Temer: o presidente supostamente aparece em áudio gravado por empresário da JBS (Christopher Goodney/Bloomberg/Bloomberg)
Marina Demartini
Publicado em 18 de maio de 2017 às 12h08.
Última atualização em 19 de maio de 2017 às 12h55.
São Paulo – Entre as acusações ao presidente Michel Temer que vieram da delação premiada da JBS está a de que teria adiantado ao empresário Joesley Batista que o Comitê de Política Monetária (Copom) cortaria em 1 ponto percentual a Selic. A informação, divulgada por vários noticiários antes que a gravação fosse liberada pelo STF, não se confirma no áudio distribuído à imprensa.
No dia 12 de abril, o Copom reduziu a taxa de juros Selic em 1 ponto porcentual para 11,25%. O diálogo entre Temer e Joesley aconteceu mais de um mês antes. E a parte que fala sobre corte de 1 ponto na taxa parece ter sido mais um comentário casual do que uma informação com o objetivo de favorecer Joesley.
O episódio faz parte do acordo de delação premiada dos donos da JBS com a Procuradoria Geral da República. A conversa foi gravada por Batista durante um encontro com Temer no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março. De acordo com a delação, na mesma reunião, Temer deu aval para que a JBS pagasse propina para garantir o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Nota: Este texto afirmava inicialmente que Temer havia antecipado a nova taxa de juros a Joesley. Foi corrigido depois.