Moreira Franco: fonte do MME diz que a escolha só poderia seguir lógica política, já que o ministro não tem afinidade com a área (Bruno Kelly/Reuters)
Reuters
Publicado em 5 de abril de 2018 às 21h50.
O presidente Michel Temer deve dar uma solução caseira para a disputa pelo Ministério das Minas e Energia e indicar o atual ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, para a vaga, disse à Reuters uma fonte palaciana.
A decisão, que deve ser fechada nesse final de semana, se o governo encontrar um substituto para Moreira no Palácio do Planalto, resolve a disputa entre os senadores Edison Lobão (MA) e Eduardo Braga (AM). Os dois emedebistas, ex-ministros, queriam a vaga, mas ambos contrários à privatização da Eletrobras, tiveram suas indicações vetadas pelo Planalto.
Moreira, que coordena hoje o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que toca as concessões e privatizações, herdaria o processo da Eletrobras e o leilão do pré-sal que pode render 100 bilhões de reais. Ambas ações consideradas cruciais para o governo este ano.
Uma fonte do MME disse à Reuters que a escolha de Moreira só poderia seguir uma lógica política, já que o ministro não tem especial afinidade com a área.
A mudança também garantiria por mais alguns meses o foro privilegiado do ministro, já que sua nomeação para a Secretaria Geral está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal e teve parecer da Procuradoria-Geral da República afirmando que a nomeação havia sido inconstitucional.
O Planalto avançou em mais alguns nomes para a reforma ministerial, mas ainda não deve, segundo a fonte palaciana, ser fechada nesta sexta-feira. "Ainda falta encontrar um substituto para Moreira, fechar Esporte e Meio Ambiente", revelou.
Também falta acertar a situação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na manhã desta sexta-feira Meirelles terá um encontro com o presidente Michel Temer para dizer finalmente se sai para ser candidato ou fica na Fazenda.
Apesar de ter assinado a ficha no MDB esta semana, Meirelles teria ficado incomodado em ser apresentado em segundo plano em relação a Temer, durante a cerimônia de filiação e reiterado que não teria interesse em ser candidato a vice-presidente.
O Planalto ainda precisa definir quem substituirá Leonardo Picciani no Esporte e Sarney Filho no Meio Ambiente. Nesta quinta-feira foram definidos o ministro da Integração, que será Antonio de Pádua, secretário de Recursos Hídricos, ligado a Jáder Barbalho. Vinícius Lemmertz, presidente da Embratur, será o ministro do Turismo.