Estudo aponta que vacina de Oxford deve funcionar melhor em duas doses
Pesquisa do Instituto Pirbright revelou que uma primeira dose inicial seguida por uma dose de reforço da vacina provocou uma reação imunológica mais forte
Reuters
Publicado em 23 de junho de 2020 às 10h28.
Última atualização em 23 de junho de 2020 às 10h29.
Um teste da vacina experimental contra covid-19 da AstraZeneca em suínos mostrou que duas doses do remédio produziram uma reação de anticorpos maior do que uma única dose.
Uma pesquisa divulgada pelo britânico Instituto Pirbright nesta terça-feira revelou que uma primeira dose inicial seguida por uma dose de reforço da vacina provocou uma reação imunológica mais forte do que uma única dose. Isto sugere que a abordagem de duas doses pode ser mais eficiente para oferecer proteção contra a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
"Os pesquisadores viram um aumento acentuado de anticorpos neutralizadores, que se ligam ao vírus de uma maneira que impede a infecção", explicou a equipe do Pirbright em um comunicado. Eles acrescentaram, porém, que ainda não se sabe qual nível de reação imunológica será necessário para proteger humanos.
A vacina ChAdOx1 nCoV-19, também conhecida como AZD1222, foi desenvolvida originalmente por cientistas da Universidade de Oxford que agora estão trabalhando com a AstraZeneca no desenvolvimento e na produção.
"Estes resultados parecem animadores por mostrarem que administrar duas injeções... fortalece a reação de anticorpos que podem neutralizar o vírus, mas é a reação em humanos que é importante", disse Bryan Charleston, diretor do Pirbright.
A AZD1222 já está em testes com humanos, e a AstraZeneca diz que aguarda dados sobre sua eficiência para o final do ano.
Dados preliminares de um testes com seis macacos apontaram que alguns destes que receberam uma dose desenvolveram anticorpos contra o vírus em 14 dias e que todos desenvolveram anticorpos protetores em 28 dias.
Mais de 100 vacinas estão sendo desenvolvidas no mundo para se tentar controlar a pandemia, que já matou milhares de pessoas.
Stephen Griffin, professor-associado da Universidade de Leeds que não se envolveu diretamente no trabalho, disse se tratar de um "avanço animador" que mostrou que "uma assim chamada estratégia de 'reforço inicial' dá ensejo a reações muito melhores" do que uma única dose.
"Embora seja necessário repetir estes estudos com humanos... este é um estudo encorajador."