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Um Ministério do Esporte sem direito à surdez

O novo ministro do Esporte é George Hilton, nomeado na cota que coube ao seu partido (PRB) para a composição dos ministérios. George Hilton nunca teve um trabalho ligado diretamente ao esporte. Também por isso, desde que foi anunciado para o posto, foi fortemente criticado por setores ligados ao esporte. “Também por isso”, porque a vida do novo ministro tem episódios pitorescos. Entre eles, a expulsão do já extinto PFL, em […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 09h02.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h10.

O novo ministro do Esporte é George Hilton, nomeado na cota que coube ao seu partido (PRB) para a composição dos ministérios. George Hilton nunca teve um trabalho ligado diretamente ao esporte. Também por isso, desde que foi anunciado para o posto, foi fortemente criticado por setores ligados ao esporte.

Foto Douglas Gomes

“Também por isso”, porque a vida do novo ministro tem episódios pitorescos. Entre eles, a expulsão do já extinto PFL, em 2005, por ter sido flagrado pela Polícia Federal com R$ 600 mil em 11 malas com dinheiro, no aeroporto de Belo Horizonte. Hilton alegou que o dinheiro era proveniente de doações de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. Atualmente aponta que o processo foi arquivado pelo Superior Tribunal Federal (STF), que não encontrou irregularidade alguma. Claro… Este blog não precisa e não vai entrar no mérito do histórico político do novo ministro. Se o STF disse que está tudo explicado, explicado está. Certo?

Mas este blog tem a obrigação de entrar no aspecto técnico da escolha. Eis o perfil do cidadão que tem a responsabilidade de conduzir o nosso esporte a novos patamares: líder do PRB na Câmara, o deputado federal George Hilton, 43 anos, está em seu segundo mandato por Minas Gerais – foi reeleito nas eleições de outubro. Radialista e teólogo, também atuou como deputado estadual em Minas Gerais. É formado em ciências sociais e trabalhou em rádios de Salvador, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Foi ainda apresentador de um programa de TV.  Em sua página no site da Câmara dos Deputados, também é descrito como animador.

Este blog é absolutamente apartidário. Sabe que, lamentavelmente, é a composição política atual – com políticos eleitos por voto popular – que norteia a distribuição dos ministérios do Poder Executivo. É assim com o governo atual e, muito provavelmente, seria assim com qualquer outro governo eleito. É a tal da governabilidade, termo muito usado atualmente para explicar o que, fosse nossa política um pouco mais ética, seria inexplicável.

O novo ministro do Esporte, já devidamente empossado, reagiu às críticas de que não tem afinidade com a pasta nem o menor conhecimento dos assuntos do ministério. Segundo ele, “a virtude maior de quem quer exercer decisões é ter a capacidade de ouvir quem entende do assunto, e não necessariamente conhecer o tema ou ser um atleta”. Uma das missões do novo ministro será a preparação da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Esperamos que a audição do ministro esteja plena e seletiva. Porque é preciso saber (quem) ouvir.

Enfim, este blog não duvida que o novo ministro esteja de fato com boas intenções para o ministério. O blog torce, de verdade, para que George Hilton seja um grande ministro. Mas seria muito importante que George já tivesse alguma relação (decente) com o esporte. O exemplo que vem de cima, para um esporte absolutamente amador como o nosso, é de que basta saber ouvir para evoluir. Não basta. É preciso, além de saber ouvir, competência técnica. E isso não deveria ser maleável. Afinal, há de se ter competência para tudo que se queira fazer com qualidade. O novo Ministério do Esporte não terá direito à surdez.

O novo ministro do Esporte é George Hilton, nomeado na cota que coube ao seu partido (PRB) para a composição dos ministérios. George Hilton nunca teve um trabalho ligado diretamente ao esporte. Também por isso, desde que foi anunciado para o posto, foi fortemente criticado por setores ligados ao esporte.

Foto Douglas Gomes

“Também por isso”, porque a vida do novo ministro tem episódios pitorescos. Entre eles, a expulsão do já extinto PFL, em 2005, por ter sido flagrado pela Polícia Federal com R$ 600 mil em 11 malas com dinheiro, no aeroporto de Belo Horizonte. Hilton alegou que o dinheiro era proveniente de doações de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus. Atualmente aponta que o processo foi arquivado pelo Superior Tribunal Federal (STF), que não encontrou irregularidade alguma. Claro… Este blog não precisa e não vai entrar no mérito do histórico político do novo ministro. Se o STF disse que está tudo explicado, explicado está. Certo?

Mas este blog tem a obrigação de entrar no aspecto técnico da escolha. Eis o perfil do cidadão que tem a responsabilidade de conduzir o nosso esporte a novos patamares: líder do PRB na Câmara, o deputado federal George Hilton, 43 anos, está em seu segundo mandato por Minas Gerais – foi reeleito nas eleições de outubro. Radialista e teólogo, também atuou como deputado estadual em Minas Gerais. É formado em ciências sociais e trabalhou em rádios de Salvador, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Foi ainda apresentador de um programa de TV.  Em sua página no site da Câmara dos Deputados, também é descrito como animador.

Este blog é absolutamente apartidário. Sabe que, lamentavelmente, é a composição política atual – com políticos eleitos por voto popular – que norteia a distribuição dos ministérios do Poder Executivo. É assim com o governo atual e, muito provavelmente, seria assim com qualquer outro governo eleito. É a tal da governabilidade, termo muito usado atualmente para explicar o que, fosse nossa política um pouco mais ética, seria inexplicável.

O novo ministro do Esporte, já devidamente empossado, reagiu às críticas de que não tem afinidade com a pasta nem o menor conhecimento dos assuntos do ministério. Segundo ele, “a virtude maior de quem quer exercer decisões é ter a capacidade de ouvir quem entende do assunto, e não necessariamente conhecer o tema ou ser um atleta”. Uma das missões do novo ministro será a preparação da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Esperamos que a audição do ministro esteja plena e seletiva. Porque é preciso saber (quem) ouvir.

Enfim, este blog não duvida que o novo ministro esteja de fato com boas intenções para o ministério. O blog torce, de verdade, para que George Hilton seja um grande ministro. Mas seria muito importante que George já tivesse alguma relação (decente) com o esporte. O exemplo que vem de cima, para um esporte absolutamente amador como o nosso, é de que basta saber ouvir para evoluir. Não basta. É preciso, além de saber ouvir, competência técnica. E isso não deveria ser maleável. Afinal, há de se ter competência para tudo que se queira fazer com qualidade. O novo Ministério do Esporte não terá direito à surdez.

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