Relógio biológico rende Nobel de Medicina a três americanos
Os pesquisadores foram reconhecidos por suas "descobertas dos mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano" - conhecido como relógio biológico
EFE
Publicado em 2 de outubro de 2017 às 07h01.
Última atualização em 2 de outubro de 2017 às 11h14.
Copenhague - Os americanos Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young foram os ganhadores do prêmio Nobel de Medicina 2017, por suas "descobertas dos mecanismos moleculares que controlam o ritmo circadiano" - conhecido como relógio biológico -, anunciou nesta segunda-feira a Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo.
Os mecanismos ajudam a explicar, por exemplo, por que pessoas que viajam longas distâncias ao longo de vários fusos horários costumam sofrer de jet lag, e têm implicações mais abrangentes para a saúde, como o risco maior de ter certas doenças.
"As descobertas (dos três cientistas) explicam como plantas, animais e humanos adaptam seu ritmo biológico de forma que seja sincronizado com as revoluções da Terra", disse a Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska da Suécia em um comunicado.
Os ganhadores usaram moscas-das-frutas para isolar um gene que controla o ritmo biológico diário normal e mostraram como este gene codifica uma proteína que se acumula na célula durante a noite e se degrada durante o dia.
"O relógio regula funções críticas, como comportamento, níveis hormonais, sono, temperatura corporal e metabolismo", afirmou a Assembleia do Nobel ao conceder o prêmio equivalente a 1,1 milhão de dólares.
Thomas Perlmann, secretário do Comitê do Nobel do Instituto Karolinska, descreveu a reação de Rosbash ao ser informado da homenagem: "Ele ficou em silêncio, e depois disse 'você está brincando'".
A medicina é o primeiro prêmio Nobel anunciado a cada ano. As homenagens por conquistas na ciência, literatura e paz foram criadas de acordo com o testamento de Alfred Nobel, empresário e inventor da dinamite, e são concedidas desde 1901.
Os premiados com o Nobel de medicina incluem grandes cientistas, como Alexander Fleming, descobridor da penicilina, e Karl Landsteiner, cuja identificação de tipos sanguíneos diferentes abriu caminho para as transfusões seguras.
O prêmio já teve suas polêmicas, especialmente quando visto em retrospecto, como aquele concedido em 1948 pela descoberta do DDT, um produto químico que ajudou a combater epidemias, mas mais tarde foi proibido devido aos danos que causa ao meio ambiente.