Redes sociais servem de palco para discutir greve geral
Redes sociais servem como espaço para que cidadãos e nomes públicos discutam sobre a greve geral
Victor Caputo
Publicado em 28 de abril de 2017 às 15h45.
Última atualização em 2 de maio de 2017 às 10h03.
São Paulo -- Além das ruas, os manifestantes e grevistas ocuparam as redes sociais . De acordo com o Twitter , da meia noite da quinta-feira (28) até as 13 horas da sexta-feira (29), foram contabilizadas 727.889 menções a termos relacionados à greve geral no Brasil.
Entre as hashtags mais utilizadas para o debate, estavam #brasilemgreve, #euapoioagrevegeral e #grevegeral. Isso evidencia o fato de que as redes sociais viraram palco para discussão sobre os protestos . Apesar de mensagens de apoio, a rede foi usada também contra a greve, com a hashtag #grevenao. No momento em que este texto é escrito, às 15 horas do dia 29, a greve geral é um dos assuntos mais comentados do Twitter.
As redes serviram também para que personagens públicos se posicionassem a favor e contra a greve geral. "Enquanto aqueles que não querem trabalhar fazem greve, nós aqui na Prefeitura estamos trabalhando", disse João Doria, prefeito de São Paulo, em vídeo publicado no Facebook.
Oprefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, chamou atenção com vídeo publicado no Facebook . Nele, mostra funcionários que dormiriam no trabalho, para que estivessem prontos para o serviço. Em determinado momento, ele afirma que é a favor do direito de greve, mas não em dia de trabalho. Mais tarde, ele afirmou que se expressou mal, que queria apoiar o direito a manifestações, mas não em dia de trabalho.
A ex-presidente Dilma Rousseff aproveitou o Twitter para se manifestar a favor da greve. Em uma das mensagens, ela afirma que a greve mostra que o povo brasileiro é "capaz de resistir a mais um golpe".
Foi também por meio de redes sociais que deputados e senadores encontraram espaço para se posicionar sobre as manifestações de hoje. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), afirmou que as manifestações são uma "linda reação dos trabalhadores". O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) disse que a movimentação não passa de " baderna para inviabilizar aqueles que querem trabalhar".
Além de políticos, outros nomes da vida pública brasileira se expressaram. O escritor Paulo Coelho compartilhou em seu Twitter a nota pública do Ministério Público do Trabalho declarando a legitimidade da greve geral. A jogadora de vôlei Ana Paula chamou a greve de "birra".
Violência
As redes ainda serviram como plataforma para compartilhamento de flagras de violência durante o dia. Um vídeo mostra a polícia militar de São Paulo dispersando uma manifestação na Rua da Consolação usando bombas de gás e spray de pimenta. Um último registro, que você vê abaixo, mostra um carro atropelando manifestantes na rodovia BR-116.