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Site MLS Brasil cresce de olho na evolução do soccer nos EUA

* Com colaboração de Gilmar Júnior A Major League Soccer (MLS) é o principal campeonato profissional masculino de futebol dos Estados Unidos e do Canadá. Criada em 1996, embora já existam outras ligas nos EUA, é lá que atuam as principais estrelas. De sua temporada de estreia, com dez equipes, até hoje, a MLS cresceu absurdamente, com destaque para os dois últimos anos. Até por isso, tem atraído cada vez mais olhares de outros […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 08h40.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h56.

* Com colaboração de Gilmar Júnior

A Major League Soccer (MLS) é o principal campeonato profissional masculino de futebol dos Estados Unidos e do Canadá. Criada em 1996, embora já existam outras ligas nos EUA, é lá que atuam as principais estrelas.

De sua temporada de estreia, com dez equipes, até hoje, a MLS cresceu absurdamente, com destaque para os dois últimos anos. Até por isso, tem atraído cada vez mais olhares de outros países. Isso, claro, inclui o Brasil. Por aqui, o site MLS Brasil tem abordado com riqueza de detalhes o que acontece na MLS. Tanto que já possui autorização da própria MLS para uso do logo da Liga.

Para entender mais sobre a demanda por MLS no Brasil e a ideia do site, conversamos com Thiago Viana, diretor da MLS Brasil.

Como começou o site MLS Brasil e por que a estratégia de investir em um conteúdo novo no mercado de blogs. Já há estratégias de expansões e/ou parcerias junto à MLS?

A MLS Brasil surgiu em 2007, quando um fã de esportes americanos, mais precisamente da NFL, percebeu que não existia nenhum canal (blog/site) falando sobre a Major League Soccer no Brasil.

Em 2013 eu tomei conhecimento do site e vi que aquilo tinha muito potencial de crescimento e poderia acompanhar a expansão da Liga. Iniciei então um trabalho de captação de pessoas que tinham o mesmo interesse que eu e hoje temos uma equipe de 11 pessoas que alimentam o Portal com notícias, resumos de jogos, vídeos e todo conteúdo que for relacionado a MLS.

Nenhum deles, inclusive eu, têm remuneração por isso, e todos os resultados que alcançamos até hoje vieram organicamente, sem nenhum centavo investido. No início do ano tivemos uma reunião com a MLS em Nova York para falar sobre o nosso projeto e os objetivos deles. Posso dizer que temos o assunto bem encaminhado para nos tornarmos um canal de comunicação oficial da Liga.

O que você acha que é possível adaptar da estrutura da MLS à estrutura do futebol brasileiro?

Vejo que muito do que eles fazem no quesito “experiência” poderia ser adaptado de alguma forma por aqui. O tratamento com o torcedor/cliente, a organização, a valorização da educação dos atletas, enfim… Muito disso, eu acredito, passa pela questão cultural. No Brasil por exemplo, não temos o esporte sendo incentivado dentro das escolas e universidades como vemos por lá. Nos Estados Unidos, o esporte para o jovem é tido como investimento pelos pais. Uma boa Universidade tem um custo bem elevado, então se o jovem é um bom atleta, ele pode estudar com bolsa e assim ter retorno financeiro com o desconto conseguido na sua mensalidade. Mas o mais importante, a meu ver, é o planejamento e a visão de longo prazo. Não se pode iniciar um trabalho e interrompê-lo com apenas dois anos, ou, às vezes, dois meses.

E o que o futebol brasileiro tem de estrutura à frente da MLS?

O Brasil é um celeiro de matéria-prima. Com toda certeza, temos material para formar os melhores jogadores do mundo (Ronaldo’s, Rivaldo, Kaká, Pelé, Romário), mas falta organização, planejamento e visão. Acredito que em nenhum país do mundo, tenha-se tantos “craques” nascendo na terra e no asfalto como no Brasil, acontece que não estamos sabendo trabalhar isso.

Penso que os clubes pecam na base, vendem o menino logo cedo para quitar suas dívidas e contas, não desenvolvem o atleta o tempo necessário, os clubes são obrigados a promover o menino para o profissional, seja por cobrança do empresário, da torcida, do Presidente, de todo mundo.

Os Estados Unidos estão começando a trabalhar isso, e tem que fazer mesmo. Atualmente, 24 milhões de jovens entre 5 e 17 anos praticam futebol nos EUA e essa é a oportunidade que eles estão tendo agora para desenvolver o soccer por lá.

A tradição esportiva americana aponta para o futebol como um esporte mais ligado às crianças e mulheres. Porém, algumas equipes já tem suas organizadas ao estilo “Barra Brava”. Você enxerga as torcidas organizadas como um mal natural do futebol?

Não acredito que seja um mal necessário, mas vejo como um grande problema. O futebol é um evento para a família e no Brasil isso se perdeu, infelizmente. Falta segurança dentro e fora do estádio. Querendo ou não, o clima dentro das organizadas não passa nenhum tipo de segurança para os “torcedores comuns” geralmente quem quer ir ao estádio com sua mulher, filho, filha, família em geral.

Como a MLS planeja se tornar uma liga que atraia cada vez mais jogadores com nível internacional trabalhando com salary cap?

A Liga cresce de forma estruturada e saudável. Em 8 anos, quando será renovado o contrato de direitos de transmissão de TV, estima-se que o valor seja entre $6 e 7$ bilhões de dólares. Com isso em mãos, a liga poderá contratar o jogador que quiser.

Mas, como aconteceu com o Beckham em 2006, nada impede que a MLS crie novas regras para contratação e folhas de pagamento das equipes. Esse ano mesmo, criaram uma nova regra, ela que permitiu a contratação do mexicano Giovani dos Santos para o LA Galaxy.

Recentemente você apontou ter certeza que dentro de alguns anos o Cristiano Ronaldo integrará o time de craques da MLS. O que te faz ter tanta certeza?

O projeto da Liga, o dinheiro, a qualidade de vida, no caso do CR7, a proposta dele ser o frontman da MLS quando chegar lá, contratos de publicidade, afinal estamos falando do maior mercado de marketing esportivo do mundo. Eu penso que é muito mais atrativo jogar em uma Liga em extrema ascensão como a Major League Soccer, do que por exemplo ir para a China.

O que tem de tão interessante nesse projeto que a MLS oferece aos atletas que atrai jogadores como Kaká, Lampard, Gerrard, David Villa, Pirlo, Giovinco, Giovanni dos Santos, entre outros?

A visão de longo prazo, a qualidade de vida que é oferecida aos jogadores, participar do crescimento da modalidade no país, fazer história com isso e ter seu nome ligado a um projeto como esse. Esses são alguns dos pontos que acredito serem importantes para que esses nomes desembarquem em terras norte-americanas para jogar futebol. Sem falar do dinheiro, é claro.

Teremos uma Copa América Centenária ano que vem, integrando toda a América. O que pensa sobre tal fato se repetir numa Copa Libertadores da América? Você vê equipes da MLS jogando contra equipes no Brasil ou Argentina?

Tudo é possível, ainda mais no futebol, mas o Comissário da Liga, Don Garber, já afirmou não ter interesse em participar da Libertadores. Na minha visão é algo meio maluco, é muito distante. Imagine um jogo do New York City FC contra o Boca Juniors? São mais de 13 horas de viagem. Totalmente inviável. Pensando assim, compensaria muito mais para a MLS, levar seus times para jogarem na Europa. O mesmo New York City levaria pouco mais de 7 horas para jogar no Santiago Bernabéu contra o Real Madrid, por exemplo.

* Com colaboração de Gilmar Júnior

A Major League Soccer (MLS) é o principal campeonato profissional masculino de futebol dos Estados Unidos e do Canadá. Criada em 1996, embora já existam outras ligas nos EUA, é lá que atuam as principais estrelas.

De sua temporada de estreia, com dez equipes, até hoje, a MLS cresceu absurdamente, com destaque para os dois últimos anos. Até por isso, tem atraído cada vez mais olhares de outros países. Isso, claro, inclui o Brasil. Por aqui, o site MLS Brasil tem abordado com riqueza de detalhes o que acontece na MLS. Tanto que já possui autorização da própria MLS para uso do logo da Liga.

Para entender mais sobre a demanda por MLS no Brasil e a ideia do site, conversamos com Thiago Viana, diretor da MLS Brasil.

Como começou o site MLS Brasil e por que a estratégia de investir em um conteúdo novo no mercado de blogs. Já há estratégias de expansões e/ou parcerias junto à MLS?

A MLS Brasil surgiu em 2007, quando um fã de esportes americanos, mais precisamente da NFL, percebeu que não existia nenhum canal (blog/site) falando sobre a Major League Soccer no Brasil.

Em 2013 eu tomei conhecimento do site e vi que aquilo tinha muito potencial de crescimento e poderia acompanhar a expansão da Liga. Iniciei então um trabalho de captação de pessoas que tinham o mesmo interesse que eu e hoje temos uma equipe de 11 pessoas que alimentam o Portal com notícias, resumos de jogos, vídeos e todo conteúdo que for relacionado a MLS.

Nenhum deles, inclusive eu, têm remuneração por isso, e todos os resultados que alcançamos até hoje vieram organicamente, sem nenhum centavo investido. No início do ano tivemos uma reunião com a MLS em Nova York para falar sobre o nosso projeto e os objetivos deles. Posso dizer que temos o assunto bem encaminhado para nos tornarmos um canal de comunicação oficial da Liga.

O que você acha que é possível adaptar da estrutura da MLS à estrutura do futebol brasileiro?

Vejo que muito do que eles fazem no quesito “experiência” poderia ser adaptado de alguma forma por aqui. O tratamento com o torcedor/cliente, a organização, a valorização da educação dos atletas, enfim… Muito disso, eu acredito, passa pela questão cultural. No Brasil por exemplo, não temos o esporte sendo incentivado dentro das escolas e universidades como vemos por lá. Nos Estados Unidos, o esporte para o jovem é tido como investimento pelos pais. Uma boa Universidade tem um custo bem elevado, então se o jovem é um bom atleta, ele pode estudar com bolsa e assim ter retorno financeiro com o desconto conseguido na sua mensalidade. Mas o mais importante, a meu ver, é o planejamento e a visão de longo prazo. Não se pode iniciar um trabalho e interrompê-lo com apenas dois anos, ou, às vezes, dois meses.

E o que o futebol brasileiro tem de estrutura à frente da MLS?

O Brasil é um celeiro de matéria-prima. Com toda certeza, temos material para formar os melhores jogadores do mundo (Ronaldo’s, Rivaldo, Kaká, Pelé, Romário), mas falta organização, planejamento e visão. Acredito que em nenhum país do mundo, tenha-se tantos “craques” nascendo na terra e no asfalto como no Brasil, acontece que não estamos sabendo trabalhar isso.

Penso que os clubes pecam na base, vendem o menino logo cedo para quitar suas dívidas e contas, não desenvolvem o atleta o tempo necessário, os clubes são obrigados a promover o menino para o profissional, seja por cobrança do empresário, da torcida, do Presidente, de todo mundo.

Os Estados Unidos estão começando a trabalhar isso, e tem que fazer mesmo. Atualmente, 24 milhões de jovens entre 5 e 17 anos praticam futebol nos EUA e essa é a oportunidade que eles estão tendo agora para desenvolver o soccer por lá.

A tradição esportiva americana aponta para o futebol como um esporte mais ligado às crianças e mulheres. Porém, algumas equipes já tem suas organizadas ao estilo “Barra Brava”. Você enxerga as torcidas organizadas como um mal natural do futebol?

Não acredito que seja um mal necessário, mas vejo como um grande problema. O futebol é um evento para a família e no Brasil isso se perdeu, infelizmente. Falta segurança dentro e fora do estádio. Querendo ou não, o clima dentro das organizadas não passa nenhum tipo de segurança para os “torcedores comuns” geralmente quem quer ir ao estádio com sua mulher, filho, filha, família em geral.

Como a MLS planeja se tornar uma liga que atraia cada vez mais jogadores com nível internacional trabalhando com salary cap?

A Liga cresce de forma estruturada e saudável. Em 8 anos, quando será renovado o contrato de direitos de transmissão de TV, estima-se que o valor seja entre $6 e 7$ bilhões de dólares. Com isso em mãos, a liga poderá contratar o jogador que quiser.

Mas, como aconteceu com o Beckham em 2006, nada impede que a MLS crie novas regras para contratação e folhas de pagamento das equipes. Esse ano mesmo, criaram uma nova regra, ela que permitiu a contratação do mexicano Giovani dos Santos para o LA Galaxy.

Recentemente você apontou ter certeza que dentro de alguns anos o Cristiano Ronaldo integrará o time de craques da MLS. O que te faz ter tanta certeza?

O projeto da Liga, o dinheiro, a qualidade de vida, no caso do CR7, a proposta dele ser o frontman da MLS quando chegar lá, contratos de publicidade, afinal estamos falando do maior mercado de marketing esportivo do mundo. Eu penso que é muito mais atrativo jogar em uma Liga em extrema ascensão como a Major League Soccer, do que por exemplo ir para a China.

O que tem de tão interessante nesse projeto que a MLS oferece aos atletas que atrai jogadores como Kaká, Lampard, Gerrard, David Villa, Pirlo, Giovinco, Giovanni dos Santos, entre outros?

A visão de longo prazo, a qualidade de vida que é oferecida aos jogadores, participar do crescimento da modalidade no país, fazer história com isso e ter seu nome ligado a um projeto como esse. Esses são alguns dos pontos que acredito serem importantes para que esses nomes desembarquem em terras norte-americanas para jogar futebol. Sem falar do dinheiro, é claro.

Teremos uma Copa América Centenária ano que vem, integrando toda a América. O que pensa sobre tal fato se repetir numa Copa Libertadores da América? Você vê equipes da MLS jogando contra equipes no Brasil ou Argentina?

Tudo é possível, ainda mais no futebol, mas o Comissário da Liga, Don Garber, já afirmou não ter interesse em participar da Libertadores. Na minha visão é algo meio maluco, é muito distante. Imagine um jogo do New York City FC contra o Boca Juniors? São mais de 13 horas de viagem. Totalmente inviável. Pensando assim, compensaria muito mais para a MLS, levar seus times para jogarem na Europa. O mesmo New York City levaria pouco mais de 7 horas para jogar no Santiago Bernabéu contra o Real Madrid, por exemplo.

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