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Matéria escura pode ser mais uniforme do que se pensava

Foi estudado como a luz de 15 milhões de galáxias distantes é afetada pela influência gravitacional da matéria nas escalas maiores do universo

Matéria escura: resultados das análises são aparentemente incompatíveis com as conclusões anteriores (NASA/CXC/SAO/E.Bulbul, et al./Reprodução)
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EFE

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 14h36.

Berlim - Um novo estudo realizado por uma equipe internacional de astrônomos sugere que a matéria escura pode ser menos densa e estar distribuída de forma mais uniforme no espaço do que se pensava, informou nesta quarta-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês).

O grupo analisou as imagens da pesquisa KiDS (Kilo Degree Survey), captadas com o telescópio VST, instalado no Observatório Paranal, no Chile, para estudar como a luz de 15 milhões de galáxias distantes é afetada pela influência gravitacional da matéria nas escalas maiores do universo.

Ao citar um dos parâmetros cosmológicos fundamentais, Massimo Viola, do Observatório de Leiden (Países Baixos) e codiretor da equipe, afirmou que os resultados obtidos indicam que a "matéria escura da rede cósmica, que representa um quarto do conteúdo do universo, é menos densa que achávamos previamente".

As imagens captadas pelo VST cobriam cinco regiões do céu, que totalizavam uma área equivalente a 2.200 vezes o tamanho da lua cheia.

Os intrigantes resultados das análises realizadas pelos cientistas são aparentemente incompatíveis com as conclusões anteriores extraídas das imagens da missão espacial do satélite Planck da Agência Espacial Europeia.

Konrad Kuijken, do Observatório de Leiden e principal cientista da pesquisa KiDS, concordou na ressalva "às divergências interessantes com a cosmologia de Planck".

"As futuras missões, como o satélite Euclides e o grande telescópio para rastreamentos sinóticos (LSST) nos permitirão repetir essas medições e compreender melhor o que é realmente o universo está nos dizendo", completou.

Para Hendrik Hildebrandt, do Instituto Argelander de Astronomia, e também codiretor do grupo, as descobertas dos astrônomos ajudarão a refinar os modelos teóricos sobre o crescimento do universo durante quase 14 bilhões de anos.

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