Passou da hora de investir na formação dos profissionais aptos a levar o Brasil a um novo patamar
Baixa qualidade da formação é uma realidade que não pode ser ignorada
Colunista
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 18h10.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 18h12.
Ao matricular uma criança ou um adolescente em uma escola, quantos pais ou responsáveis questionam a instituição sobre a formação dos professores que ali trabalham? É um ponto de atenção que chega a influenciar na escolha da escola? Ou será que, no caso de escolas particulares, a preocupação maior reside na análise da infraestrutura do local, com atenção aos currículos bilíngues e tecnológicos? Já nas públicas, não há o que questionar! Escolher, seja lá o que for, raramente é uma opção e dar a sorte de conseguir uma vaga em uma boa escola já é motivo de alegria para toda a família.
Não se trata de culpar alguém pela falta de atenção dada a este aspecto importantíssimo na análise da qualidade da educação ofertada. Afinal, na nossa cultura nunca fomos preparados para ter esse olhar. Inclusive, também não é comum ver pais ou familiares preocupados em analisar a política pedagógica da instituição, o que inclui entender o método de ensino, as estratégias de avaliação adotadas e o foco da aprendizagem. Mas, nunca é tarde! Por isso, a importância da reflexão que fazemos aqui.
A baixa qualidade da formação dos docentes brasileiros, principalmente daqueles recém-saídos das universidades, é uma realidade que não pode ser ignorada e que tem reflexo direto na qualidade do ensino, seja em escolas públicas ou particulares, haja vista os resultados das últimas avaliações externas.
No final de março, o Ministério da Educação revelou dados alarmantes relacionados à qualidade do ensino superior. Dentre os cursos de graduação avaliados em 2021, considerou 605 com qualidade "insatisfatória". Ou seja, receberam notas 1 e 2 em uma escala que vai até 5. Ao todo, foram avaliados 7.512 cursos, sendo 4.750 de licenciatura, 2.020 de bacharelado e 742 tecnológicos.
É desalentador ver que entre os cursos com as piores notas recebidas estejam os de Pedagogia, História e Letras, principais responsáveis pela formação dos futuros professores, aqueles mais fortemente envolvidos com a alfabetização. São muitas as razões que culminam nesse resultado, dentre elas o fato de muitos cursos serem ofertados na modalidade a distância por meio de metodologias de ensino que não contribuem adequadamente para a formação e desenvolvimento dos cursistas.
Ofertar um curso a distância exige outras estratégias de ensino, diferentes das disponibilizadas em cursos presenciais. Graduações que já são ruins no presencial, tornam-se ainda piores quando oferecidas na modalidade a distância.
Segundo dados do último Censo da Educação Superior, o número de vagas em cursos de graduação em ensino a distância cresceu 23,8% de 2020 a 2021, enquanto a oferta na modalidade presencial, no mesmo período, teve queda de 2,8%. Já em relação às matrículas, havia 8.986.554 alunos no ensino superior em 2021. Desse total, os estudantes de graduação EAD representavam 41,4%. Quando analisados somente os cursos de licenciatura, essa porcentagem sobe para 61%.
Embora a EAD seja uma maneira legítima de fechar lacunas no ensino brasileiro e promover a inclusão por chegar aos rincões do país, ela não pode ser feita de qualquer maneira. É importantíssimo garantir a melhor experiência para o estudante e promover uma vivência que o engaje em momentos de aprendizagem significativa.
Entender quem é esse estudante, quais os gaps advindos da educação básica para buscar saná-los antes de introduzir o currículo previsto no curso superior, compreender como ele interage com a tecnologia, que tipo de acesso à internet ele geralmente dispõe, quanto tempo tem para estudar, quais as estratégias e recursos para ensinar que mais o atraem são apenas algumas das atividades que não podem ser ignoradas.
Há muitos aspectos a serem levados em consideração quando se busca fazer a oferta de um curso superior de qualidade no formato EAD.
Além disso, em teoria, nos cursos de licenciatura e pedagogia é obrigatório o estágio supervisionado. É exigido que ofereçam oportunidades para os alunos acompanharem e experenciarem práticas de sala de aula, mas isso nem sempre acontece.
E não faltam relatos de cursistas afirmando que suas experiências presenciais pouco ou em nada ajudaram a prepará-los para a prática docente.
Há quem se licencie como professor somente assistindo a outros professores, como estratégia “para contar as horas” obrigatórias. Uma licenciatura em Matemática, por exemplo, não se resume a aprender os conceitos elementares de matemática que irá ensinar. É preciso saber a realidade da profissão: preparar aulas, administrar conflitos, aplicar métodos de ensino, ou seja, reconhecer a complexidade que envolve a dinâmica do processo educacional.
Pelos pontos expostos acima, além de outros que não apresentamos neste momento, é que os cursos de graduação na área de educação são alvos constantes de críticas.
Além dos conhecimentos acadêmicos, é fundamental que os professores desenvolvam habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência e inteligência emocional, habilidades tecnológicas e aprendam a ter um olhar atento e diálogo com a comunidade do entorno. Todos esses aspectos são fundamentais para lidar com a diversidade de perfis e necessidades dos alunos e ajudam a promover um ambiente acolhedor e estimulante, capaz de estabelecer relações de confiança entre as partes.
Os problemas educacionais do país são inúmeros, não importa para qual estatística se olhe, mas me parece urgente pensarmos fortemente na qualidade da formação dos profissionais que estão ou estarão no dia a dia dialogando com nossos filhos e ajudando a formá-los como cidadãos críticos e participativos na sociedade do século XXI.
Aos que já estão em sala de aula, oferecer uma formação continuada de qualidade e moderna, voltada ao uso das tecnologias digitais, a implementação de metodologias ativas e estratégias para trabalhar o desenvolvimento das competências socioemocionais, e aos que estão nos bancos escolares, antes de tudo, mais realismo e prática.
O Ministério da Educação, de seu lado, não tem ignorado esses problemas e em meados de julho realizou o primeiro Ciclo Formativo do Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação Inicial e Continuada de Professores e Diretores Escolares (Pril). Participaram, ao todo, 12 instituições de educação superior com o objetivo de apresentar relatórios com iniciativas para reverter a má formação e também mostrar, com exemplos, boas práticas para aprimorar a licenciatura, além de propostas para encaminhamentos futuros.
Não há uma fórmula mágica a ser alcançada. Investir na qualidade é indiscutível. Durante o evento, mesmo com os benefícios do EAD, a importância dos cursos presenciais de licenciaturas ganhou destaque. Porém, mesmo os presenciais devem acontecer de maneira integrada a ambientes virtuais de aprendizagem e programas como o LABCRIE – Laboratórios de Criatividade e Inovação para a Educação Básica, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Formação continuada segue como o norte das discussões assim como os programas de pós-graduação e as parcerias consolidadas com redes de ensino da educação básica. Os currículos desses cursos focam em experiências de flexibilização, especialmente em interface com programas de extensão e de interdisciplinaridade nas licenciaturas.
O Programa, vale notar, foi instituído pela Portaria nº 412 de 17 de junho de 2021 com uma meta ambiciosa: induzir a oferta de cursos de licenciaturas e de formação continuada inovadoras, a fim de atender às necessidades e à organização da atual política curricular da educação básica e da formação de professores e diretores escolares para atuarem nessa etapa de ensino.
Mas também, além de todas as tecnicalidades, precisamos nos atentar a um ponto indispensável: o de atrair jovens que queiram estar nesta carreira inspiradora. E, para atrair e reter profissionais qualificados, é fundamental valorizar a carreira docente.
Isso inclui a implementação de políticas que garantam salários adequados e progressão na carreira, além de reconhecimento público pela importância do trabalho realizado.
Há bons exemplos de que esta equação dá certo e traz bons resultados educacionais. Finlândia, Canadá, Singapura e Japão são bons exemplos. Em todos, os professores são bem remunerados, têm autonomia para fazer a gestão da sala de aula e são envolvidos constantemente em estratégias de formação continuada.
Nesses países, ingressar em um curso superior na área é extremamente difícil e as vagas são preenchidas, majoritariamente, pelos melhores alunos egressos da educação básica, além de serem altamente valorizados e respeitados.
O resultado na educação, na economia e, por consequência, no desenvolvimento social não poderia ser diferente. Se olharmos o PIB destes países temos a Finlândia em 44°lugar, Singapura em 38°, Canadá em 10° e Japão em 3°, segundo dados do FMI de 2021. Todos bem-posicionados, principalmente se levarmos em consideração o tamanho desses países e seus recursos naturais.
Já se olharmos pela perspectiva da educação temos Singapura em 2° lugar, Japão em 4°, Canadá em 6° e Finlândia em 7°, de acordo com registros da OCDE de 2018. E, em relação à desigualdade social, temos Finlândia, Canadá e Japão, os 3 para além do 20° lugar, segundo a ONU, em 2020.
Enquanto isso, o Brasil tem como indicadores: PIB em 9°lugar, Educação em 57° e 8°lugar em desigualdade social. Ou seja, somos uma das maiores potências do mundo, mas na mesma proporção uma das mais desiguais, o que se reflete na violência e na corrupção que vemos fazer parte do nosso cotidiano.
Se não dermos a devida atenção para a educação, o que significa inclusive investir na formação e valorização do professor, estaremos cada vez mais reféns e suscetíveis a situações de violência e risco, fruto de uma sociedade sem oportunidades.
Se a resposta para quase todos os problemas sociais e econômicos é “investir em educação de qualidade”, seria magnífico se realmente exigíssemos de nossos governantes os melhores resultados, visto que investimento há e não é pouco. Com o 2° maior orçamento, que representa 6% do PIB e supera a média dos países desenvolvidos, o Ministério da Educação, junto com Estados e Municípios, tem recursos suficientes para transformar esta realidade e colocar o Brasil em um novo patamar.
A melhoria da qualidade da educação é uma questão urgente e somente com um novo olhar, muita disposição, coragem e conhecimento técnico será possível mudar a realidade, permitindo que nossas crianças e jovens tenham e possam perseguir seus sonhos.
Já passou da hora (e muito) de valorizar nossos professores. Procrastinar só irá acentuar a formação de uma geração de docentes despreparada para colocar o Brasil no lugar que merece: o de uma nação potente e dedicada a preservar e fortalecer seu capital intelectual.
Ao matricular uma criança ou um adolescente em uma escola, quantos pais ou responsáveis questionam a instituição sobre a formação dos professores que ali trabalham? É um ponto de atenção que chega a influenciar na escolha da escola? Ou será que, no caso de escolas particulares, a preocupação maior reside na análise da infraestrutura do local, com atenção aos currículos bilíngues e tecnológicos? Já nas públicas, não há o que questionar! Escolher, seja lá o que for, raramente é uma opção e dar a sorte de conseguir uma vaga em uma boa escola já é motivo de alegria para toda a família.
Não se trata de culpar alguém pela falta de atenção dada a este aspecto importantíssimo na análise da qualidade da educação ofertada. Afinal, na nossa cultura nunca fomos preparados para ter esse olhar. Inclusive, também não é comum ver pais ou familiares preocupados em analisar a política pedagógica da instituição, o que inclui entender o método de ensino, as estratégias de avaliação adotadas e o foco da aprendizagem. Mas, nunca é tarde! Por isso, a importância da reflexão que fazemos aqui.
A baixa qualidade da formação dos docentes brasileiros, principalmente daqueles recém-saídos das universidades, é uma realidade que não pode ser ignorada e que tem reflexo direto na qualidade do ensino, seja em escolas públicas ou particulares, haja vista os resultados das últimas avaliações externas.
No final de março, o Ministério da Educação revelou dados alarmantes relacionados à qualidade do ensino superior. Dentre os cursos de graduação avaliados em 2021, considerou 605 com qualidade "insatisfatória". Ou seja, receberam notas 1 e 2 em uma escala que vai até 5. Ao todo, foram avaliados 7.512 cursos, sendo 4.750 de licenciatura, 2.020 de bacharelado e 742 tecnológicos.
É desalentador ver que entre os cursos com as piores notas recebidas estejam os de Pedagogia, História e Letras, principais responsáveis pela formação dos futuros professores, aqueles mais fortemente envolvidos com a alfabetização. São muitas as razões que culminam nesse resultado, dentre elas o fato de muitos cursos serem ofertados na modalidade a distância por meio de metodologias de ensino que não contribuem adequadamente para a formação e desenvolvimento dos cursistas.
Ofertar um curso a distância exige outras estratégias de ensino, diferentes das disponibilizadas em cursos presenciais. Graduações que já são ruins no presencial, tornam-se ainda piores quando oferecidas na modalidade a distância.
Segundo dados do último Censo da Educação Superior, o número de vagas em cursos de graduação em ensino a distância cresceu 23,8% de 2020 a 2021, enquanto a oferta na modalidade presencial, no mesmo período, teve queda de 2,8%. Já em relação às matrículas, havia 8.986.554 alunos no ensino superior em 2021. Desse total, os estudantes de graduação EAD representavam 41,4%. Quando analisados somente os cursos de licenciatura, essa porcentagem sobe para 61%.
Embora a EAD seja uma maneira legítima de fechar lacunas no ensino brasileiro e promover a inclusão por chegar aos rincões do país, ela não pode ser feita de qualquer maneira. É importantíssimo garantir a melhor experiência para o estudante e promover uma vivência que o engaje em momentos de aprendizagem significativa.
Entender quem é esse estudante, quais os gaps advindos da educação básica para buscar saná-los antes de introduzir o currículo previsto no curso superior, compreender como ele interage com a tecnologia, que tipo de acesso à internet ele geralmente dispõe, quanto tempo tem para estudar, quais as estratégias e recursos para ensinar que mais o atraem são apenas algumas das atividades que não podem ser ignoradas.
Há muitos aspectos a serem levados em consideração quando se busca fazer a oferta de um curso superior de qualidade no formato EAD.
Além disso, em teoria, nos cursos de licenciatura e pedagogia é obrigatório o estágio supervisionado. É exigido que ofereçam oportunidades para os alunos acompanharem e experenciarem práticas de sala de aula, mas isso nem sempre acontece.
E não faltam relatos de cursistas afirmando que suas experiências presenciais pouco ou em nada ajudaram a prepará-los para a prática docente.
Há quem se licencie como professor somente assistindo a outros professores, como estratégia “para contar as horas” obrigatórias. Uma licenciatura em Matemática, por exemplo, não se resume a aprender os conceitos elementares de matemática que irá ensinar. É preciso saber a realidade da profissão: preparar aulas, administrar conflitos, aplicar métodos de ensino, ou seja, reconhecer a complexidade que envolve a dinâmica do processo educacional.
Pelos pontos expostos acima, além de outros que não apresentamos neste momento, é que os cursos de graduação na área de educação são alvos constantes de críticas.
Além dos conhecimentos acadêmicos, é fundamental que os professores desenvolvam habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência e inteligência emocional, habilidades tecnológicas e aprendam a ter um olhar atento e diálogo com a comunidade do entorno. Todos esses aspectos são fundamentais para lidar com a diversidade de perfis e necessidades dos alunos e ajudam a promover um ambiente acolhedor e estimulante, capaz de estabelecer relações de confiança entre as partes.
Os problemas educacionais do país são inúmeros, não importa para qual estatística se olhe, mas me parece urgente pensarmos fortemente na qualidade da formação dos profissionais que estão ou estarão no dia a dia dialogando com nossos filhos e ajudando a formá-los como cidadãos críticos e participativos na sociedade do século XXI.
Aos que já estão em sala de aula, oferecer uma formação continuada de qualidade e moderna, voltada ao uso das tecnologias digitais, a implementação de metodologias ativas e estratégias para trabalhar o desenvolvimento das competências socioemocionais, e aos que estão nos bancos escolares, antes de tudo, mais realismo e prática.
O Ministério da Educação, de seu lado, não tem ignorado esses problemas e em meados de julho realizou o primeiro Ciclo Formativo do Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação Inicial e Continuada de Professores e Diretores Escolares (Pril). Participaram, ao todo, 12 instituições de educação superior com o objetivo de apresentar relatórios com iniciativas para reverter a má formação e também mostrar, com exemplos, boas práticas para aprimorar a licenciatura, além de propostas para encaminhamentos futuros.
Não há uma fórmula mágica a ser alcançada. Investir na qualidade é indiscutível. Durante o evento, mesmo com os benefícios do EAD, a importância dos cursos presenciais de licenciaturas ganhou destaque. Porém, mesmo os presenciais devem acontecer de maneira integrada a ambientes virtuais de aprendizagem e programas como o LABCRIE – Laboratórios de Criatividade e Inovação para a Educação Básica, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Formação continuada segue como o norte das discussões assim como os programas de pós-graduação e as parcerias consolidadas com redes de ensino da educação básica. Os currículos desses cursos focam em experiências de flexibilização, especialmente em interface com programas de extensão e de interdisciplinaridade nas licenciaturas.
O Programa, vale notar, foi instituído pela Portaria nº 412 de 17 de junho de 2021 com uma meta ambiciosa: induzir a oferta de cursos de licenciaturas e de formação continuada inovadoras, a fim de atender às necessidades e à organização da atual política curricular da educação básica e da formação de professores e diretores escolares para atuarem nessa etapa de ensino.
Mas também, além de todas as tecnicalidades, precisamos nos atentar a um ponto indispensável: o de atrair jovens que queiram estar nesta carreira inspiradora. E, para atrair e reter profissionais qualificados, é fundamental valorizar a carreira docente.
Isso inclui a implementação de políticas que garantam salários adequados e progressão na carreira, além de reconhecimento público pela importância do trabalho realizado.
Há bons exemplos de que esta equação dá certo e traz bons resultados educacionais. Finlândia, Canadá, Singapura e Japão são bons exemplos. Em todos, os professores são bem remunerados, têm autonomia para fazer a gestão da sala de aula e são envolvidos constantemente em estratégias de formação continuada.
Nesses países, ingressar em um curso superior na área é extremamente difícil e as vagas são preenchidas, majoritariamente, pelos melhores alunos egressos da educação básica, além de serem altamente valorizados e respeitados.
O resultado na educação, na economia e, por consequência, no desenvolvimento social não poderia ser diferente. Se olharmos o PIB destes países temos a Finlândia em 44°lugar, Singapura em 38°, Canadá em 10° e Japão em 3°, segundo dados do FMI de 2021. Todos bem-posicionados, principalmente se levarmos em consideração o tamanho desses países e seus recursos naturais.
Já se olharmos pela perspectiva da educação temos Singapura em 2° lugar, Japão em 4°, Canadá em 6° e Finlândia em 7°, de acordo com registros da OCDE de 2018. E, em relação à desigualdade social, temos Finlândia, Canadá e Japão, os 3 para além do 20° lugar, segundo a ONU, em 2020.
Enquanto isso, o Brasil tem como indicadores: PIB em 9°lugar, Educação em 57° e 8°lugar em desigualdade social. Ou seja, somos uma das maiores potências do mundo, mas na mesma proporção uma das mais desiguais, o que se reflete na violência e na corrupção que vemos fazer parte do nosso cotidiano.
Se não dermos a devida atenção para a educação, o que significa inclusive investir na formação e valorização do professor, estaremos cada vez mais reféns e suscetíveis a situações de violência e risco, fruto de uma sociedade sem oportunidades.
Se a resposta para quase todos os problemas sociais e econômicos é “investir em educação de qualidade”, seria magnífico se realmente exigíssemos de nossos governantes os melhores resultados, visto que investimento há e não é pouco. Com o 2° maior orçamento, que representa 6% do PIB e supera a média dos países desenvolvidos, o Ministério da Educação, junto com Estados e Municípios, tem recursos suficientes para transformar esta realidade e colocar o Brasil em um novo patamar.
A melhoria da qualidade da educação é uma questão urgente e somente com um novo olhar, muita disposição, coragem e conhecimento técnico será possível mudar a realidade, permitindo que nossas crianças e jovens tenham e possam perseguir seus sonhos.
Já passou da hora (e muito) de valorizar nossos professores. Procrastinar só irá acentuar a formação de uma geração de docentes despreparada para colocar o Brasil no lugar que merece: o de uma nação potente e dedicada a preservar e fortalecer seu capital intelectual.