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Células da medula óssea ajudam pacientes com pseudoartrose

O estudo consistiu em injetar células-tronco da medula óssea com potencial de se transformarem em osso, em tendão ou em músculo no local da fratura


	SUS: a expectativa do ortopedista é usar a terapia, com células da medula óssea, no SUS a partir de 2015
 (Agência Brasil)

SUS: a expectativa do ortopedista é usar a terapia, com células da medula óssea, no SUS a partir de 2015 (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 15h42.

Rio de Janeiro - Pesquisa do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) aponta que o uso de células de medula óssea pode ajudar na recuperação de fraturas em pacientes com pseudoartrose, que enfrentam dificuldades em consolidação de fraturas.

O ortopedista João Matheus Guimarães, coordenador de Ensino e Pesquisa do Into, explicou que quem sofre de pseudoartrose não apresenta a evolução natural que leva à formação de um novo osso no local da fratura, popularmente chamado de calo ósseo, que consolida a fratura.

Nesses casos, o processo de formação do calo ósseo termina na fibrose, sem as etapas posteriores de cicatriz, cartilagem e, finalmente, o osso. “Quando o processo para na fibrose, é o que a gente chama de pseudoartrose ou falsa articulação, que é a não consolidação [da fratura]”, disse à Agência Brasil.

O estudo consistiu em injetar células-tronco da medula óssea com potencial de se transformarem em osso, em tendão ou em músculo, chamadas multipotenciais, no local da fratura.

As células foram retiradas dos próprios pacientes.

“São essas [multipotenciais] que nós injetamos no foco [da fratura] e elas, naquele meio, viraram osso”, explicou. A pesquisa constatou também que os pacientes que receberam mais células da medula óssea tiveram maior consolidação das fraturas.

Testes indicam 50% de consolidação da fratura, usando a técnica. “Uma das coisas que influiu foi, exatamente, a parte genética”.

A pesquisa identificou também que a predisposição genética pode interferir na consolidação de fraturas.

Foram estudados dois genes que estimulam tanto a formação do osso como da fibrose e verificou-se que alterações neles podem afetar o processo.

Foram avaliados os genes de 101 pessoas que tiveram consolidação da fratura, em comparação com 66 pacientes com pseudoartrose.

Além da questão genética, o ortopedista advertiu que uma cirurgia mal sucedida, uma fixação inadequada, também podem influenciar na recuperação. “Tem paciente que você faz tudo direito e não cola a fratura. E nesses pacientes [com pseudoartrose], a gente notou que tem essa diferença por meio de problema genético”.

A expectativa do ortopedista é usar a terapia, com células da medula óssea, no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2015, pois até o final do ano está prevista a inauguração do banco de células de medula óssea do Into.

“O que depende de você ampliar para a população toda é ter um laboratório com um banco de células, onde você possa multiplicar essas células. E, com isso, você consegue fazer em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse.

“A gente pode até, no futuro, estar cedendo células para outros hospitais, como já faz com o banco de tecidos”. O Into dispõe do único banco público de tecidos do país.

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