Renan teve "grandeza" ao deixar a liderança do PMDB, diz Eunício
Segundo o presidente do Senado, o correligionário o confidenciou que havia "perdido o ambiente" na bancada
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de junho de 2017 às 18h03.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 19h47.
Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou nesta quarta-feira, 28, que a decisão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) de deixar a liderança do partido na Casa demonstrou "grandeza".
Segundo Eunício, o correligionário o confidenciou que havia "perdido o ambiente" na bancada.
"Se ele estiver se sentindo incomodado na situação de liderar uma bancada que tem posições diferentes, ele está tendo a grandeza de pedir para sair exatamente para unificar a bancada", afirmou o presidente do Senado.
Renan pretende oficializar a saída com um duro discurso contra o governo de Michel Temer no plenário do Senado. Uma reunião da bancada está agendada para as 18 horas para definir um novo líder. "É um ato unilateral de vontade", disse Eunício.
A saída do comando da bancada se dá após o peemedebista adotar um discurso crítico às reformas propostas pelo governo.
Na sessão de ontem, Renan discutiu asperamente com o líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (RR).
Na ocasião, Renan insinuou que poderia trocar integrantes do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para barrar a reforma trabalhista.
"Temer não tem confiança da sociedade para fazer essa reforma trabalhista na calada da noite, atropeladamente. Num momento em que o Ministério Público, certo ou errado, apresenta uma denúncia contra o presidente, não há como fazer uma reforma que pune a população", afirmou ontem o Renan.
Após o discurso agressivo de Renan contra o governo, Jucá reagiu em defesa do presidente e ameaçou retirar o colega da liderança do partido.
Ontem mesmo o líder do governo começou a recolher assinaturas para destituir Renan do cargo. Segundo Jucá, 17 dos 22 senadores apoiam a reforma trabalhista.
Nomes
Preferido por Renan para ocupar a liderança do PMDB no Senado, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) afirmou nesta quarta-feira, 28, não ter interesse no cargo.
"Fora de qualquer cogitação eu assumir a liderança. Eu fui líder sete anos aqui. Eu prefiro colaborar com o partido, com o Senado e com o País no cargo de senador", disse Jader, que apesar de ser considerado um aliado de Renan, não se posiciona contra Temer por ser pai do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho.
Além de Jader, outro nome cotado para o cargo de líder do PMDB é o do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).