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Relator do impeachment no Senado fez mesma manobra de Dilma

Antonio Anastasia foi questionado por ter feito a mesma manobra orçamentária que é a base do pedido de impeachment de Dilma Rousseff

Antônio Anastasia (PSDB-MG): tucano ampliou de 10% para 18,5% o limite de abertura de créditos suplementares para poder ampliar despesas. (Daniel Messias/Coligação Todos Por Minas/Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 09h43.

Brasília - Relator da Comissão do Impeachment no Senado , o senador Antonio Anastasia ( PSDB -MG) enfrentou, quando governador de Minas , questionamentos sobre a edição de decretos de suplementação orçamentária supostamente sem aval do Legislativo.

Esse tipo de autorização, que visa ampliar despesas, é uma das bases do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

De 2010 a 2014, período em que o tucano comandou Minas, técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) apontaram impropriedades nos gastos.

O governo podia abrir créditos suplementares de até 10% do Orçamento - em 2011, excepcionalmente, houve uma ampliação para 18,5%.

Contudo, alguns tipos de despesas não eram consideradas pelo governo na composição desse limite, especialmente as obrigatórias, como os gastos com pessoal e encargos sociais.

Quando levados em conta os itens excluídos da conta, a suplementação extrapolava o máximo permitido.

Para os técnicos do TCE, a exclusão de parte das despesas afronta dispositivos das constituições do Brasil e de Minas, além da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Diante disso, embora a corte estadual tenha dado parecer pela aprovação das contas de Anastasia em todos os anos de sua gestão, houve recomendação para que o governo estabelecesse um limite próximo do real, que comportasse todas as suplementações feitas num exercício. A sugestão não foi acolhida.

Os créditos aprovados de 2010 a 2013 foram de quase R$ 70 bilhões. Em 2013, por exemplo, consideradas todas as despesas autorizadas, as suplementações corresponderam a 28% do Orçamento.

Defesa

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Anastasia informou que o PSDB se pronunciaria a respeito. Em nota, o partido sustentou que "nenhuma das acusações atribuídas" ao senador se assemelham "ao que está no pedido de impeachment de Dilma".

"De 2010 a 2014, todas as leis orçamentárias anuais do Estado permitiam que o governador abrisse parte do orçamento em créditos suplementares", alegou.

O PSDB informou, sem considerar as despesas "extralimite" citadas pelo TCE-MG, que os créditos suplementares estiveram abaixo dos parâmetros definidos e foram de 5,5% do Orçamento em 2010, 13,8% em 2011, 7,6% em 2012, 4,3% em 2013 e 6,5% em 2014.

"Enquanto Dilma teve suas contas rejeitadas pelo TCU, todas as contas de Anastasia foram aprovadas pelo TCE e pela Assembleia Legislativa", argumentou o partido.

Sobre os gastos em saúde e educação, o PSDB alegou que, enquanto a legislação sobre o caso não era regulamentada, "várias questões foram levantadas em muitos Estados", mas o governo de Anastasia "respeitou todas as exigências legais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Relator da Comissão do Impeachment no Senado , o senador Antonio Anastasia ( PSDB -MG) enfrentou, quando governador de Minas , questionamentos sobre a edição de decretos de suplementação orçamentária supostamente sem aval do Legislativo.

Esse tipo de autorização, que visa ampliar despesas, é uma das bases do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

De 2010 a 2014, período em que o tucano comandou Minas, técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) apontaram impropriedades nos gastos.

O governo podia abrir créditos suplementares de até 10% do Orçamento - em 2011, excepcionalmente, houve uma ampliação para 18,5%.

Contudo, alguns tipos de despesas não eram consideradas pelo governo na composição desse limite, especialmente as obrigatórias, como os gastos com pessoal e encargos sociais.

Quando levados em conta os itens excluídos da conta, a suplementação extrapolava o máximo permitido.

Para os técnicos do TCE, a exclusão de parte das despesas afronta dispositivos das constituições do Brasil e de Minas, além da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Diante disso, embora a corte estadual tenha dado parecer pela aprovação das contas de Anastasia em todos os anos de sua gestão, houve recomendação para que o governo estabelecesse um limite próximo do real, que comportasse todas as suplementações feitas num exercício. A sugestão não foi acolhida.

Os créditos aprovados de 2010 a 2013 foram de quase R$ 70 bilhões. Em 2013, por exemplo, consideradas todas as despesas autorizadas, as suplementações corresponderam a 28% do Orçamento.

Defesa

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Anastasia informou que o PSDB se pronunciaria a respeito. Em nota, o partido sustentou que "nenhuma das acusações atribuídas" ao senador se assemelham "ao que está no pedido de impeachment de Dilma".

"De 2010 a 2014, todas as leis orçamentárias anuais do Estado permitiam que o governador abrisse parte do orçamento em créditos suplementares", alegou.

O PSDB informou, sem considerar as despesas "extralimite" citadas pelo TCE-MG, que os créditos suplementares estiveram abaixo dos parâmetros definidos e foram de 5,5% do Orçamento em 2010, 13,8% em 2011, 7,6% em 2012, 4,3% em 2013 e 6,5% em 2014.

"Enquanto Dilma teve suas contas rejeitadas pelo TCU, todas as contas de Anastasia foram aprovadas pelo TCE e pela Assembleia Legislativa", argumentou o partido.

Sobre os gastos em saúde e educação, o PSDB alegou que, enquanto a legislação sobre o caso não era regulamentada, "várias questões foram levantadas em muitos Estados", mas o governo de Anastasia "respeitou todas as exigências legais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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