Ciência

Observatório europeu confirma degelo recorde na Antártica

A redução do gelo marinho acende um alerta sobre o aumento do nível do mar, porque é água salgada que simplesmente estava congelada

Blocos de gelo flutuando: à deriva na ilha Rei George, na Antárica, em 1º de fevereiro de 2018 (Foto/AFP)

Blocos de gelo flutuando: à deriva na ilha Rei George, na Antárica, em 1º de fevereiro de 2018 (Foto/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de março de 2023 às 16h55.

O gelo marinho na Antártica registrou queda recorde em fevereiro pelo segundo ano consecutivo, como tem acontecido por uma década, informou o observatório europeu do clima Copernicus.

A área de gelo do oceano ao redor do continente antártico tinha superfície de 2,09 milhões de quilômetros quadrados em 16 de fevereiro, o menor nível desde o início da medição em 1978, informou o observatório Copernicus à AFP.

Outro indicador importante, a "extensão diária do gelo" na Antártica, "também atingiu um  mínimo histórico, superando o recorde anterior de fevereiro de 2022", informou o serviço de monitoramento.

O Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve (NSIDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos já havia alertado no mês passado para a redução da massa de gelo, mas anunciou uma superfície menor, de 1,79 milhão de km2.

O serviço Copernicus atribuiu a divergência de dados a "algoritmos diferentes" de medição da área.

A extensão do gelo sobre o oceano do Polo Sul diminui e é recomposta ciclicamente a cada ano, com variações a cada estação, mas a redução detectada pelos serviços de monitoramento europeus e americanos se tornou mais intensa.

A redução do gelo marinho representa um aumento do nível do mar, porque é água salgada que simplesmente estava congelada.

Mas ao descongelar, esta barreira revela a grande massa continental congelada, que sofre os efeitos do oceano.

Este gelo é de água doce e, em caso de descongelamento, poderia causar uma catástrofe.

O observatório europeu do clima Copernicus confirmou nesta terça-feira que o gelo marinho na Antártica registrou queda recorde em fevereiro pelo segundo ano consecutivo, como tem acontecido por uma década.

O gelo marinho tem outro papel importante, o denominado efeito albedo, a quantidade de radiação solar que uma determinada superfície reflete de volta para a atmosfera. À medida que derrete, este é substituído pela massa escura do oceano, que absorve mais luz, o que contribui para as mudanças climáticas.

De acordo com os dados do Copernicus, a área de gelo marinho antártico em fevereiro deste ano ficou 34% abaixo da média, batendo assim o recorde mensal de fevereiro de 2017.

Este é o oitavo ano consecutivo em que acontece o fenômeno de avanço do degelo, superando a média histórica registrada.

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticasAntártica

Mais de Ciência

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus

Reino Unido testa remédios para perda de peso para combater desemprego