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Deltas aposta na comunidade para ser grande no soccer nos EUA

Imagine caro leitor que o presidente do seu time do coração te convide para uma reunião e ainda lhe abasteça com sanduíches e cerveja. O que pode parecer algo utópico é a realidade do San Francisco Deltas, franquia dos Estados Unidos que tem sua estreia programada para 2017 no soccer da NASL (National American Soccer League). Para entender melhor esse cenário curioso do mundo do futebol, o Esporte Executivo conversou […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2016 às 17h25.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h29.

Imagine caro leitor que o presidente do seu time do coração te convide para uma reunião e ainda lhe abasteça com sanduíches e cerveja. O que pode parecer algo utópico é a realidade do San Francisco Deltas, franquia dos Estados Unidos que tem sua estreia programada para 2017 no soccer da NASL (National American Soccer League). Para entender melhor esse cenário curioso do mundo do futebol, o Esporte Executivo conversou com Brian Andrés Helmick, CEO do time que nasce no mesmo solo do Vale do Silício e que aposta na relação corpo a corpo com seus fãs para ser grande.

values-large-logoPara conhecer o caminho que o Deltas vai enfrentar é importante destacar a oportunidade e desafio proporcionado aos gestores. Andrés, investidor colombiano, propôs o desafio junto de seus parceiros brasileiros e americanos: fazer o futebol grande na Área da Baia utilizando três pilares: a inovação, a transparência e a comunidade. E é este último pilar que deve sustentar a pirâmide Delta.

De acordo com os estudos dos gestores, San Francisco tem aproximadamente 40% da população local formada por pessoas que nasceram fora do país. Fazendo rapidamente uma simples conta matemática, esse universo de pessoas estaria próximo dos 345 mil, com uma boa parte formada por latino.”Os torcedores latinos se comportam de uma maneira mais apaixonada. A exemplo, a marcha que a gente fez para o Superbowl City com os torcedores, cerca de 100 pessoas. Tinha um cara aqui que estava fazendo a batucada e um pessoal começou a dançar. Aí chegou um inglês, de uns dois metros de altura, torcedor do Manchester City, muito gente boa, foi até o Brian e falou assim: ‘Essa coisa latina, essa música, não perde isso não, por favor’. Isso eu acho que é uma parte da nossa cultura latina, de festa, dessa energia que a gente gostaria de realmente fazer parte”, comentou.

O Deltas procura crescer se apoiando na comunidade local. “Deus nos deu duas orelhas e uma boca para a gente escutar o dobro do que a gente fala. Então não é muito para a gente lembrar que esse clube é dos fãs. Eles são a alma disso tudo. Nós somos fãs também. Fãs que simplesmente têm a sorte de estar em um cargo de gerenciamento do clube”, conta Andrés que uma semana antes de fazer o anúncio oficial do clube recebeu sessenta fãs em seu escritório.

Estabelecendo primeiramente a atenção nos clientes-fãs-amigos do Deltas, Andrés demonstra satisfação em relembrar como aconteceu o primeiro encontro oficial da marca do clube com seus clientes. “Quando anunciamos o nome e a marca da equipe não fizemos um evento com a imprensa, a gente fez só para os nossos fãs. Foram 100 fãs. Fizemos o evento para eles de surpresa. Eles chegaram e pensaram que era apenas uma batucada, ou uma marcha para assistir a algum jogo, mas aí trouxemos moletons, camisas e bonés. Pensamos dos fãs antes de tudo. Na verdade eles são donos do clube, eles são a alma, então temos que colocá-los como prioridades”.

Venda de ingressos

A estratégia vem dando certo e já há torcedores comprando ingressos para 2017. Dependendo do valor que o torcedor se dispor a investir no clube, ele poderá, além de assistir aos jogos, votar em qual uniforme principal ele quer ver sua equipe utilizar, ganhar um cachecol estilizado e até mesmo ser homenageado no jogo de estreia da equipe. Aliás, o sistema de ingressos com Inteligência Artificial é outro atrativo, que dá a possibilidade do torcedor assistir aos jogos no Kezar Stadium – antiga casa do 49ers e que abriga 10 mil torcedores – ao lado de outros torcedores com costumes semelhantes. “A gente está muito focado no hoje, no amanhã e no daqui a cinco anos. O nosso foco principal a curto prazo é aqui, em San Francisco, para vender os 10 mil ingressos (disponíveis a cada jogo) para o nosso estádio. E a longo prazo colocar essas sementes na América Latina. A gente quer achar outras formas de atrair talentos da América Latina”, comenta o CEO.

Com um poder de investimento de U$ 21 milhões vindo de um grupo de investidores que conta ainda com os brasileiros Paulo Malzoni Filho, Renata Quintini e José Carlos Brunoro, que vai atuar como diretor de futebol, o Deltas vai entrar na NASL, a segunda liga de maior investimento dos Estados Unidos, atrás da Major League Soccer. A NASL conta atualmente com mais 12 equipes, entre elas o New York Cosmos e o Fort Lauderdale Strikers, que Geromel também ajudou a erguer junto com Ronaldo Fenômeno.

Andrés acredita que a comparação com a MLS seja errônea. “Obviamente é mais difícil de comparar a nossa liga. São idades de ligas diferentes e modelos de negócios diferentes. Então, além da nossa receita ser diferente, nosso approach é diferente”, diz.

Comunicação e negócios: “Em vez de marketing, pessoas.”

Com o foco nos torcedores locais e uma atenção especial aos latinos, a ideia do Deltas é reunir todos para a festa. Sendo assim, o clube pensa em toda sua comunicação nesse cenário. O site da equipe pode ser visualizado em inglês, espanhol e português, assim com o próprio nome do time que é pronunciado nas mais variadas línguas sem uma diferença maior na pronúncia, sempre reforçando a ideia de não afastar ninguém. Aliás, Andrés é fluente nas três línguas e conversou com o EE em português.

“No nosso approach nós pensamos em um fã de cada vez. Então cada pessoa é diferente. Em vez de começar com a venda de ingressos, marketing, a gente começou com pessoas”. Essa afirmativa elucida bem a estratégia e também explica a relação do CEO da equipe e suas reuniões com brasileiros que trabalham com Uber e Lifty em San Francisco, da qual surgiu o pedido de que eles levassem para seus clientes nos automóveis as informações da chegada da equipe no mercado do soccer. “A gente quer fazer esporte, não só o Deltas, ou só San Francisco.  Há a ideia de fazer isso em outros clubes. Temos a oportunidade de fazer isso. Fazer com alma, com gargalhadas, essa palavra que não existe no inglês, mas que queremos no dia a dia dos Deltas.”

Imagine caro leitor que o presidente do seu time do coração te convide para uma reunião e ainda lhe abasteça com sanduíches e cerveja. O que pode parecer algo utópico é a realidade do San Francisco Deltas, franquia dos Estados Unidos que tem sua estreia programada para 2017 no soccer da NASL (National American Soccer League). Para entender melhor esse cenário curioso do mundo do futebol, o Esporte Executivo conversou com Brian Andrés Helmick, CEO do time que nasce no mesmo solo do Vale do Silício e que aposta na relação corpo a corpo com seus fãs para ser grande.

values-large-logoPara conhecer o caminho que o Deltas vai enfrentar é importante destacar a oportunidade e desafio proporcionado aos gestores. Andrés, investidor colombiano, propôs o desafio junto de seus parceiros brasileiros e americanos: fazer o futebol grande na Área da Baia utilizando três pilares: a inovação, a transparência e a comunidade. E é este último pilar que deve sustentar a pirâmide Delta.

De acordo com os estudos dos gestores, San Francisco tem aproximadamente 40% da população local formada por pessoas que nasceram fora do país. Fazendo rapidamente uma simples conta matemática, esse universo de pessoas estaria próximo dos 345 mil, com uma boa parte formada por latino.”Os torcedores latinos se comportam de uma maneira mais apaixonada. A exemplo, a marcha que a gente fez para o Superbowl City com os torcedores, cerca de 100 pessoas. Tinha um cara aqui que estava fazendo a batucada e um pessoal começou a dançar. Aí chegou um inglês, de uns dois metros de altura, torcedor do Manchester City, muito gente boa, foi até o Brian e falou assim: ‘Essa coisa latina, essa música, não perde isso não, por favor’. Isso eu acho que é uma parte da nossa cultura latina, de festa, dessa energia que a gente gostaria de realmente fazer parte”, comentou.

O Deltas procura crescer se apoiando na comunidade local. “Deus nos deu duas orelhas e uma boca para a gente escutar o dobro do que a gente fala. Então não é muito para a gente lembrar que esse clube é dos fãs. Eles são a alma disso tudo. Nós somos fãs também. Fãs que simplesmente têm a sorte de estar em um cargo de gerenciamento do clube”, conta Andrés que uma semana antes de fazer o anúncio oficial do clube recebeu sessenta fãs em seu escritório.

Estabelecendo primeiramente a atenção nos clientes-fãs-amigos do Deltas, Andrés demonstra satisfação em relembrar como aconteceu o primeiro encontro oficial da marca do clube com seus clientes. “Quando anunciamos o nome e a marca da equipe não fizemos um evento com a imprensa, a gente fez só para os nossos fãs. Foram 100 fãs. Fizemos o evento para eles de surpresa. Eles chegaram e pensaram que era apenas uma batucada, ou uma marcha para assistir a algum jogo, mas aí trouxemos moletons, camisas e bonés. Pensamos dos fãs antes de tudo. Na verdade eles são donos do clube, eles são a alma, então temos que colocá-los como prioridades”.

Venda de ingressos

A estratégia vem dando certo e já há torcedores comprando ingressos para 2017. Dependendo do valor que o torcedor se dispor a investir no clube, ele poderá, além de assistir aos jogos, votar em qual uniforme principal ele quer ver sua equipe utilizar, ganhar um cachecol estilizado e até mesmo ser homenageado no jogo de estreia da equipe. Aliás, o sistema de ingressos com Inteligência Artificial é outro atrativo, que dá a possibilidade do torcedor assistir aos jogos no Kezar Stadium – antiga casa do 49ers e que abriga 10 mil torcedores – ao lado de outros torcedores com costumes semelhantes. “A gente está muito focado no hoje, no amanhã e no daqui a cinco anos. O nosso foco principal a curto prazo é aqui, em San Francisco, para vender os 10 mil ingressos (disponíveis a cada jogo) para o nosso estádio. E a longo prazo colocar essas sementes na América Latina. A gente quer achar outras formas de atrair talentos da América Latina”, comenta o CEO.

Com um poder de investimento de U$ 21 milhões vindo de um grupo de investidores que conta ainda com os brasileiros Paulo Malzoni Filho, Renata Quintini e José Carlos Brunoro, que vai atuar como diretor de futebol, o Deltas vai entrar na NASL, a segunda liga de maior investimento dos Estados Unidos, atrás da Major League Soccer. A NASL conta atualmente com mais 12 equipes, entre elas o New York Cosmos e o Fort Lauderdale Strikers, que Geromel também ajudou a erguer junto com Ronaldo Fenômeno.

Andrés acredita que a comparação com a MLS seja errônea. “Obviamente é mais difícil de comparar a nossa liga. São idades de ligas diferentes e modelos de negócios diferentes. Então, além da nossa receita ser diferente, nosso approach é diferente”, diz.

Comunicação e negócios: “Em vez de marketing, pessoas.”

Com o foco nos torcedores locais e uma atenção especial aos latinos, a ideia do Deltas é reunir todos para a festa. Sendo assim, o clube pensa em toda sua comunicação nesse cenário. O site da equipe pode ser visualizado em inglês, espanhol e português, assim com o próprio nome do time que é pronunciado nas mais variadas línguas sem uma diferença maior na pronúncia, sempre reforçando a ideia de não afastar ninguém. Aliás, Andrés é fluente nas três línguas e conversou com o EE em português.

“No nosso approach nós pensamos em um fã de cada vez. Então cada pessoa é diferente. Em vez de começar com a venda de ingressos, marketing, a gente começou com pessoas”. Essa afirmativa elucida bem a estratégia e também explica a relação do CEO da equipe e suas reuniões com brasileiros que trabalham com Uber e Lifty em San Francisco, da qual surgiu o pedido de que eles levassem para seus clientes nos automóveis as informações da chegada da equipe no mercado do soccer. “A gente quer fazer esporte, não só o Deltas, ou só San Francisco.  Há a ideia de fazer isso em outros clubes. Temos a oportunidade de fazer isso. Fazer com alma, com gargalhadas, essa palavra que não existe no inglês, mas que queremos no dia a dia dos Deltas.”

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