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Volume do Cantareira continua caindo e chega a 10,7%

Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira, o volume útil do sistema deverá se esgotar no início de julho


	Cantareira: reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana de SP
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Cantareira: reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana de SP (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 20h05.

São paulo - O volume do Sistema Cantareira continua caindo e chegou a 10,7% da capacidade dos reservatórios hoje (30), 0,2 ponto percentual a menos do que o registrado quarta-feira (29).

Os reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de cerca de nove milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, além de liberar água para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior do estado.

Segundo o Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira, o volume útil do sistema deverá se esgotar no início de julho.

A pior situação é a do reservatório Jaguari-Jacareí, que atualmente está com apenas 3,7% da capacidade útil e deverá atingir o volume mínimo ainda em maio.

A partir do fim da reserva útil, passará a ser usado o chamado volume morto, ou reserva técnica, a água que está abaixo do sistema de bombeamento.

O Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) enviou na quarta-feira (29) um documento com 39 reivindicações para os órgãos ligados à gestão de recursos hídricos do governo federal e dos governos de São Paulo e Minas Gerais.

Um dos pontos principais do texto é a redução do consumo de água dos usuários abastecidos pelo Cantareira.

“A gente teria que reduzir drasticamente o consumo de água, tanto na Bacia do Alto Tietê, que é São Paulo, quanto aqui no PCJ. A gente já está com pouca água reservada. Então, essa pouca água tem que ser muito bem administrada”, explica o coordenador de projetos do consórcio, Guilherme Valarini.

De acordo com ele, para garantir a segurança hídrica da região, o consumo de água teria de cair até 50% nos próximos meses.

A diminuição poderia acontecer a partir de campanhas, como a que já está sendo feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que oferece descontos aos usuários que consumirem menos água.

A decretação de estado de calamidade pública nos municípios afetados é outra medida defendida pelo consórcio.

“Porque a gente está com pouquíssima água reservada e há necessidade de virem mais recursos [para obras estruturais que ampliem a oferta de água] para auxiliar os municípios a enfrentar períodos de estiagem”, destacou Valarini.

Também são reivindicadas ações para melhorar o sistema de reservatórios a médio e longo prazo, como o desassoreamento de rios, córregos e lagos.

“Porque a gente já está com o nível baixo nos rios e nos reservatórios, então essa é uma boa hora para fazer o desassoreamento”, ressaltou Valarini .

Outras medidas são a criação de incentivos para aproveitamento da água da chuva, redução das perdas no sistema de distribuição e aceleração nas obras de novos reservatórios. Segundo o coordenador, o governo paulista tem projetos para dois novos reservatórios, nos rios Camanducaia e Jaguari.

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