Brasil

Relator tem 90% do parecer da denúncia contra Temer pronto

Ainda assim, Bonifácio de Andrada não descartou a possibilidade de pedir mais algumas horas de prazo para apresentar seu voto na CCJ

Bonifácio: o foco principal de seu trabalho é a análise da acusação de organização criminosa (Facebook/Arquivo Pessoal/Reprodução)

Bonifácio: o foco principal de seu trabalho é a análise da acusação de organização criminosa (Facebook/Arquivo Pessoal/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 17h03.

Brasília - Relator da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o tucano Bonifácio de Andrada (MG) disse que a maior parte de seu parecer se dedicará à acusação de formação de organização criminosa.

À reportagem, Bonifácio disse que já tem entre 80% e 90% do relatório concluído, mas que ainda não descartou a possibilidade de pedir mais algumas horas de prazo para apresentar seu voto.

"É uma hipótese, mas ainda não estou certo se vou pedir. Talvez peça mais horas", disse o tucano. Se não concluir o trabalho até o início da noite, o deputado deve pedir para que o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), convoque a sessão de leitura do parecer para a tarde desta terça-feira, 10.

Até o momento, a sessão está marcada para as 10h e o tucano corre para garantir que o calendário da votação na comissão e no plenário não seja revisto.

Bonifácio destacou que o foco principal de seu trabalho é a análise da acusação de organização criminosa.

Além de Temer, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede a abertura de processo contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência). A acusação de obstrução de justiça deve aparecer em segundo plano no parecer.

O relator sinalizou que não pretende separar as acusações no parecer de acordo com o cargo do denunciado, como quer a oposição.

"A denúncia não separa as pessoas", justificou o tucano. Os oposicionistas apresentaram questões de ordem pedindo a votação de forma separada da autorização para o prosseguimento do processo em relação a cada um dos processados.

Bonifácio disse que caberá a Pacheco decidir como fará a votação. "Eu tenho de me apegar ao conjunto que está na denúncia, que é a organização criminosa", enfatizou.

Rito

A sessão de amanhã será a primeira da CCJ para analisar a denúncia contra Temer e seus ministros. O primeiro a se manifestar será o relator, que apresentará o parecer pela admissibilidade ou arquivamento do pedido da PGR.

Na sequência será dada a palavra aos três advogados de defesa, que poderão fazer a sustentação oral pelo mesmo tempo que for concedido ao relator.

Ao término das apresentações do relator e dos defensores, é dado como certo o pedido de vista. Assim, o processo só voltará à pauta da CCJ após duas sessões.

A comissão se reunirá novamente para discutir o tema no dia 17 de outubro, data destinada aos debates.

Na ocasião, poderão falar os 132 membros titulares e suplentes, 40 não-membros (20 a favor e 20 contra o parecer) e líderes de bancada.

Só após todos os parlamentares discursarem na comissão é que acontecerá a sessão de votação do parecer. A expectativa é que o tema vá a plenário entre os dias 23 e 24 de outubro.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaEliseu PadilhaGoverno TemerMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerMoreira FrancoPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosRodrigo Janot

Mais de Brasil

Rio Grande do Sul lança plano de ajuda a animais

Mais 47 mil famílias do RS podem confirmar dados para receber auxílio

Greve retém 17,3 mil automóveis importados nos portos, diz CNC

Ministro Costa Filho anuncia leilão de portos para agosto após adiamento por chuvas no RS

Mais na Exame