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Pessoas altas correm mais risco de desenvolver câncer, aponta estudo

Risco estaria associado ao fato de essas pessoas terem mais células para que a doença se espalhe

Pessoas altas: análise da população em três continentes aponta um risco 10% maior de contrair a doença para cada 10 cm de altura (Reprodução/Reuters)
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AFP

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 14h14.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 15h00.

Pessoas altas correm um risco maior de desenvolver câncer , em parte porque possuem mais células para que a doença se espalhe, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira, 24.

Pesquisadores nos Estados Unidos analisaram a população em três continentes e descobriram que o risco de câncer em homens e mulheres é 10% maior para cada 10 cm de altura.

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O câncer se desenvolve quando o controle normal pelo corpo das células deixa de funcionar, abrindo caminho para o desenvolvimento de células cancerígenas que se manifestam como tumores.

O estudo, publicado na revista Proceedings of Royal Society B, sugere que o risco de desenvolver diferentes tipos de câncer é mais provável em pessoas altas, simplesmente porque eles têm mais células e, portanto, maior probabilidade que essas células se tornem cancerosas.

"Isso significa que esse risco extra (...) não pode ser reduzido", afirmou Leonard Nunney, da University of California Riverside, autor do estudo.

Acredita-se que alguns mamíferos, como elefantes e girafas, cujos corpos têm mais células do que animais menores, desenvolveram defesas adicionais contra o câncer, mas não há evidências de que isso funcione da mesma maneira em indivíduos como seres humanos.

A altura média varia por região, mas nos Estados Unidos, a média para os homens é de 176 cm e para as mulheres de 162 cm.

Os pesquisadores já estabeleceram que pessoas altas têm um risco maior de câncer em geral. Mas o estudo de Nunney sobre populações nos Estados Unidos, Europa e Coreia do Sul mostra que esse é provavelmente o caso porque elas têm mais células onde algo pode acontecer.

Em particular, pessoas de maior estatura têm um risco maior de desenvolver melanoma porque têm uma proporção maior de células e simplesmente mais pele do que pessoas de estatura média.

No entanto, o risco de câncer de estômago, bucal ou cervical em mulheres parece não estar relacionado à altura.

A altura é largamente determinada por genes, mas Nunney argumenta que o ambiente durante a infância também tem um efeito e, portanto, um impacto associado ao risco de câncer.

"O ambiente e fatores genéticos atuam durante a infância e ambos têm um forte efeito sobre a altura adulta", disse ele. "Não há razão para acreditar que seus efeitos sobre o risco de câncer sejam diferentes, já que o vetor é o número de células".

A obesidade na idade adulta é conhecida por aumentar o risco individual de câncer, mas por uma razão diferente da altura.

Ao contrário da altura, a obesidade aumenta o tamanho das células, mas não cria muitas mais.

"Portanto, a causalidade de um aumento no risco de câncer relacionado à obesidade é diferente daquela do efeito da altura", acrescenta Nunney.

O pesquisador aponta, no entanto, que pessoas altas não devem se preocupar porque a altura não é o único ou principal fator para o desenvolvimento da doença.

"Eu não acho que medidas extremas sejam necessárias em geral: o efeito é estatístico e relativamente pequeno para a maioria das pessoas", disse ele.

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