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Cursos de MBA, sob pressão, ficam bem mais práticos

As principais escolas do mundo modificam programas em busca de conexão com o mercado. No Brasil, o movimento é tímido

Manifestantes em Wall Street, Nova York: crise gerou mudança nas escolas (Emanuel Dunand/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 19h22.

São Paulo - Em janeiro deste ano a americana Harvard Business School, uma das escolas de negócios mais famosas do mundo, anunciou que está reformulando sua metodologia de ensino. Além do sistema de estudos de caso, que teve origem por lá e foi replicado mundo afora, Harvard dará mais atenção aos trabalhos em pequenos grupos e às experiências práticas.

O diretor acadêmico da escola, Nitin Nohria, resumiu no comunicado os objetivos da mudança: “Desenvolver líderes que façam a diferença no mundo”. Outras escolas conceituadas, como a também americana Wharton, reformularam o currículo de seu MBA no último ano.

“Os dez melhores MBAs do mundo estão revendo sua metodologia e migrando para estudo de caso aplicado, tentando chegar até o ambiente de trabalho do executivo e implementando melhoria na própria empresa, mas isso quase não chegou ao Brasil”, diz Otavio Moraes, diretor do Cedepe, escola de negócios com sede em Recife, Pernambuco.

Parte dessa mudança deve-se ao fato de que os MBAs passam por um período de inflexão e precisam se reinventar. A crise financeira internacional de 2008, que ainda provoca reflexos nos países ricos, teve repercussões negativas nas escolas de negócios.

Afinal, foi nelas que se formaram os líderes de companhias que sucumbiram na crise, por problemas de gestão e até de ética, disciplinas essenciais dos MBAs. O desempenho dos executivos no período difícil acendeu uma luz vermelha nas escolas: se esses líderes são despreparados, uma parcela da culpa é das escolas.

Por enquanto, as mudanças globais surtiram pouco efeito aqui, apesar de os cursos brasileiros seguirem os conteúdos consagrados internacionalmente. “Os melhores MBAs do Brasil usam cases de Harvard, Oxford, Stanford.

Será que não temos, como país, nada a oferecer?”, pergunta Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral , centro de desenvolvimento de gestores e executivos cujo campus fica em Nova Lima, Minas Gerais.

No Brasil, há também a reclamação sobre a localização dos cases. Quando Lívia Queiroz, de 31 anos, líder da equipe de comunicação em serviços da IBM, desistiu do curso de MBA, esse foi um dos motivos. “O curso era muito bom, mas muitos casos eram estrangeiros e ficavam distantes da minha realidade.”

Conversar com o coordenador do curso e com ex-alunos é uma forma de verificar a metodologia utilizada.  Fique atento à atualização. Algumas escolas brasileiras estão repensando certas disciplinas em seus currículos — e isso pode fazer a diferença em sua carreira no futuro.

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São Paulo - Em janeiro deste ano a americana Harvard Business School, uma das escolas de negócios mais famosas do mundo, anunciou que está reformulando sua metodologia de ensino. Além do sistema de estudos de caso, que teve origem por lá e foi replicado mundo afora, Harvard dará mais atenção aos trabalhos em pequenos grupos e às experiências práticas.

O diretor acadêmico da escola, Nitin Nohria, resumiu no comunicado os objetivos da mudança: “Desenvolver líderes que façam a diferença no mundo”. Outras escolas conceituadas, como a também americana Wharton, reformularam o currículo de seu MBA no último ano.

“Os dez melhores MBAs do mundo estão revendo sua metodologia e migrando para estudo de caso aplicado, tentando chegar até o ambiente de trabalho do executivo e implementando melhoria na própria empresa, mas isso quase não chegou ao Brasil”, diz Otavio Moraes, diretor do Cedepe, escola de negócios com sede em Recife, Pernambuco.

Parte dessa mudança deve-se ao fato de que os MBAs passam por um período de inflexão e precisam se reinventar. A crise financeira internacional de 2008, que ainda provoca reflexos nos países ricos, teve repercussões negativas nas escolas de negócios.

Afinal, foi nelas que se formaram os líderes de companhias que sucumbiram na crise, por problemas de gestão e até de ética, disciplinas essenciais dos MBAs. O desempenho dos executivos no período difícil acendeu uma luz vermelha nas escolas: se esses líderes são despreparados, uma parcela da culpa é das escolas.

Por enquanto, as mudanças globais surtiram pouco efeito aqui, apesar de os cursos brasileiros seguirem os conteúdos consagrados internacionalmente. “Os melhores MBAs do Brasil usam cases de Harvard, Oxford, Stanford.

Será que não temos, como país, nada a oferecer?”, pergunta Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral , centro de desenvolvimento de gestores e executivos cujo campus fica em Nova Lima, Minas Gerais.

No Brasil, há também a reclamação sobre a localização dos cases. Quando Lívia Queiroz, de 31 anos, líder da equipe de comunicação em serviços da IBM, desistiu do curso de MBA, esse foi um dos motivos. “O curso era muito bom, mas muitos casos eram estrangeiros e ficavam distantes da minha realidade.”

Conversar com o coordenador do curso e com ex-alunos é uma forma de verificar a metodologia utilizada.  Fique atento à atualização. Algumas escolas brasileiras estão repensando certas disciplinas em seus currículos — e isso pode fazer a diferença em sua carreira no futuro.

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