XYZ: A experiência de quem vive de experiência
Contribuiu Gilmar Junior Uma pergunta que costumeiramente surgia nas rodas de conversa de quem acompanha o mundo do esporte, lá no começo da segunda década do século 21, está cada vez mais próxima de sua resposta. “Ok, temos uma Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016. E depois, como pode ficar o mercado esportivo no pós-jogos?” Para saber da experiência esportiva antes, durante e os fatores que podem […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2016 às 08h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h38.
Contribuiu Gilmar Junior
Uma pergunta que costumeiramente surgia nas rodas de conversa de quem acompanha o mundo do esporte, lá no começo da segunda década do século 21, está cada vez mais próxima de sua resposta. “Ok, temos uma Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016. E depois, como pode ficar o mercado esportivo no pós-jogos?” Para saber da experiência esportiva antes, durante e os fatores que podem impactar o período de pós-eventos esportivos, o Esporte Executivo bateu um papo com a XYZ Live, empresa especialista na experiência de público e marca. A conversa se deu com o presidente, Guilherme Schaeffer, e o vice-presidente, Fernando von Oertzen.
A XYZ Live, braço de marketing esportivo e de música do grupo ABC, do sócio-fundador Nizan Guanaes, adota duas frentes quando o assunto são projetos: os que são de sua propriedade e os que a empresa trabalha sob demanda. Este segundo, inclusive, é o maior foco da XYZ, conforme explica o presidente, Guilherme Schaeffer: “A gente encontrou uma oportunidade de mercado superinteressante que não vínhamos trabalhando em uma posição muito eficaz até então, que era trabalhar mais em uma consultoria para os clientes, entendendo o que eles buscam e o que eles querem”.
Nessa linha, a empresa já soma alguns cases de sucesso. Em 2014 durante o período de realização da Copa do Mundo, a agência foi a responsável pelo principal projeto da Nike: a Casa Fenomenal, no Rio de Janeiro. Já para a Red Bull, o executivo relata ter utilizado da mesma expertise para realizar uma edição do Red Bull X-Fighters em Brasília, na frente da Esplanada dos Ministérios. A experiência, segundo os organizadores, foi recorde mundial para um evento de motocross Freestyle, reunindo mais de 120 mil pessoas.
Foco: comercialização, atendimento e a ativação
Aliado ao marketing esportivo, a XYZ Live tem a expertise e currículo pautado, também, em eventos relacionados a música, como o Live Music Rocks e o Z Festival. Entretanto, mesmo diante de ações satisfatórias, o executivo explica que foi enxergado um risco na operação desses eventos prioritários, assim mesmo como a Etapa Brasil do Mundial de Vôlei de Praia, que durante um período de cinco anos pertenceu à empresa.
“Analisamos e vimos que a coisa estava muito complexa, então fizemos um acordo com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para ela pegar de volta o evento como um todo e a gente continuar trabalhando nossa expertise lá dentro. Mudamos o formato, continuo operando os projetos, mas com um viés um pouco diferente”, relata Schaeffer, que afirmou que a base do trabalho da XYZ está centrada na comercialização, atendimento e ativação dos projetos que por sua vez, são direcionados a eventos de grande e médio porte, pois, segundo confirma, as iniciativas de pequeno e grande porte têm quase o mesmo envolvimento, contudo, conta com a diferença no retorno financeiro.
“Há uma linha muito fina entre o sucesso e o fracasso em uma operação de show. Se você pega uma turnê internacional, coloca como meta 70% de venda de bilheteria. Se você tiver 66%, haverá um prejuízo de 4 milhões. Da mesma forma, se você fizer 74%, gerará um lucro de 4 milhões. E isso você só descobre no final”, exemplifica o executivo, citando o mercado da música.
Pós-Olimpíada
Conforme relata o vice-presidente, Fernando von Oertzen, o mercado será impactado de duas formas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 podendo ser, desta forma, o indicativo de como agirá o mercado depois do ciclo esportivo do Rio de Janeiro: uma, pela entrega dos jogos, no que diz respeito a organização, e outra baseada no desempenho dos atletas dentro de suas atividades olímpicas.“Vai ser mesmo uma avaliação das empresas que investiram no esporte e no paradesporto também, e se essas empresas que apoiam, como Caixa e Correios, vão continuar ou não. Vai ser um desafio muito grande até porque Pequim, assim como Londres, foram bem entregues”, afirma Oertzen, que acredita que a tendência é que os patrocinadores sigam apoiando os atletas.
Por ter a sua força na experiência, o executivo salienta o fato de que o Rio de Janeiro pode encontrar empecilhos estruturais que tornarão o evento ainda mais desafiador no campo da logística. “A operação de chegar, entrar e sentar no seu lugar pode ser muito difícil. Com equipamentos cheios, o ir e vir ficará complicado, chefes de estados com tráfegos privilegiados… Outra coisa que no Rio de Janeiro é complicada: a experiência de eventos abertos, como o ciclismo de estrada, maratona aquática e maratona”.
O jovem e a segunda tela
Uma das prerrogativas da empresa se chamar XYZ se dá, conforme a explicação de Schaeffer, a entrega de conteúdo factível aos seus clientes que possuem uma interação e linguagem própria para cada uma das gerações, seja ela X, Y ou Z. Sendo assim, uma das preocupações da empresa é como ela fala com o público jovem. “É um desafio e o que vale é a oportunidade de que esta experiência seja única. Temos que achar uma forma de quando o jovem está dentro do evento ele interaja com a segunda tela. Se você consegue isso, você estará usando a mesma linguagem dele e terá uma interação no durante e pós-evento”, afirma.
Como a XYZ vai atuar nas Olimpíadas
Serão três frentes de mercado da XYZ durante as Olimpíadas. A primeira é a Casa Suíça, que estará instalada em um espaço em que hoje existe um campo de beisebol, na Lagoa. Esse projeto é fruto de uma sociedade da XYZ com uma empresa austríaca. A ideia é receber turistas e alavancar a imagem da Suíça, que terá uma área também para os atletas. Por questões legais, a empresa não pode revelar ainda as outras duas ações durante o período, mas uma delas será um projeto proprietário, que ainda depende de uma aprovação da prefeitura local. E um terceiro trabalho que cuidará de toda a plataforma de hospitality, na recepção de convidados do exterior e do Brasil, a XYZ Live ficar responsável pela logística, que vai desde o momento em que os turistas entrarem no Brasil até quando eles saírem, tudo isso, é claro, cuidando de todas as experiências que esses clientes terão durante sua estadia em solo carioca. Porque, para a XYZ, não bastará a já incrível experiência de viver uma Olimpíada em uma cidade ímpar como o Rio de Janeiro. É preciso mais. Porque o esporte, se para o alfabeto inteiro é mais, para a XYZ é único.
Contribuiu Gilmar Junior
Uma pergunta que costumeiramente surgia nas rodas de conversa de quem acompanha o mundo do esporte, lá no começo da segunda década do século 21, está cada vez mais próxima de sua resposta. “Ok, temos uma Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016. E depois, como pode ficar o mercado esportivo no pós-jogos?” Para saber da experiência esportiva antes, durante e os fatores que podem impactar o período de pós-eventos esportivos, o Esporte Executivo bateu um papo com a XYZ Live, empresa especialista na experiência de público e marca. A conversa se deu com o presidente, Guilherme Schaeffer, e o vice-presidente, Fernando von Oertzen.
A XYZ Live, braço de marketing esportivo e de música do grupo ABC, do sócio-fundador Nizan Guanaes, adota duas frentes quando o assunto são projetos: os que são de sua propriedade e os que a empresa trabalha sob demanda. Este segundo, inclusive, é o maior foco da XYZ, conforme explica o presidente, Guilherme Schaeffer: “A gente encontrou uma oportunidade de mercado superinteressante que não vínhamos trabalhando em uma posição muito eficaz até então, que era trabalhar mais em uma consultoria para os clientes, entendendo o que eles buscam e o que eles querem”.
Nessa linha, a empresa já soma alguns cases de sucesso. Em 2014 durante o período de realização da Copa do Mundo, a agência foi a responsável pelo principal projeto da Nike: a Casa Fenomenal, no Rio de Janeiro. Já para a Red Bull, o executivo relata ter utilizado da mesma expertise para realizar uma edição do Red Bull X-Fighters em Brasília, na frente da Esplanada dos Ministérios. A experiência, segundo os organizadores, foi recorde mundial para um evento de motocross Freestyle, reunindo mais de 120 mil pessoas.
Foco: comercialização, atendimento e a ativação
Aliado ao marketing esportivo, a XYZ Live tem a expertise e currículo pautado, também, em eventos relacionados a música, como o Live Music Rocks e o Z Festival. Entretanto, mesmo diante de ações satisfatórias, o executivo explica que foi enxergado um risco na operação desses eventos prioritários, assim mesmo como a Etapa Brasil do Mundial de Vôlei de Praia, que durante um período de cinco anos pertenceu à empresa.
“Analisamos e vimos que a coisa estava muito complexa, então fizemos um acordo com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para ela pegar de volta o evento como um todo e a gente continuar trabalhando nossa expertise lá dentro. Mudamos o formato, continuo operando os projetos, mas com um viés um pouco diferente”, relata Schaeffer, que afirmou que a base do trabalho da XYZ está centrada na comercialização, atendimento e ativação dos projetos que por sua vez, são direcionados a eventos de grande e médio porte, pois, segundo confirma, as iniciativas de pequeno e grande porte têm quase o mesmo envolvimento, contudo, conta com a diferença no retorno financeiro.
“Há uma linha muito fina entre o sucesso e o fracasso em uma operação de show. Se você pega uma turnê internacional, coloca como meta 70% de venda de bilheteria. Se você tiver 66%, haverá um prejuízo de 4 milhões. Da mesma forma, se você fizer 74%, gerará um lucro de 4 milhões. E isso você só descobre no final”, exemplifica o executivo, citando o mercado da música.
Pós-Olimpíada
Conforme relata o vice-presidente, Fernando von Oertzen, o mercado será impactado de duas formas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 podendo ser, desta forma, o indicativo de como agirá o mercado depois do ciclo esportivo do Rio de Janeiro: uma, pela entrega dos jogos, no que diz respeito a organização, e outra baseada no desempenho dos atletas dentro de suas atividades olímpicas.“Vai ser mesmo uma avaliação das empresas que investiram no esporte e no paradesporto também, e se essas empresas que apoiam, como Caixa e Correios, vão continuar ou não. Vai ser um desafio muito grande até porque Pequim, assim como Londres, foram bem entregues”, afirma Oertzen, que acredita que a tendência é que os patrocinadores sigam apoiando os atletas.
Por ter a sua força na experiência, o executivo salienta o fato de que o Rio de Janeiro pode encontrar empecilhos estruturais que tornarão o evento ainda mais desafiador no campo da logística. “A operação de chegar, entrar e sentar no seu lugar pode ser muito difícil. Com equipamentos cheios, o ir e vir ficará complicado, chefes de estados com tráfegos privilegiados… Outra coisa que no Rio de Janeiro é complicada: a experiência de eventos abertos, como o ciclismo de estrada, maratona aquática e maratona”.
O jovem e a segunda tela
Uma das prerrogativas da empresa se chamar XYZ se dá, conforme a explicação de Schaeffer, a entrega de conteúdo factível aos seus clientes que possuem uma interação e linguagem própria para cada uma das gerações, seja ela X, Y ou Z. Sendo assim, uma das preocupações da empresa é como ela fala com o público jovem. “É um desafio e o que vale é a oportunidade de que esta experiência seja única. Temos que achar uma forma de quando o jovem está dentro do evento ele interaja com a segunda tela. Se você consegue isso, você estará usando a mesma linguagem dele e terá uma interação no durante e pós-evento”, afirma.
Como a XYZ vai atuar nas Olimpíadas
Serão três frentes de mercado da XYZ durante as Olimpíadas. A primeira é a Casa Suíça, que estará instalada em um espaço em que hoje existe um campo de beisebol, na Lagoa. Esse projeto é fruto de uma sociedade da XYZ com uma empresa austríaca. A ideia é receber turistas e alavancar a imagem da Suíça, que terá uma área também para os atletas. Por questões legais, a empresa não pode revelar ainda as outras duas ações durante o período, mas uma delas será um projeto proprietário, que ainda depende de uma aprovação da prefeitura local. E um terceiro trabalho que cuidará de toda a plataforma de hospitality, na recepção de convidados do exterior e do Brasil, a XYZ Live ficar responsável pela logística, que vai desde o momento em que os turistas entrarem no Brasil até quando eles saírem, tudo isso, é claro, cuidando de todas as experiências que esses clientes terão durante sua estadia em solo carioca. Porque, para a XYZ, não bastará a já incrível experiência de viver uma Olimpíada em uma cidade ímpar como o Rio de Janeiro. É preciso mais. Porque o esporte, se para o alfabeto inteiro é mais, para a XYZ é único.