, Environment, Society, Governance) nas organizações continuarão a ser uma questão de interesse global. Os tomadores de decisão são importantes protagonistas na condução das mudanças em prol da sustentabilidade. O progresso dos últimos 20 anos foi significativo, mas ainda há muitos problemas e lacunas. Assim, para apoiar esse movimento, as escolas de negócios precisam colocar a sustentabilidade como paradigma central na formação das lideranças, deixando de lado a visão míope do paradigma neoclássico que foca exclusivamente em maximização de lucros para o acionista e no curto prazo. O avanço dependerá da capacidade destas escolas em traduzir os problemas de desenvolvimento em programas de graduação, pós-graduação e educação executiva para formação e desenvolvimento de gestores sustentáveis.

Gestores sustentáveis assumem a responsabilidade pelo desempenho e impactos ambientais, sociais e econômicos, ao mesmo tempo em que visam gerar valor aos diversos stakeholders. Portanto, os gestores precisam desenvolver Competências Orientadas à Sustentabilidade (COS). Evidências de estudos acadêmicos categorizam as COS em 4 dimensões: "Saber", "Fazer", "Interagir" e "Ser". "Saber" envolve o desenvolvimento de conhecimento técnico específico sobre sustentabilidade, como conceitos e modelos existentes. "Fazer" integra o desenvolvimento do pensamento sistêmico, o trabalho interdisciplinar e as decisões relacionadas à sustentabilidade. "Interagir" está relacionado às competências sociais que permitem a um gestor interagir com diversas partes interessadas. "Ser" consiste em ser altruísta e sentir empatia por questões de sustentabilidade.

Para desenvolver tais competências, a experiência tem demonstrado que as escolas de negócios e os educadores precisam repensar as estratégias de ensino e aprendizagem, considerando algumas questões críticas:

- A consulta e o relacionamento com stakeholders externos podem garantir a educação para a prática da sustentabilidade;

- Os projetos e atividades propostos pelos educadores devem envolver problemas reais de desenvolvimento e que sejam próximos à realidade dos alunos;

- Os alunos devem ser protagonistas da jornada de aprendizagem. Por isso, a Abordagem Ativa de ensino pode ser uma alternativa eficaz;

- Os educadores devem atuar como facilitadores, não fornecendo as respostas, mas fazendo as perguntas certas, para que os alunos possam refletir sobre os problemas e desenvolver soluções valiosas no âmbito da gestão das pessoas, das operações, dos recursos naturais ou financeiros;

- A mudança precisa ser sistêmica. Não adianta contratar um educador especialista e criar um curso isolado para tratar questões de sustentabilidade. É preciso considerar sustentabilidade como uma competência a ser integrada em toda a grade curricular e nas atividades de extensão. Ademais, a gestão e a pesquisa também devem ser orientadas à sustentabilidade. Isso requer um esforço coletivo e coordenação dentro da instituição.

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