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Eurico Miranda e a Falta de Bom Senso

Por Luis Filipe Chateaubriand Ao reassumir a presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda proferiu a seguinte declaração: “O Bom Senso é uma piada. Criar uma espécie de associação de jogadores privilegiados, com salários que ofendem a maioria do povo brasileiro, é uma vergonha. Eles recebem um salário que um operário levaria 100 anos para receber. O Brasil tem mais de 150 mil jogadores registrados, por qual […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 21h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h13.

Por Luis Filipe Chateaubriand

Ao reassumir a presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda proferiu a seguinte declaração:

“O Bom Senso é uma piada. Criar uma espécie de associação de jogadores privilegiados, com salários que ofendem a maioria do povo brasileiro, é uma vergonha. Eles recebem um salário que um operário levaria 100 anos para receber. O Brasil tem mais de 150 mil jogadores registrados, por qual motivo não defendem a atividade desses jogadores? Nunca vi uma pessoa ganhar R$ 500 mil e achar que está trabalhando pouco. Que bom senso é esse? É um mau senso”.

Como consultor de conteúdo do Bom Senso Futebol Clube, posso afirmar: ou o cartola ignora nossas propostas, ou finge não conhecê-las.

De forma alguma nós, do Bom Senso Futebol Clube, defendemos a elite dos jogadores de futebol. Somos um movimento que busca engajar a comunidade do futebol em torno de mudanças estruturais e necessárias. Isso envolve todos os jogadores de futebol, sejam de elite ou não. E não só os jogadores, mas também torcedores, patrocinadores, emissoras de televisão, veículos de comunicação em geral e, inclusive, clubes e seus dirigentes.

Somos um movimento democrático e pluralista, e o cartola parece não estar acostumado com ideias desse tipo.

Soa absurda a ideia de que privilegiamos jogadores de elite. Toda nossa pregação é pela valorização, principalmente, dos jogadores menos favorecidos. Alguns exemplos são:

– Tanto na proposta de calendário elaborada pelo grupo, apresentada à comunidade do futebol em 17 de março de 2014 (da qual participei ativamente), quanto na obra de minha autoria intitulada “Um Calendário de Bom Senso para o Futebol Brasileiro”, prestigiada pelo movimento, buscamos conceber um calendário que propicie atividades durante toda a temporada anual para mais de 15 mil jogadores profissionais. Uma realidade bem distinta da atual, onde mais de 12 mil jogadores não chegam a ter clube nem por quatro meses, em uma temporada anual.

– Quando propomos que a lei da responsabilidade fiscal para os clubes de futebol seja aperfeiçoada, exigindo contrapartidas para os clubes financiarem suas dívidas fiscais, pensamos, principalmente, no fato de que os jogadores devem atuar em clubes que tenham melhor saúde financeira, para que honrem seus compromissos com os jogadores. Isso não apenas ao nível dos grandes clubes, mas em relação aos clubes em geral, beneficiando os jogadores de todas as agremiações.

– Em encontro recente com a presidente Dilma Rousseff, o movimento levou à presença da mandatária do país o jogador Ruy “Cabeção”. Ele, que já jogou em grandes clubes e atualmente atua em pequenos clubes, retratou a realidade, nua e crua, da vida do jogador de futebol de clube pequeno, deixando a chefe de Estado e de Governo perplexa com a triste realidade. Se não nos interessássemos pela causa dos jogadores com vínculo com clubes de menor expressão, por que nos preocuparíamos em mostra à presidente tal realidade?

Dr. Eurico Miranda esteve longe do futebol por seis anos. Deve estar desinformado. Pelo bem do futebol brasileiro, uma reciclagem lhe é útil.

Luis Filipe Chateaubriand é Membro do Bom Senso Futebol Clube

Por Luis Filipe Chateaubriand

Ao reassumir a presidência do Club de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda proferiu a seguinte declaração:

“O Bom Senso é uma piada. Criar uma espécie de associação de jogadores privilegiados, com salários que ofendem a maioria do povo brasileiro, é uma vergonha. Eles recebem um salário que um operário levaria 100 anos para receber. O Brasil tem mais de 150 mil jogadores registrados, por qual motivo não defendem a atividade desses jogadores? Nunca vi uma pessoa ganhar R$ 500 mil e achar que está trabalhando pouco. Que bom senso é esse? É um mau senso”.

Como consultor de conteúdo do Bom Senso Futebol Clube, posso afirmar: ou o cartola ignora nossas propostas, ou finge não conhecê-las.

De forma alguma nós, do Bom Senso Futebol Clube, defendemos a elite dos jogadores de futebol. Somos um movimento que busca engajar a comunidade do futebol em torno de mudanças estruturais e necessárias. Isso envolve todos os jogadores de futebol, sejam de elite ou não. E não só os jogadores, mas também torcedores, patrocinadores, emissoras de televisão, veículos de comunicação em geral e, inclusive, clubes e seus dirigentes.

Somos um movimento democrático e pluralista, e o cartola parece não estar acostumado com ideias desse tipo.

Soa absurda a ideia de que privilegiamos jogadores de elite. Toda nossa pregação é pela valorização, principalmente, dos jogadores menos favorecidos. Alguns exemplos são:

– Tanto na proposta de calendário elaborada pelo grupo, apresentada à comunidade do futebol em 17 de março de 2014 (da qual participei ativamente), quanto na obra de minha autoria intitulada “Um Calendário de Bom Senso para o Futebol Brasileiro”, prestigiada pelo movimento, buscamos conceber um calendário que propicie atividades durante toda a temporada anual para mais de 15 mil jogadores profissionais. Uma realidade bem distinta da atual, onde mais de 12 mil jogadores não chegam a ter clube nem por quatro meses, em uma temporada anual.

– Quando propomos que a lei da responsabilidade fiscal para os clubes de futebol seja aperfeiçoada, exigindo contrapartidas para os clubes financiarem suas dívidas fiscais, pensamos, principalmente, no fato de que os jogadores devem atuar em clubes que tenham melhor saúde financeira, para que honrem seus compromissos com os jogadores. Isso não apenas ao nível dos grandes clubes, mas em relação aos clubes em geral, beneficiando os jogadores de todas as agremiações.

– Em encontro recente com a presidente Dilma Rousseff, o movimento levou à presença da mandatária do país o jogador Ruy “Cabeção”. Ele, que já jogou em grandes clubes e atualmente atua em pequenos clubes, retratou a realidade, nua e crua, da vida do jogador de futebol de clube pequeno, deixando a chefe de Estado e de Governo perplexa com a triste realidade. Se não nos interessássemos pela causa dos jogadores com vínculo com clubes de menor expressão, por que nos preocuparíamos em mostra à presidente tal realidade?

Dr. Eurico Miranda esteve longe do futebol por seis anos. Deve estar desinformado. Pelo bem do futebol brasileiro, uma reciclagem lhe é útil.

Luis Filipe Chateaubriand é Membro do Bom Senso Futebol Clube

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