Maia promete presidência da CCJ e PSL fecha apoio a reeleição, diz Bivar
A legenda resistia em apoiar Maia e corria o risco de ficar fora dos principais espaços de poder da Câmara
Reuters
Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 13h17.
Última atualização em 2 de janeiro de 2019 às 15h53.
Brasília - O presidente do PSL e deputado federal eleito, Luciano Bivar (PE), disse nesta quarta-feira que o partido -o mesmo do presidente Jair Bolsonaro- decidiu apoiar a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) , em troca de respaldo à agenda de campanha do novo presidente no Congresso e avalizar para integrantes do partido comando de comissões estratégicas, como a de Constituição e Justiça (CCJ).
"Tivemos uma conversa eu, nosso líder do partido, delegado Waldir, e mais ele (Rodrigo Maia) e ele se comprometeu a apoiar todas as reformas que vamos enfrentar", disse Bivar à Reuters, sobre encontro que teve nesta manhã.
Embalado pela "onda Bolsonaro", o PSL elegeu 52 deputados federais em outubro, tornando-se a segunda maior bancada, atrás apenas do PT, com 56. A legenda deve aumentar de tamanho, já que está em contato com deputados de partidos que não atingiram a chamada clausula de barreira para que eles se filiem.
O PSL chegou a ensaiar uma candidatura própria ao comando da Câmara, mas preferiu recuar e buscar uma composição na Casa a fim de criar uma base de apoio ao novo presidente.
Bivar afirmou que, além de se comprometer com a votação da agenda econômica e das pautas conservadoras defendidas pelo novo presidente, Maia vai trabalhar para ceder a deputados do PSL a escolha das presidências, além da CCJ, das comissões de Finanças e Tributação e de todas as demais comissões que envolvem economia na Casa, além da indicação da Segunda Vice-Presidência, outro cargo de destaque na Mesa Diretora.
"Acho que o PSL agora está bem representado, além do total apoio às promessas de campanha", destacou Bivar, em relação ao acatamento por Maia de uma espécie de "pacote PSL".
Questionado se Bolsonaro foi previamente consultado sobre a decisão do partido de apoiar Maia, o presidente do partido disse ter tido num passado recente uma conversa com o presidente na qual ele disse que não iria se meter na disputa para a presidência da Câmara.
Mas, segundo Bivar, Bolsonaro sugeriu que o partido se empenhasse em se juntar a um candidato que tivesse condições de levar adiante às reformas que ele vai propor. Em seu discurso de posse no Congresso Nacional na terça-feira, Bolsonaro se referiu ao presidente da Câmara como "amigo".
Bivar disse, no entanto, que a decisão do PSL de apoiar à reeleição do atual presidente da Câmara não implica na obrigação a que todos os deputados da legenda votem em Maia, conduta que no jargão político se chama "fechamento de questão".
A votação para o comando da Câmara, que ocorrerá no início de fevereiro, é secreta.