Áudio não confirma antecipação de juros para Joesley
Segundo informação publicada no jornal Folha de S. Paulo, o presidente teria passado informação privilegiada ao empresário da JBS
Marina Demartini
Publicado em 18 de maio de 2017 às 12h08.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 12h55.
São Paulo – Entre as acusações ao presidente Michel Temer que vieram da delação premiada da JBS está a de que teria adiantado ao empresário Joesley Batista que o Comitê de Política Monetária ( Copom ) cortaria em 1 ponto percentual a Selic. A informação, divulgada por vários noticiários antes que a gravação fosse liberada pelo STF, não se confirma no áudio distribuído à imprensa.
No dia 12 de abril, o Copom reduziu a taxa de juros Selic em 1 ponto porcentual para 11,25%. O diálogo entre Temer e Joesley aconteceu mais de um mês antes. E a parte que fala sobre corte de 1 ponto na taxa parece ter sido mais um comentário casual do que uma informação com o objetivo de favorecer Joesley.
O episódio faz parte do acordo de delação premiada dos donos da JBS com a Procuradoria Geral da República. A conversa foi gravada por Batista durante um encontro com Temer no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março. De acordo com a delação, na mesma reunião, Temer deu aval para que a JBS pagasse propina para garantir osilêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Nota: Este texto afirmava inicialmente que Temer havia antecipado a nova taxa de juros a Joesley. Foi corrigido depois.