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Novo estudo mostra que grávidas não transmitem Covid-19 para filhos

Estudo realizado por cientistas chineses aponta que mães infectadas com Covid-19 não transmitem o vírus para recém-nascidos

Covid-19: mães grávidas não transmitem o vírus para filhos, segundo pesquisa (David McNew/Getty Images/Reprodução)
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Maria Eduarda Cury

Publicado em 16 de março de 2020 às 18h53.

Última atualização em 16 de março de 2020 às 22h57.

São Paulo - Em um novo estudo, publicado na revistaFrontiers in Pediatrics, cientistas chineses relatam que a transmissão de coronavírus não deve ocorrer de mãe para filho(a). Com base nos casos de mães que foram infectadas na China , os pesquisadores descobriram que o vírus não foi transmitido para os recém-nascidos durante a gravidez .

Os quatro bebês que nasceram no Hospital Union de Wuhan fizeram parte, juntamente com a mãe, do estudo chinês focado em observar o estado de saúde dos filhos. Apenas três das quatro mães que deram à luz enquanto ainda estavam infectadas pelo Covid-19 aceitaram participar dos testes.

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Depois de isolados em unidades de terapia neonatal intensiva, os bebês tiveram a saúde analisada e os pesquisadores registraram que nenhum dos três desenvolveu sintomas graves relacionados ao coronavírus, como tosse contínua e febre alta. Os recém-nascidos, durante o período que antecedeu os testes, também foram alimentados com fórmulas, com a intenção de diminuir o contato inicial com as mães.

No entanto, um dos filhos das pacientes apresentou um pequeno problema respiratório, que durou cerca de três dias e foi tratado por ventilação hospitalar - que é uma técnica mecânica para estimular o sistema respiratório do paciente por meio de aparelhos. Outro bebê teve erupções no corpo, que foram embora sem a intervenção dos médicos. Yalan Liu, professor naUniversidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan, disse que não é possível afirmar que as condições acima tenham sido causadas pelo Covid-19.

Após curados, todos os bebês foram reportados como saudáveis, assim como suas respectivas mães. No estudo anterior, que contou com nove mães, também não foi identificada nenhuma transmissão da infecção viral de mãe para filho - e todos os partos foram realizados por cesariana. Liu, que acompanhou ambos os estudos, acredita que esse é o método mais seguro para conter a contaminação."Para evitar infecções causadas pela transmissão perinatal e pós-natal, nossos obstetras acham que a cesariana pode ser mais segura. Apenas uma mãe grávida adotou o parto vaginal por causa do início do processo de trabalho de parto. O bebê estava normal. Talvez o parto vaginal seja bom, mas precisa de mais estudo", disse o pesquisador em nota.

Os autores concordaram que ainda são necessárias mais pesquisas para afirmar, com mais certeza, a possibilidade de recém-nascidos e crianças serem infectados com o vírus. O teste atual garante uma confiabilidade de 71%, porcentagem que precisa aumentar para que o teste se torne mais preciso. Para testes futuros, os pesquisadores relataram que estão coletando amostras adicionais dos bebês - como placenta, liquido amniótico, sangue e líquido gástrico -, em que o vírus possa se alocar.

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