Remédios para malária destinados a ianomâmis foram desviados e vendidos por garimpeiros, diz Fiocruz
Crime foi descoberto a partir de uma reportagem investigativa que entrou em contato com a instituição; Ministério da Saúde apura o caso
Agência O Globo
Publicado em 31 de janeiro de 2023 às 12h59.
Última atualização em 31 de janeiro de 2023 às 12h59.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que remédios contra a malária que deveriam ter sido destinados à Terra Indígena Yanomami foram desviados para garimpeiros que atuam ilegalmente no território. A instituição formalizou uma denúncia junto ao Ministério da Saúde, que investiga o caso.
Em nota, a Fiocruz disse que no dia 18 de janeiro o Instituto de Tecnologia em Fármacos enviou um ofício à Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos, do Ministério da Saúde, para notificar o órgão sobre a comercialização ilegal de um lote de medicamento (artesunato + mefloquina) produzido pelo Instituto para o tratamento de malária.
O crime foi descoberto a partir de uma reportagem investigativa que entrou em contato com a instituição.
O medicamento em questão estaria sendo vendido por garimpeiros em localidade próxima ao território indígena Yanomami. Questionada, a instituição não informou quantas pessoas poderiam ter sido medicadas com o lote desviado.
Ainda segundo a Fiocruz, o lote foi integralmente entregue ao Centro de Distribuição e Logística do Ministério da Saúde.
Procurado, o Ministério da Saúde informou que “está apurando a denúncia e irá investigar junto aos órgãos competentes”.