Pessoas com níveis altos de ômega 3 têm menos risco de morte por covid-19, diz pesquisa
Mais estudos precisam ser feitos para confirmar a hipótese. Ômega 3 pode ter papel importante para evitar tempestade de citocina
Tamires Vitorio
Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 08h30.
Uma pesquisa realizada pelo Fatty Acid Research Institute (FARI) , nos Estados Unidos, aponta que pessoas com níveis mais altos de ômega 3 no sangue têm menos risco de morte causada pelo novo coronavírus . Segundo os cientistas, a gordura boa tem efeitos benéficos em quadros de infecção por covid-19. Mais estudos precisam ser feitos para confirmar a hipótese.
Para chegar a essa conclusão foram analisadas amostras sanguíneas de 100 pacientes hospitalizados. A quantidade de ômega 3 foi medida no sangue de cada um dos pacientes, sendo que eles foram separados em quatro grupos, dependendo do nível de O3I em seu sangue. Do total, 14 morreram – apenas um deles estava no grupo de total mais alto de ômega 3.
De acordo com os pesquisadores, as pessoas com mais de 5,7% de O3I no sangue eram 75% menos prováveis de morrer quando comparadas com aqueles que estavam no grupo de menor nível (abaixo de 0,07%). Isso quer dizer que o risco relativo de morte era quatro vezes mais alto para aqueles que apresentavam menor quantidade de ômega 3 no sangue.
"Esse estudo piloto sugere fortemente que essa gordura marinha pode ajudar a reduzir o risco de resultados adversos em pacientes com covid-19. Estudos maiores obviamente precisam ser feitos para confirmar essas descobertas preliminare s", afirmou Arash Asher, coautor do estudo.
Para James H. O'Keefe, cardiologista não envolvido no estudo, o ômega 3 tem capacidades anti-inflamatórias importantes para a luta contra a covid-19, em especial contra a tempestade de citocina – pesquisas apontam que, em algumas pessoas, o coronavírus faz com que o sistema imunológico entre em colapso logo no começo dos sintomas e causa uma hiper-reação chamada de tempestade de citocina, capaz de prejudicar severamente os pulmões e levar a problemas respiratório sérios e até à morte.
Essa reação exagerada pode acontecer em qualquer idade, mas é menos comum em crianças e adolescentes e acontece quando o corpo humano continua a batalhar contra o vírus mesmo quando ele deixa de ser uma ameaça, liberando essas citocinas até que o corpo chega a um nível exaustivo. No fim, é ela que causa a morte em vez do vírus, atacando diversos órgãos, como os pulmões (muitas vezes severamente afetados pela covid-19) e os rins.