Carreira

Os altos salários pagos em 2012 e 2013 nunca mais vão voltar?

Pesquisa mostra que, de maio até agora, houve queda de 13% na média das remunerações oferecidas em oportunidades profissionais

Queda de salário (Gregory_lee/Thinkstock)

Queda de salário (Gregory_lee/Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 27 de novembro de 2016 às 06h00.

Última atualização em 27 de novembro de 2016 às 06h00.

São Paulo - Quem está procurando emprego já percebeu que os salários oferecidos estão mais baixos. Estudo conduzido pela Produtive Carreira e Conexões como Mercado observou, de maio até agora, uma queda de 13% na média das remunerações das oportunidades abertas.

A consultoria comparou os salários anteriores que 80 profissionais recebiam com as remunerações acertadas após transições de carreira. Quase 70% passaram a receber um salário menor do que antes. Seis por cento se recolocaram pelo mesmo salário e 25% conquistaram aumento.

Nas posições intermediárias, a queda média na remuneração foi de 11,43%, segundo a pesquisa. Para os cargos de gerente sênior, diretores e VPs a queda é maior: 16,83%.

Segundo Rafael Souto, presidente da Produtive, a crise não responde sozinha pelo encolhimento dos salários. “Até o fim de 2014 os salários vinham crescendo acima da média. Salários altos somados ao desaquecimento da economia resultaram nessa queda que a pesquisa mostra”, diz ele.

O descompasso entre a média salarial do Brasil e no restante do mundo, segundo Souto, surgiu durante os anos de 2012 e 2013, quando se falava em apagão de talentos por aqui. “Naquela época, o crescimento foi rápido e as empresas precisavam contratar para dar conta da demanda. Acabaram pagando o que fosse”, diz.

Só que esse aumento dos salários provocado pelo déficit de profissionais qualificados se mostrou caro demais e, com crise, muita gente foi demitida. Hoje com tanta gente disponível no mercado, as empresas conseguem contratar por menos.

A má notícia é que nada muda em curto prazo. “Pelos próximos cinco anos, teremos um regime salarial abaixo do patamar que víamos em 2012 e 2013”, diz Souto.

E como lidar com esse cenário?

A inflexibilidade na negociação salarial pode tornar a recolocação inviável, diz Souto. “Não tem jeito, a economia mudou. Aos nossos assessorados, recomendamos que é melhor aceitar a redução e voltar logo para o mercado pois temos visto muitas viúvas daquele boom salarial de 2012”, diz.

Mais resistência a esse conselho Souto têm encontrado entre os profissionais de níveis iniciais e intermediários para quem o drama da redução salarial é mais grave. “Quem mais sente são gerentes, coordenadores, supervisores e analistas. Uma redução de 15% em um salário de 6 mil, 7 mil reais faz muita diferença no orçamento”, diz. Já para a alta gestão, com remuneração que varia entre 25 mil e 70 mil reais, tem sido mais fácil aceitar porque, mesmo menor, a remuneração ainda é bem alta.

 

 

Acompanhe tudo sobre:carreira-e-salariosMercado de trabalhoSaláriosSalários de executivos

Mais de Carreira

O alvo dela é o pódio das Olimpíadas 2024: a história de Ana Luiza Caetano, do tiro com arco

Olimpíadas 2024: Veja seis lições de atletas olímpicos que podem inspirar carreiras corporativas

Olimpíadas 2024: 'Meu foco e minha cabeça estão 100% em Paris', diz a ginasta Rebeca Andrade

Como o RH pode contribuir para o desenvolvimento da inteligência emocional dos colaboradores

Mais na Exame