Agência americana deve decidir o futuro da vacina J&J nesta sexta
Imunizante da Johnson & Johnson foi suspenso nos EUA após casos raros de coágulos. No entanto, a liberação pode ser crucial para a vacinação global
André Lopes
Publicado em 23 de abril de 2021 às 06h00.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC,na sigla em inglês) — braço da Food and Drug Administration (FDA), agência responsável pela vigilância sanitária nos EUA — se reúnenesta sexta-feira, 23,para discutir se a pausa no uso da vacina contra covid-19 da Johnson & Johnson deve continuar. O congelamento veio após seis pessoas desenvolveramefeitos colateraisrarosenvolvendo coágulos sanguíneos .
A decisão, sefavorável, vai definir com mais precisãoasações futuras do governo Biden na compra de novos imunizantes,e ajudar países que ainda possuem pouco estoque de vacinas. Tambémsoma forças noganho de velocidade das campanhas devacinação mundiais, frente aoiminente surgimento denovas cepas do novo coronavírus, que tem se mostrado mais transmissíveis
De acordo com RochelleWalensky, diretora doCDC, as vacinas em aplicação nos EUA podem estar atingindo um platôimunizante, com as novas variantes se espalhando. Escalar os esforços de vacinação em mais empresas é urgente para conter o avanço de formas mais graves da doença.
A favor da vacina está o fato de que nenhum outro caso de trombose foi confirmado desde o início da pausa. Além disso, o comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos ponderou na terça-feira, 20, que há sim uma associação entre os casos raros de trombose e a vacina, mas que os benefícios superam qualquer risco.
Emanálise geral, oscoágulos sanguíneos causados por vacinas são extremamente raros. No caso da vacina da Johnson & Johnson,émenos de 1 caso por milhão ou taxa de 0,0001%. Para a vacina da AstraZeneca, a taxaé de0,0004%.É possível cravar que mulheres queusam anticoncepcional oraltem de4 a 6 vezes mais chance de desenvolverem trombose do que pessoas que foram vacinadas contra covid-19. Logo,o levantamentoque será apresentado peloCDCno dia de hoje dedeveir no sentindo de aprovar o uso emergencial da J&J.
O imunizante é esperado, sobretudo, por conseguir66%de eficáciana prevenção da covid-19 de diversas variantes em um teste global com quase 44 mil pessoas. A porcentagemvariou em cada país onde foi testado: Estados Unidos obteve 72%; enquanto a América Latina teve 66% e a África do Sul 57%, mas, sua eficácia para impedir casos graves da doença foi de 85%.
Fora os bons números de proteção, a vacinapodeser armazenada à temperatura de geladeirascomuns,egarantiranticorpos suficientescom uma única aplicação. Trata-se deuma vantagem competitiva em países com infraestrutura de saúde mais fraca.