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Relator do STF decide sobre delação de mensageiro de Youssef

O ministro Teori Zavascki deve decidir nos próximos dias sobre um pedido para a homologação de mais um acordo de delação premiada

Teori Zavascki: não existe um prazo formal para a decisão do ministro sobre o pedido da Procuradoria (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2015 às 07h52.

Brasília - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, deve decidir nos próximos dias sobre um pedido encaminhado pela Procuradoria-Geral da República para a homologação de mais um acordo de delação premiada na Corte.

Desta vez, o pedido feito foi sobre compromisso firmado com o Ministério Público Federal por Rafael Ângulo Lopez, conhecido como "mensageiro" do doleiro Alberto Youssef.

Caso o relator da Lava Jato aceite o pedido da Procuradoria, a delação de Ângulo poderá trazer novos indícios para as investigações em curso no Supremo, onde já foram abertos 26 inquéritos contra políticos.

A expectativa se deve porque Ângulo era um dos "carregadores de mala" de Youssef e, portanto, responsável pela entrega de dinheiro aos possíveis beneficiários do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

Em depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, como parte da delação premiada, Youssef relata uma série de episódios em que a entrega de dinheiro teria sido feita por Ângulo.

Um deles é uma entrega que teria sido feita no diretório do PT ao ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato.

A delação de Ângulo já está no gabinete de Zavascki, mas não há ainda uma decisão sobre o caso.

Não existe um prazo formal para a decisão do ministro sobre o pedido da Procuradoria, mas espera-se que isso ocorra nas primeiras semanas de maio.

Nas homologações anteriores, nas delações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo próprio Youssef, o ministro Zavascki demorou em torno de 20 dias para homologar os termos do acordo.

As informações apresentadas pelo mensageiro podem ajudar a reforçar ou descartar o envolvimento de pessoas citadas por Alberto Youssef.

Há casos, por exemplo, em que o doleiro não soube afirmar se houve ou não a efetivação do pagamento. Um deles envolve a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA), alvo de um dos inquéritos abertos no Supremo no início de março.

A não confirmação de que o pagamento foi feito está entre os argumentos apresentados pelo advogado de Roseana, Antônio de Almeida Castro, em recurso apresentado à Corte.

Necessidade

Em despacho do dia 31 de março, o delegado da Polícia Federal Felipe Leal ressaltou a necessidade de Ângulo ser ouvido a fim de esclarecer suposto envolvimento de Roseana e do senador Edison Lobão (PMDB-MA) na Lava Jato.

"Registre-se a necessidade de inquirir, em momento oportuno, Rafael Ângulo Lopez, cuja colaboração ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal", diz o despacho, referente ao andamento das diligências do inquérito em que Roseana e Lobão são alvo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, deve decidir nos próximos dias sobre um pedido encaminhado pela Procuradoria-Geral da República para a homologação de mais um acordo de delação premiada na Corte.

Desta vez, o pedido feito foi sobre compromisso firmado com o Ministério Público Federal por Rafael Ângulo Lopez, conhecido como "mensageiro" do doleiro Alberto Youssef.

Caso o relator da Lava Jato aceite o pedido da Procuradoria, a delação de Ângulo poderá trazer novos indícios para as investigações em curso no Supremo, onde já foram abertos 26 inquéritos contra políticos.

A expectativa se deve porque Ângulo era um dos "carregadores de mala" de Youssef e, portanto, responsável pela entrega de dinheiro aos possíveis beneficiários do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.

Em depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, como parte da delação premiada, Youssef relata uma série de episódios em que a entrega de dinheiro teria sido feita por Ângulo.

Um deles é uma entrega que teria sido feita no diretório do PT ao ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato.

A delação de Ângulo já está no gabinete de Zavascki, mas não há ainda uma decisão sobre o caso.

Não existe um prazo formal para a decisão do ministro sobre o pedido da Procuradoria, mas espera-se que isso ocorra nas primeiras semanas de maio.

Nas homologações anteriores, nas delações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo próprio Youssef, o ministro Zavascki demorou em torno de 20 dias para homologar os termos do acordo.

As informações apresentadas pelo mensageiro podem ajudar a reforçar ou descartar o envolvimento de pessoas citadas por Alberto Youssef.

Há casos, por exemplo, em que o doleiro não soube afirmar se houve ou não a efetivação do pagamento. Um deles envolve a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA), alvo de um dos inquéritos abertos no Supremo no início de março.

A não confirmação de que o pagamento foi feito está entre os argumentos apresentados pelo advogado de Roseana, Antônio de Almeida Castro, em recurso apresentado à Corte.

Necessidade

Em despacho do dia 31 de março, o delegado da Polícia Federal Felipe Leal ressaltou a necessidade de Ângulo ser ouvido a fim de esclarecer suposto envolvimento de Roseana e do senador Edison Lobão (PMDB-MA) na Lava Jato.

"Registre-se a necessidade de inquirir, em momento oportuno, Rafael Ângulo Lopez, cuja colaboração ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal", diz o despacho, referente ao andamento das diligências do inquérito em que Roseana e Lobão são alvo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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