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Location Intelligence: o que levar em conta na escolha do endereço corporativo

Em tempos em que a Inteligência Artificial promete resolver problemas complexos, algumas decisões exigem mais do que um algoritmo pode entregar

No mercado imobiliário corporativo, a escolha da localização das empresas é uma dessas decisões que exigem dados e análises avançada (Leandro Fonseca/Exame)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 14h40.

*Por Rafael Calvo, diretor de Locação na Divisão de Escritórios da JLL

A tecnologia tem o poder de transformar mercados tradicionais, e o setor imobiliário é um exemplo claro disso. Nos últimos anos, a digitalização e o uso de dados têm causado uma verdadeira revolução no modo como imóveis são avaliados, negociados, conservados e administrados. Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), isso se potencializa. A promessa é de soluções para problemas complexos que antes demandavam tempo e recursos humanos extensivos. Assim, é natural que muitas empresas estejam apostando na IA para otimizar processos e embasar decisões.

No mercado imobiliário corporativo, a escolha da localização das empresas é uma dessas decisões que exigem dados e análises avançadas. Afinal, escolher o melhor endereço para um escritório, um ponto de varejo, uma fábrica ou um galpão logístico envolve muitos aspectos. Mas, será que é viável delegar somente à tecnologia, a um algoritmo ou robô, decisões tão estratégicas quanto essa?

É verdade que a IA está revolucionando inúmeros setores, oferecendo soluções rápidas e precisas baseadas em vastos volumes de dados. No entanto, apesar do entusiasmo generalizado, a IA, por si só, não é capaz de fornecer uma resposta definitiva quando se trata de determinar o melhor endereço para uma empresa.

A IA é, sim, uma aliada poderosa na análise de grandes volumes de dados, como padrões de tráfego, dados demográficos e históricos de mercado. Porém, a decisão sobre o local ideal para uma empresa envolve variáveis que vão além do alcance puramente analítico da IA.

É aqui que entra o conceito mais amplo de Inteligência de Dados, que vai além da simples análise de números. Inclui o uso de dados geoespaciais, mas também análises avançadas do contexto, com informações sociais e culturais, resultando no que chamamos de Location Intelligence (ou Inteligência de Localização).

Location Intelligence: mais do que IA

A Inteligência de Dados combinada com Location Intelligence oferece uma abordagem mais robusta e precisa para uma decisão estratégica. A Inteligência de Dados agrega informações de diversas fontes, como dados econômicos, sociais e de mercado, criando um panorama detalhado. Location Intelligence, por sua vez, foca na análise espacial, utilizando mapas digitais, padrões de movimentação de pessoas, proximidade de concorrentes e até fatores culturais que podem influenciar o desempenho de um negócio em uma determinada área.

Essas tecnologias permitem um entendimento mais profundo e contextualizado dos dados, mas ainda não substituem totalmente a necessidade da interpretação e expertise humana. Profissionais experientes são capazes de adicionar camadas de compreensão que as máquinas, por mais avançadas que sejam, ainda não podem alcançar. A interpretação humana leva em conta fatores subjetivos e intuitivos, como a reputação de um bairro, tendências sociais e até mesmo as percepções culturais que podem influenciar a aceitação dos funcionários e de uma marca em determinada localidade.

Além disso, a expertise humana pode ajustar as análises proporcionadas pela Location Intelligence às particularidades de cada empresa, considerando fatores como o perfil do cliente, o posicionamento da marca e os objetivos de longo prazo. Mais do que isso, parceiros especializados no setor imobiliário corporativo podem ter acesso a informações que ainda não estão disponíveis no mercado, proporcionando oportunidades que não estão em bancos de dados, por exemplo.

Apesar de todo o frisson em torno da IA, não é temerário dizer que a verdadeira eficácia na escolha do melhor endereço para uma empresa surge da combinação da tecnologia avançada com a sabedoria humana. A IA pode fornecer a base analítica e alguns insights, mas é a interpretação humana e a inteligência aplicada aos dados que adaptam essas informações à realidade prática do mercado.

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*Por Rafael Calvo, diretor de Locação na Divisão de Escritórios da JLL

A tecnologia tem o poder de transformar mercados tradicionais, e o setor imobiliário é um exemplo claro disso. Nos últimos anos, a digitalização e o uso de dados têm causado uma verdadeira revolução no modo como imóveis são avaliados, negociados, conservados e administrados. Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), isso se potencializa. A promessa é de soluções para problemas complexos que antes demandavam tempo e recursos humanos extensivos. Assim, é natural que muitas empresas estejam apostando na IA para otimizar processos e embasar decisões.

No mercado imobiliário corporativo, a escolha da localização das empresas é uma dessas decisões que exigem dados e análises avançadas. Afinal, escolher o melhor endereço para um escritório, um ponto de varejo, uma fábrica ou um galpão logístico envolve muitos aspectos. Mas, será que é viável delegar somente à tecnologia, a um algoritmo ou robô, decisões tão estratégicas quanto essa?

É verdade que a IA está revolucionando inúmeros setores, oferecendo soluções rápidas e precisas baseadas em vastos volumes de dados. No entanto, apesar do entusiasmo generalizado, a IA, por si só, não é capaz de fornecer uma resposta definitiva quando se trata de determinar o melhor endereço para uma empresa.

A IA é, sim, uma aliada poderosa na análise de grandes volumes de dados, como padrões de tráfego, dados demográficos e históricos de mercado. Porém, a decisão sobre o local ideal para uma empresa envolve variáveis que vão além do alcance puramente analítico da IA.

É aqui que entra o conceito mais amplo de Inteligência de Dados, que vai além da simples análise de números. Inclui o uso de dados geoespaciais, mas também análises avançadas do contexto, com informações sociais e culturais, resultando no que chamamos de Location Intelligence (ou Inteligência de Localização).

Location Intelligence: mais do que IA

A Inteligência de Dados combinada com Location Intelligence oferece uma abordagem mais robusta e precisa para uma decisão estratégica. A Inteligência de Dados agrega informações de diversas fontes, como dados econômicos, sociais e de mercado, criando um panorama detalhado. Location Intelligence, por sua vez, foca na análise espacial, utilizando mapas digitais, padrões de movimentação de pessoas, proximidade de concorrentes e até fatores culturais que podem influenciar o desempenho de um negócio em uma determinada área.

Essas tecnologias permitem um entendimento mais profundo e contextualizado dos dados, mas ainda não substituem totalmente a necessidade da interpretação e expertise humana. Profissionais experientes são capazes de adicionar camadas de compreensão que as máquinas, por mais avançadas que sejam, ainda não podem alcançar. A interpretação humana leva em conta fatores subjetivos e intuitivos, como a reputação de um bairro, tendências sociais e até mesmo as percepções culturais que podem influenciar a aceitação dos funcionários e de uma marca em determinada localidade.

Além disso, a expertise humana pode ajustar as análises proporcionadas pela Location Intelligence às particularidades de cada empresa, considerando fatores como o perfil do cliente, o posicionamento da marca e os objetivos de longo prazo. Mais do que isso, parceiros especializados no setor imobiliário corporativo podem ter acesso a informações que ainda não estão disponíveis no mercado, proporcionando oportunidades que não estão em bancos de dados, por exemplo.

Apesar de todo o frisson em torno da IA, não é temerário dizer que a verdadeira eficácia na escolha do melhor endereço para uma empresa surge da combinação da tecnologia avançada com a sabedoria humana. A IA pode fornecer a base analítica e alguns insights, mas é a interpretação humana e a inteligência aplicada aos dados que adaptam essas informações à realidade prática do mercado.

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