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Rio vira as costas para Copa enquanto custos irritam Brasil

A somente 15 dias do começo da Copa, são poucos os sinais do ambiente típico do evento no Rio

Manifestante protesta contra Copa: o ânimo azedou (REUTERS/Sergio Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 14h56.

Rio de Janeiro - A cada quatro anos, quando a Seleção brasileira de futebol se prepara para jogar em uma Copa do Mundo , as ruas do Rio de Janeiro passam pela mesma transformação.

Murais aparecem em paredes, cartazes e bandeirolas são pendurados em postes de luz e as ruas mostram mensagens pedindo ao maior vencedor na história do esporte a conquista de mais um título.

Contudo, olhe ao redor na Cidade Maravilhosa, a somente 15 dias do começo da Copa, e você achará poucos sinais do ambiente típico de Copa no Rio.

“Está muito fraco este ano”, disse Natan Ferreira, eletricista de 44 anos, enquanto colocava linhas de bandeiras de plástico do Brasil na Praça Maracanã, a cinco minutos a pé do estádio de 74.698 lugares que sediará a final do torneio de 32 equipes em 13 de julho.

“Só temos essas bandeiras, mais nada. Foi muito maior em 2010”.

O futebol é paixão no Brasil. Quando o País obteve a oportunidade de sediar a Copa do Mundo em 2007, milhares de pessoas saíram às ruas para celebrar.

Desde então, o ânimo azedou, pois o maior país da América do Sul passou por dificuldades com os preparativos, em meio à indignação pública com o custo de US$ 11 bilhões.

Praticamente cada um dos doze estádios em construção ou remodelados para o evento custou mais do que o previsto e vários projetos prometidos de mobilidade urbana foram ora descartados, ora adiados.

Durante a Copa das Confederações, um evento de preparação organizado no ano passado, mais de um milhão de pessoas saíram às ruas nos maiores protestos em uma geração.

Elas exigiram que escolas e hospitais alcançassem os mesmos padrões aplicados aos estádios em construção para cumprirem com os critérios da FIFA.

‘Não fique doente’

“Turistas: não fiquem doentes. Temos estádios, mas não hospitais”, dizem grafites em frente ao hospital Pedro Ernesto, que fica a somente 800 metros do estádio Maracanã.

Rivaldo da Silva, gari de 59 anos e autoproclamado louco por futebol, passava pela entrada do hospital com uma vassoura sob um braço enquanto puxava uma lixeira de cor laranja brilhante.

“Deveríamos estar mais preocupados com saúde e crime do que com fazer uma Copa para um monte de turistas”, disse ele.

Ataques a ônibus

A Seleção brasileira, aclamada por milhares de torcedores com bandeiras nas cinco ocasiões em que voltou ao País com o troféu, foi agredida por professores em greve quando saiu para seu campo de treino anteontem.

Manifestantes agitaram cartazes criticando o torneio e grudaram adesivos no ônibus de luxo do time pedindo mais verbas para as escolas.

A última vez que os vendedores no centro do Rio estavam vendendo chapéus, bandeiras e camisas da Copa, o país estava cheio de confiança em si mesmo. Em 2010, a economia estava crescendo ao maior ritmo em duas décadas.

Desde então, ela caiu para o ritmo de três anos mais fraco em uma década e a confiança do consumidor despencou para o patamar mais baixo desde 2009.

Mesmo jogando uma Copa de local, as vendas de parafernália ligada à Copa do Mundo estão bem abaixo do que na edição anterior, na África do Sul.

Edmar Fernandes, 55, cuja loja está lotada das icônicas camisas verde-amarelas da Seleção, disse que os negócios nos preparativos para a Copa são os piores desde que ele abriu sua barraca há vinte anos.

“Esperávamos mais do que em anos anteriores, sendo que o torneio é em casa”, disse Fernandes.

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Rio de Janeiro - A cada quatro anos, quando a Seleção brasileira de futebol se prepara para jogar em uma Copa do Mundo , as ruas do Rio de Janeiro passam pela mesma transformação.

Murais aparecem em paredes, cartazes e bandeirolas são pendurados em postes de luz e as ruas mostram mensagens pedindo ao maior vencedor na história do esporte a conquista de mais um título.

Contudo, olhe ao redor na Cidade Maravilhosa, a somente 15 dias do começo da Copa, e você achará poucos sinais do ambiente típico de Copa no Rio.

“Está muito fraco este ano”, disse Natan Ferreira, eletricista de 44 anos, enquanto colocava linhas de bandeiras de plástico do Brasil na Praça Maracanã, a cinco minutos a pé do estádio de 74.698 lugares que sediará a final do torneio de 32 equipes em 13 de julho.

“Só temos essas bandeiras, mais nada. Foi muito maior em 2010”.

O futebol é paixão no Brasil. Quando o País obteve a oportunidade de sediar a Copa do Mundo em 2007, milhares de pessoas saíram às ruas para celebrar.

Desde então, o ânimo azedou, pois o maior país da América do Sul passou por dificuldades com os preparativos, em meio à indignação pública com o custo de US$ 11 bilhões.

Praticamente cada um dos doze estádios em construção ou remodelados para o evento custou mais do que o previsto e vários projetos prometidos de mobilidade urbana foram ora descartados, ora adiados.

Durante a Copa das Confederações, um evento de preparação organizado no ano passado, mais de um milhão de pessoas saíram às ruas nos maiores protestos em uma geração.

Elas exigiram que escolas e hospitais alcançassem os mesmos padrões aplicados aos estádios em construção para cumprirem com os critérios da FIFA.

‘Não fique doente’

“Turistas: não fiquem doentes. Temos estádios, mas não hospitais”, dizem grafites em frente ao hospital Pedro Ernesto, que fica a somente 800 metros do estádio Maracanã.

Rivaldo da Silva, gari de 59 anos e autoproclamado louco por futebol, passava pela entrada do hospital com uma vassoura sob um braço enquanto puxava uma lixeira de cor laranja brilhante.

“Deveríamos estar mais preocupados com saúde e crime do que com fazer uma Copa para um monte de turistas”, disse ele.

Ataques a ônibus

A Seleção brasileira, aclamada por milhares de torcedores com bandeiras nas cinco ocasiões em que voltou ao País com o troféu, foi agredida por professores em greve quando saiu para seu campo de treino anteontem.

Manifestantes agitaram cartazes criticando o torneio e grudaram adesivos no ônibus de luxo do time pedindo mais verbas para as escolas.

A última vez que os vendedores no centro do Rio estavam vendendo chapéus, bandeiras e camisas da Copa, o país estava cheio de confiança em si mesmo. Em 2010, a economia estava crescendo ao maior ritmo em duas décadas.

Desde então, ela caiu para o ritmo de três anos mais fraco em uma década e a confiança do consumidor despencou para o patamar mais baixo desde 2009.

Mesmo jogando uma Copa de local, as vendas de parafernália ligada à Copa do Mundo estão bem abaixo do que na edição anterior, na África do Sul.

Edmar Fernandes, 55, cuja loja está lotada das icônicas camisas verde-amarelas da Seleção, disse que os negócios nos preparativos para a Copa são os piores desde que ele abriu sua barraca há vinte anos.

“Esperávamos mais do que em anos anteriores, sendo que o torneio é em casa”, disse Fernandes.

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