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Remédio experimental contra Alzheimer falha em ensaio clínico

"É extremamente decepcionante saber que este fármaco não ofereceu uma mudança significativa para as pessoas que vivem com demência", disse uma pesquisadora

Doença: David Reynolds, do Instituto de pesquisa britânico Alzheimer's Research, disse que já se passaram quase 15 anos desde que uma droga para a doença de Alzheimer chegou ao mercado (Thinkstock/Thinkstock)
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AFP

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 14h02.

Um medicamento experimental para combater a doença de Alzheimer chamado solanezumab falhou em um grande ensaio clínico, disse a gigante farmacêutica americana Eli Lilly nesta quarta-feira, enquanto especialistas consideraram os resultados "decepcionantes".

"O solanezumab não cumpriu o objetivo primário no ensaio clínico EXPEDITION 3, um estudo de fase 3 em pessoas com demência leve devido à doença de Alzheimer", disse uma declaração.

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As pessoas tratadas com o fármaco "não experimentaram uma desaceleração estatisticamente significativa do declínio cognitivo em comparação com os doentes tratados com placebo".

A Eli Lilly disse que vai abandonar as tentativas de obter aprovação regulatória para o solanezumab, um anticorpo injetável, como um tratamento para a demência leve.

"Os resultados do ensaio com o solanezumab EXPEDITION 3 não foram o que esperávamos e estamos desapontados pelas milhões de pessoas à espera de um tratamento potencialmente modificador da doença de Alzheimer", disse John Lechleiter, diretor-executivo da empresa.

Em julho, a Eli Lilly disse que os resultados intermediários dos testes com o fármaco eram "promissores".

"Depois de notícias positivas no último verão, tínhamos grandes esperanças de que esta droga se tornasse a primeira a retardar a doença de Alzheimer", disse Jeremy Hughes, diretor-executivo da Sociedade de Alzheimer.

"É extremamente decepcionante saber que este fármaco não ofereceu uma mudança significativa para as pessoas que vivem com demência, quando a necessidade é claramente tão grande".

David Reynolds, do Instituto de pesquisa britânico Alzheimer's Research, disse que já se passaram quase 15 anos desde que uma droga para a doença de Alzheimer chegou ao mercado.

"Infelizmente, mais de 99% dos ensaios clínicos para novas drogas de Alzheimer falharam desde então", escreveu Reynolds em um post de blog.

"Para terem sucesso em ensaios clínicos, novas drogas contra o Alzheimer precisam mostrar benefícios para a memória e o pensamento que superem qualquer efeito de um placebo", acrescentou.

"Infelizmente, até agora nenhuma droga superou este obstáculo, e a solanezumab também ficou aquém".

Nenhum dos tratamentos disponíveis no mercado é capaz de estacionar a demência.

A Organização Mundial da Saúde diz que 36 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de demência. O número de casos deve chegar a mais de 65 milhões em 2030, e triplicar para 115 milhões em 2050.

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