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Anticorpos produzidos por lhamas mostram eficácia no combate da covid-19

Proteína produzida pelos animais apresentou bons resultados para evitar a ação do vírus Sars-CoV-2 nas células. Resultados ainda são preliminares

Lhamas: animais podem ajudar a encontrar uma cura para o novo coronavírus (JUAN MABROMATA / Colaborador/Getty Images)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 11h14.

As lhamas podem ser essenciais no combate ao novo coronavírus . Isso é o que aponta um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame (NINDS), do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Os cientistas conseguiram isolar um conjunto promissor de anticorpos para combater a covid-19 a partir da coleta feita de células de uma lhama.

Os resultados preliminares do estudo foram publicados nesta semana na revista científica Scientific Reports . Eles mostram que um dos anticorpos coletados, chamado de NIH-CoVnb-112, pode prevenir infecções e detectar partículas de vírus ao agarrar-se às proteínas presentes no Sars-CoV-2.

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Os pesquisadores Thomas J. Esparza e David L. Brody também descobriram que, neste caso, uma cura para a doença poderia ser produzida sem a necessidade de injeções. O nanocorpo poderia funcionar igualmente bem em forma líquida ou aerossol, conforme reporte o Science Daily . Isso permite que o anticorpo possa ser inalado.

"Uma das coisas interessantes sobre os nanocorpos é que, ao contrário da maioria dos anticorpos regulares, eles podem ser aerossolizados e inalados para cobrir os pulmões e as vias aéreas", disse Brody.

Este anticorpo em especial é um nanocorpo produzido naturalmente pelo sistema imunológico dos camelídeos, grupo de animais que inclui camelos, lhamas e alpacas. São anticorpos menores, com um décimo do peso dos anticorpos humanos. São também considerados mais estáveis e com produção mais fácil e barata do que um anticorpo comum.

"A proteína do vírus Sars-CoV-2 atua como uma chave, abrindo portas para outras infecções quando se liga a uma proteína chamada receptor da enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2)”, afirmou Esparza, principal autor do estudo. "Desenvolvemos um método que isolaria os nanocorpos que bloqueiam as infecções, cobrindo os dentes da proteína que se liga e desbloqueia o receptor ACE2."

Em experimentos realizados com células em placas de Petri, os cientistas descobriram que o nanocorpo NIH-CoVnB-112 foi eficaz na prevenção de infecções por coronavírus ao impedir que uma réplica do vírus da covid-19 pudesse infectar células isoladas em laboratório.

Ainda há muito o que ser feito até que esses nanocorpos possam realmente ser classificados como a cura para covid-19. Mas os primeiros resultados são promissores. Agora, os pesquisadores esperam o registro de patente da descoberta. “Com o apoio do NIH, estamos avançando rapidamente para testar se esses nanocorpos podem ser tratamentos preventivos seguros e eficazes para COVID-19”, disse Esparza.

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