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Troca no Ministério de Energia é vista como vitória para Guedes

Bento Albuquerque, que exerceu o cargo por mais de três anos, será substituído por Adolfo Sachsida, que mais recentemente atuou como assessor especial do ministro da Economia

Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala com a imprensa no Palácio do Planalto em Brasília
 (Adriano Machado/Reuters)

Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala com a imprensa no Palácio do Planalto em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 11 de maio de 2022 às 10h29.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 10h31.

O presidente Jair Bolsonaro trocou o comando do Ministério de Minas e Energia poucos dias depois de a Petrobras ignorar seus apelos para não aumentar os preços de combustíveis, tema que se tornou importante politicamente para as eleições de outubro.

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Bento Albuquerque, que exerceu o cargo por mais de três anos, será substituído por Adolfo Sachsida, que mais recentemente atuou como assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo decreto publicado quarta-feira no Diário Oficial da União. Sachsida trabalhou no ministério durante todo o mandato de Bolsonaro.

A mudança foi sobretudo um gesto político de Bolsonaro, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. O presidente quer mostrar publicamente que está tentando fazer algo contra o aumento dos preços dos combustíveis, disse a pessoa, pedindo para não ser identificada porque o assunto não é público.

Pressão por subsídios

Bolsonaro nomeou recentemente seu terceiro presidente da Petrobras depois de demitir os executivos anteriores devido à frustração com a insistência deles em aumentar os preços dos combustíveis em linha com os níveis globais, em um momento em que a invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções subsequentes derrubaram o mercado de energia.

Albuquerque defendeu que a Petrobras não poderia manter os preços dos combustíveis estáveis ​​a menos que houvesse subsídios, aumentando a pressão dos assessores políticos de Bolsonaro para encontrar espaço no orçamento para financiar subsídios de combustível e energia antes das eleições, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

A decisão de sair ocorreu depois que Albuquerque não conseguiu resolver o problema do preço do combustível no Brasil sem afrontar os acionistas da Petrobras e interferir na política de preços da empresa, disse uma pessoa familiarizada com o assunto, pedindo para não ser identificada porque a informação não é pública.

Sachsida é contra subsídios para combustíveis ou medidas como a criação de um fundo para suavizar a volatilidade dos preços. Sua nomeação foi vista como uma vitória para Paulo Guedes, cujas visões estão alinhadas com as de Sachsida. Para a equipe econômica, a gigante petrolífera nacional poderia ser mais sensível socialmente ao transferir os aumentos dos preços do petróleo para os combustíveis no mercado interno.

Na semana passada, Bolsonaro dedicou parte de seu programa semanal no Facebook Live para criticar os lucros exorbitantes da Petrobras e pedir ao conselho que náo aumente os preços dos combustíveis novamente. A inflação anual gira em torno de 12% e Bolsonaro está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todas as pesquisas de opinião. Lula prometeu mudar a atual política de preços dos combustíveis no país.

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