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Temer inicia retaliação a deputados que votaram contra reforma

Governo vai exonerar pessoas indicadas por parlamentares que votaram contra o governo em projetos importantes; cortes começam no INSS e na Agricultura

Michel Temer: Palácio do Planalto tem levantado caso a caso a situação dos partidos e deputados que votaram contra o governo na reforma trabalhista (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h16.

Última atualização em 2 de maio de 2017 às 11h37.

São Paulo - O presidente Michel Temer se reuniu no feriado do Dia do Trabalho com ministros e parlamentares da base aliada no Palácio da Alvorada para discutir estratégias para a aprovação no Congresso das reformas trabalhista e da Previdência e decidiu retaliar deputados infiéis ao governo.

A primeira fase dos cortes de indicados por deputados da base aliada que votaram contra a reforma trabalhista começou por cargos na estrutura do Ministério da Agricultura, e do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS), apontam informações publicadas nesta terça-feira no Diário Oficial da União.

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As demissões, conforme os extratos de exonerações publicados, atingem na maioria dos casos postos de menor importância política nesses dois órgãos do governo, seguindo uma estratégia do governo, segundo a Reuters apurou com fontes palacianas.

Os cargos de maior expressão, como presidências de órgãos e até ministros de Estado só correrão o risco de serem demitidos em caso de rebelião da base na votação da reforma da Previdência.

A comissão especial da reforma da Previdência deverá votar o parecer do relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), na quarta ou quinta-feira e, em seguida, a proposta segue para o plenário da Câmara.

Na comissão é preciso apenas maioria simples dos votos do colegiado --19 dos 37 integrantes. No plenário, no entanto, a conta é maior, é necessário o apoio de três quintos dos deputados, ou seja, ao menos 308 dos 513 votos.

O estado de alerta do governo aumentou por não ter conseguido esse desempenho de votos quando a reforma trabalhista passou no plenário da Câmara, obtendo 296 votos para aprová-la --por não ser uma emenda constitucional, e sim um mero projeto de lei, não havia a necessidade de um placar maior.

Por ora, o governo não vai divulgar publicamente quem são os deputados diretamente "retaliados" com os cortes, pois espera convencê-los a apoiar a reforma da Previdência --e assim possam voltar a fazer indicações para o governo.

O superintendente Federal de Agricultura em Amazonas, órgão máximo do Ministério da Agricultura no Estado, foi exonerado. Dos oito deputados da bancada amazonense, dois da base aliada votaram contra a reforma trabalhista, Conceição Sampaio (PP) e Sabino Castelo Branco (PTB).

No caso do INSS, há, ao menos, 10 dispensas de pessoas que ocupavam cargos em comissão em repartições do instituto nas seguintes localidades: Juiz de Fora (MG), Natal, Novo Hamburgo (RS), Salvador, Aracaju, Sobral (CE) e Manaus.

Em todas essas localidades, houve deputados da base que votaram contra a reforma trabalhista.

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