Ciência

Maior estudo brasileiro diz que cloroquina não é eficaz contra covid-19

Remédio também não reduziu a mortalidade do vírus. Em 15 dias, número de óbitos para os tratados com a cloroquina foi parecido com o dos outros tratamentos

Cloroquina: remédio não mostrou eficácia contra covid-19 (Foto/AFP)

Cloroquina: remédio não mostrou eficácia contra covid-19 (Foto/AFP)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 23 de julho de 2020 às 16h39.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 19h56.

O maior estudo já feito sobre a hidroxicloroquina no Brasil mostrou que a medicação não tem eficácia no tratamento do novo coronavírus.  A medicação foi administrada por até 15 dias e, no fim do período, nem o uso da cloroquina sozinha e nem quando combinada com a azitromicina demonstrou algum benefício em relação ao tratamento padrão para os casos da doença.

A cloroquina também não reduziu a mortalidade do vírus e, em 15 dias, o número de óbitos para quem tomou a medicação foi parecido com o dos outros tratamentos.

Cerca de 667 pacientes participaram do estudo, os homens eram a maioria e os voluntários tinham quadros leves ou moderados da doença. O estudo, feito pela união de hospitais brasileiros batizado de Coalizão covid-19, foi randomizado e dividido em três grupos, um que recebia o tratamento comum para a covid-19, outro que recebia o tratamento comum mais uma dose de 400 miligramas da medicação duas vezes ao dia e um terceiro grupo que tomava as duas doses da cloroquina mais 500 miligramas de azitromicina por 7 dias. Os resultados foram coletados entre os dias 29 de março e 2 de junho .

A pesquisa também mostra que alterações em exames de eletrocardiograma são mais comuns em pessoas que foram tratadas com a cloroquina, bem como lesão hepática.

O estudo brasileiro é divulgado exatamente uma semana após cientistas da Universidade de Oxford afirmarem em um estudo preliminar que a cloroquina não tem benefícios contra o vírus e que também é responsável pelo agravamento da doença e pela morte de alguns pacientes.

A pesquisa foi publicada na revista científica New England of Journal Medicine

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