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Pecuária brasileira quer debater transparência na cadeia da carne em relação ao desmatamento

O monitoramento de risco para reputação ambiental é um dos temas de destaque de uma das maiores feiras de negócios do setor

O Radar Verde é o  primeiro indicador que mostra aos consumidores, investidores e grandes compradores quais frigoríficos e supermercados têm maior controle e transparência sobre sua cadeia (Pilar Olivares/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2023 às 12h41.

O setor da pecuária está preocupado com os riscos de reputação para todo o segmento com o crescimento da importância da conservação da Amazônia para o país. É por isso que o Radar Verde estará na EXPOMEAT 2023. O Radar Verde é o  primeiro indicador que mostra aos consumidores, investidores e grandes compradores quais frigoríficos e supermercados têm maior controle e transparência sobre sua cadeia da carne. A presença do Radar Verde em um evento desse porte revela que a transparência na cadeia da pecuária, além da necessidade de monitorar e avaliar as empresas do setor, são aspectos considerados importantes pelo segmento, principalmente no que se refere à reputação institucional e segurança dos investimentos.

Anualmente, o indicador convida frigoríficos e supermercados (principais elos entre consumidores, grandes compradores e as fazendas pecuárias) para responderem a um questionário, informando as políticas de combate ao desmatamento da Amazônia Legal adotadas em cada etapa da cadeia de produção e comercialização da carne. As políticas e o grau de desempenho são identificados e classificados, resultando em um índice público.

Do nascimento ao abate e processamento da carne, o bezerro passa por cerca de 10 fazendas e algumas delas podem estar em áreas de desmatamento na Amazônia. A região concentra quase metade de todo o rebanho do Brasil, que tem 218 milhões de cabeças de gado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que pelo menos 93 milhões de bois estão nos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão). Um estudo do projeto Amazônia 2030 revela que, atualmente, pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada na Amazônia, e mais de 90% do desmatamento total é ilegal.

Além de contribuir para o fim do desmatamento, o Radar Verde tem também um papel fundamental no cálculo de riscos e oportunidades ambientais. Desde 1° de dezembro de 2022, está em vigor a Resolução do Banco Central n° 139/21, que dispõe sobre a divulgação do Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas. De acordo com essa resolução, bancos e instituições financeiras devem apresentar informações sobre as medidas de gerenciamento dos riscos sociais, ambientais e climáticos; impactos reais e potenciais de tais riscos na estratégia da instituição e os processos para o gerenciamento dos riscos identificados. O sistema financeiro é responsável por conceder empréstimos que tiram do papel projetos produtivos e, se bem avaliados e escolhidos sob o prisma ambiental e social, ajudam na redução de emissões e no processo de transição ao carbono zero.

É claro que é possível desenvolver uma pecuária produtiva e sustentável na Amazônia. O Radar Verde é uma ferramenta capaz de ajudar a diferenciar os frigoríficos e supermercados sérios daqueles que não adotam boas práticas. Esse tema, além de como o setor pode ser mais transparente, reduzir os riscos dos investidores, aumentar a produção e cases de sucesso, são algumas das apresentações que os pesquisadores do Radar Verde farão durante a EXPOMEAT 2023.

A quarta edição da Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal será realizada de 28 a 30 de março, no Distrito Anhembi, em São Paulo, e apresentará as tendências na produção e no processamento, com exibição de tecnologias, inovações e fomento de negócios. A feira reunirá grandes players do setor, com mais de 230 marcas expositoras e cerca de 130 palestras técnicas.

*Alexandre Mansuré diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos

O setor da pecuária está preocupado com os riscos de reputação para todo o segmento com o crescimento da importância da conservação da Amazônia para o país. É por isso que o Radar Verde estará na EXPOMEAT 2023. O Radar Verde é o  primeiro indicador que mostra aos consumidores, investidores e grandes compradores quais frigoríficos e supermercados têm maior controle e transparência sobre sua cadeia da carne. A presença do Radar Verde em um evento desse porte revela que a transparência na cadeia da pecuária, além da necessidade de monitorar e avaliar as empresas do setor, são aspectos considerados importantes pelo segmento, principalmente no que se refere à reputação institucional e segurança dos investimentos.

Anualmente, o indicador convida frigoríficos e supermercados (principais elos entre consumidores, grandes compradores e as fazendas pecuárias) para responderem a um questionário, informando as políticas de combate ao desmatamento da Amazônia Legal adotadas em cada etapa da cadeia de produção e comercialização da carne. As políticas e o grau de desempenho são identificados e classificados, resultando em um índice público.

Do nascimento ao abate e processamento da carne, o bezerro passa por cerca de 10 fazendas e algumas delas podem estar em áreas de desmatamento na Amazônia. A região concentra quase metade de todo o rebanho do Brasil, que tem 218 milhões de cabeças de gado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estima-se que pelo menos 93 milhões de bois estão nos estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão). Um estudo do projeto Amazônia 2030 revela que, atualmente, pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada na Amazônia, e mais de 90% do desmatamento total é ilegal.

Além de contribuir para o fim do desmatamento, o Radar Verde tem também um papel fundamental no cálculo de riscos e oportunidades ambientais. Desde 1° de dezembro de 2022, está em vigor a Resolução do Banco Central n° 139/21, que dispõe sobre a divulgação do Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas. De acordo com essa resolução, bancos e instituições financeiras devem apresentar informações sobre as medidas de gerenciamento dos riscos sociais, ambientais e climáticos; impactos reais e potenciais de tais riscos na estratégia da instituição e os processos para o gerenciamento dos riscos identificados. O sistema financeiro é responsável por conceder empréstimos que tiram do papel projetos produtivos e, se bem avaliados e escolhidos sob o prisma ambiental e social, ajudam na redução de emissões e no processo de transição ao carbono zero.

É claro que é possível desenvolver uma pecuária produtiva e sustentável na Amazônia. O Radar Verde é uma ferramenta capaz de ajudar a diferenciar os frigoríficos e supermercados sérios daqueles que não adotam boas práticas. Esse tema, além de como o setor pode ser mais transparente, reduzir os riscos dos investidores, aumentar a produção e cases de sucesso, são algumas das apresentações que os pesquisadores do Radar Verde farão durante a EXPOMEAT 2023.

A quarta edição da Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal será realizada de 28 a 30 de março, no Distrito Anhembi, em São Paulo, e apresentará as tendências na produção e no processamento, com exibição de tecnologias, inovações e fomento de negócios. A feira reunirá grandes players do setor, com mais de 230 marcas expositoras e cerca de 130 palestras técnicas.

*Alexandre Mansuré diretor de projetos do Instituto O Mundo Que Queremos

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