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Trump e a Rússia; inflação em 4%?…

De frente com Trump O presidente eleito Donald Trump concedeu a primeira entrevista coletiva em seis meses para tratar das polêmicas que cercam o governo que começará na próxima sexta-feira. Trump abordou os assuntos mais iminentes sobre a tomada do governo, mas deixou mais dúvidas no ar do que respostas. Diante de acusações de conflitos […]

COLETIVA DE TRUMP: o presidente eleito se reuniu com reporters em Nova York para discutir os assuntos mais proeminentes do governo / Spencer Platt/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 06h12.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.

De frente com Trump

O presidente eleito Donald Trump concedeu a primeira entrevista coletiva em seis meses para tratar das polêmicas que cercam o governo que começará na próxima sexta-feira. Trump abordou os assuntos mais iminentes sobre a tomada do governo, mas deixou mais dúvidas no ar do que respostas. Diante de acusações de conflitos de interesses com o gabinete de governo, disse que é “um dos times mais competentes já reunidos” e que vai deixar o comando do grupo para dois filhos ao longo do mandato. Admitiu, pela primeira vez em público, que muito provavelmente a Rússia havia hackeado as eleições, embora pouco depois tenha dito que outros países, como a China, poderiam ser responsáveis também. Sobre sua relação com o presidente russo, Vladimir Putin, Trump fez pouco caso. “Se Putin gosta de Donald Trump, adivinhem: isso é um ativo, não um problema”, disse.

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“Pavorosa matança”

Em mais um pronunciamento a respeito da crise do sistema carcerário no país, o presidente Michel Temer classificou desta vez o assassinato de presos em Manaus como uma “pavorosa matança” por facções criminosas que agem em “regra jurídica fora do Estado”. “A realidade que nós vivemos exige naturalmente a construção de presídios para também retirar as condições, convenhamos, desumanas, em que os presos se acham”, disse. O tom mudou, pois, na semana passada, o peemedebista havia dito que o episódio se tratava de um “acidente pavoroso”. A declaração pegou mal, pois relatórios da Polícia Federal mostravam desde o ano passado a possibilidade de rebelião violenta em presídios da Região Norte.

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Novo ministério

Ainda na esteira dos massacres, Temer se reuniu com deputados federais da Frente Parlamentar da Segurança Pública e senadores para discutir a proposta de criação de um Ministério da Segurança Pública. O líder da Frente, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), disse, após o encontro, que o presidente não se posicionou sobre o tema porque ainda quer avaliar “informações técnicas”. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, é contra a proposta, porque mais um ministério esvaziaria atribuições de sua pasta. A Polícia Federal, por exemplo, seria transferida de comando.

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Se necessário…

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer em agenda pública que será candidato à Presidência da República “se necessário”. Em evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Lula disse que iniciará uma série de viagens pelo país para recuperar a imagem do PT, que foi “criminalizada” pela Justiça, e disseminar a ideia de que o país deve retomar investimentos para crescer. O presidente do partido, Rui Falcão, disse que a legenda ainda não tomou uma decisão à respeito de 2018.

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Selic em 13%

O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou nesta quarta-feira um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juro da economia brasileira, para 13% ao ano. Foi o terceiro corte seguido na Selic — os dois anteriores foram de 0,25 ponto percentual cada um. O Banco Central acelerou o ritmo de redução em meio às previsões de que a retomada do crescimento da economia brasileira pode demorar mais para acontecer e aos sinais de desaceleração da inflação — que fechou 2016 em 6,29%.

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Inflação em 4%

Na reunião, o Copom também cortou suas projeções para a inflação de 4,4% para 4% em 2017 e de 3,6% para 3,4% para 2018. Em documento divulgado, o Copom ressaltou como riscos para o cenário básico para a inflação do país: o alto grau de incerteza no cenário externo – que pode dificultar o processo de desinflação, o processo de desinflação de alguns componentes do IPCA e o processo de aprovação e implementação das reformas e ajustes necessários na economia – que é longo e envolve incertezas. Por outro lado, o Copom ressalta que a atividade econômica mais fraca e o elevado nível de ociosidade da economia podem produzir desinflação mais rápida e o processo de aprovação das reformas e ajustes necessários na economia pode ocorrer de forma mais célere.

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Recorde da Petrobras

As ações ordinárias da Petrobras subiram 2,50%. Hoje pela manhã, a estatal anunciou que bateu recorde de produção de petróleo no Brasil em 2016 — contabilizando 2,14 milhões de barris por dia. O volume representa um aumento de 0,75% em relação ao ano anterior. Segundo a estatal, a produção da commodity no Brasil — que responde pela maior parte do volume produzido pela empresa —  ficou em linha com a meta de 2,15 milhões de barris. O aumento anual veio do forte crescimento da produção do pré-sal. A média anual da produção no pré-sal chegou a 1,02 milhão de barris por dia, alta de 33% na comparação com 2015. O diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, disse que a companhia deverá elevar os investimentos para 19 bilhões de dólares em 2017 — ante os 14,5 bilhões estimados para 2016.

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Congonhas e Dumont na fila

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) estão sendo avaliados para possíveis concessões no setor de aeroportos. Em março, o governo vai fazer sua terceira rodada de concessões no setor, mas já estuda novos projetos. Segundo Oliveira, a privatização dessas duas unidades não foi tratada na reunião convocada pelo presidente Michel Temer para esta quarta-feira com ministros da área de infraestrutura. Os planos da Infraero eram manter esses dois aeroportos, altamente rentáveis, para viabilizar o funcionamento da companhia com outros 60 aeroportos sob sua gestão, mas há pedidos para que esses aeroportos também sejam privatizados.

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Tillerson e a Rússia

Escolhido como secretário de Estado pelo presidente eleito Donald Trump, Rex Tillerson foi sabatinado pelo Senado ao longo desta tarde. Presidente da petroleira Exxon Mobil, Tillerson é alvo de críticas por nunca ter tido um cargo público e por sua proximidade com a Rússia. Perguntado pelo senador Marco Rubio — um dos pré-candidatos à Presidência, contra Trump — se o presidente russo, Vladimir Putin, era um criminoso de guerra, Tillerson afirmou que “não usaria esse termo”. Por outro lado, posicionou-se contra a Rússia ao afirmar que os Estados Unidos deveriam ter sido mais enérgicos quando os russos anexaram a Crimeia, ex-território ucraniano, em 2014. O futuro secretário também disse ser a favor do Tratado Transpacífico (TPP), que é fortemente criticado por Trump. A sabatina continua na quinta-feira 12.

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Samsung na mira

Autoridades da Coreia do Sul convocaram o presidente da Samsung, Jay Y. Lee, a depor na quinta-feira 12 sobre as denúncias de tráfico de influência envolvendo a presidente do país, Park Geun-hye, e uma amiga próxima, Choi Soon-sil. A Samsung pagou 25 milhões de dólares a fundações apoiadas pela amiga da presidente, e as investigações vão avaliar se a situação influenciou o governo sul-coreano para que apoiasse a controversa fusão de duas unidades da Samsung em 2015. A relação com Choi Soon-sil levou Park a um processo de impeachment, que, se confirmado pela Suprema Corte, poderá fazer da presidente a primeira líder democraticamente eleita a ser forçada a se retirar do cargo.

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