Vivo em alta

São Paulo - A companhia espanhola Telefónica anunciou no final de julho que vai adquirir ações da Vivo, empresa de telefonia móvel, no valor de 17 bilhões de reais. Com isso, a empresa espanhola se tornará dona de 60% da Vivo e passará a ser controladora da Vivo, mas o negócio ainda precisa de aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão regulador do setor, que deve sair até setembro.

Quem tem ações ordinárias da Vivo (papéis que dão direito aos acionistas de definir os rumos da empresa em assembleias) ou ações preferenciais (as que dão preferência na hora de receber dividendos) será favorecido pela transação. Com a fusão, a Vivo pode dar início a um plano de expansão internacional. As notícias são boas, mas os investidores têm de ficar atentos a dois fatores.

A primeira coisa para ficar de olho é a oferta de compra de ações que a Telefónica deve anunciar nos próximos 90 dias. A empresa deve adquirir ações ordinárias dos acionistas minoritários da Vivo. O valor da compra dos papéis pode chegar a 120 reais, segundo cálculos de analistas, quase 10% a mais do que a cotação das ações na última sexta-feira de julho.

Esse tipo de transação é conhecido no mercado financeiro como tag along e foi criada para evitar que os minoritários sejam prejudicados em operações de compra de empresas. “Para quem quiser vender ações ordinárias é uma boa oportunidade”, diz Maria Tereza Azevedo, analista de telecomunicações da Link Investimentos, de São Paulo.

Outro item a ser observado é como será feita a transação de incorporação das empresas. A tendência é que também haja uma união com a Telesp, concessionária de telefonia fixa em São Paulo e já pertencente à Telefónica. Tudo isso pode se refletir no preço das ações. Mas, segundo analistas, a perspectiva é de estabilidade no valor das ações. “As altas já foram inseridas nos preços dos papéis”, diz Maria Tereza. 

Quem não tem ações da Vivo, mas quer comprar papéis da companhia, precisa ficar atento aos momentos de baixa da bolsa de valores. A indicação de várias corretoras ainda é de compra dos papéis. “Não é um momento ruim para comprar ações, mas elas vão subir quase no mesmo ritmo do Ibovespa”, diz Maria Tereza. Desde o começo do ano, o Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas na bolsa de valores, subiu 9,8%. Já as ações ordinárias saíram de 51 reais para 109 reais. A cotação das ações preferenciais passou de 52 reais para 47 reais no mesmo período.