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PDT deve retirar "cargos" na Câmara de quem votou a favor da Previdência

Partido ficou dividido durante votação da reforma da Previdência no primeiro turno da Câmara dos Deputados

Retaliação: De acordo líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, deputadas Tabata Amaral (SP) e Silvia Cristina (RO) já foram substituídas no cargo de vice-líderes na Câmara (Leonardo Prado/Agência Câmara)

Retaliação: De acordo líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, deputadas Tabata Amaral (SP) e Silvia Cristina (RO) já foram substituídas no cargo de vice-líderes na Câmara (Leonardo Prado/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de julho de 2019 às 07h02.

Última atualização em 18 de julho de 2019 às 07h03.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), afirmou nesta quarta-feira, 17, que irá retirar das principais comissões da Casa os deputados da legenda que foram suspensos hoje por terem votado a favor da reforma da Previdência.

"Nas mais importantes, nós deveremos sim fazer substituições para que os deputados que ocupem esses espaços nessas comissões sigam, evidentemente, a orientação do partido e não discrepem como foi na reforma da Previdência", disse.

De acordo com ele, as deputadas Tabata Amaral (SP) e Silvia Cristina (RO) já foram substituídas no cargo de vice-líderes do partido na Câmara.

A Executiva Nacional do partido se reuniu nesta manhã para debater os votos contrários à orientação da sigla, que havia fechado questão contra a reforma, e decidiu suspender os oito deputados que votaram pela aprovação da proposta. Eles responderão a um processo administrativo na Comissão de Ética da sigla, que prevê uma decisão em até 60 dias.

Além de Tabata e Silvia, foram suspensos também os deputados Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS) e Subtenente Gonzaga (MG).

Suspensão

Suspenso hoje pelo PDT por ter votado pela aprovação da reforma da Previdência, o deputado Alex Santana (BA) afirmou que manterá o seu posicionamento na votação do segundo turno, que deverá acontecer em 6 de agosto. Para ele, a sigla está perdendo a oportunidade de ter uma discussão interna mais ampla com a representação dos diversos segmentos da sociedade.

"Estamos perdendo a oportunidade de oxigenar o partido, a oportunidade de fazer uma discussão da pluralidade que temos hoje. É uma decisão que poderia ter sido melhor trabalhada internamente", disse. "A própria sigla do partido tem a parte democrática trabalhista e isso não foi observado", completou.

A Executiva Nacional do partido se reuniu nesta manhã para debater os votos contrários à orientação da sigla, que havia fechado questão contra a reforma. Além de Santana, outros sete deputados pedetistas foram suspensos, entre eles, a deputada Tabata Amaral (SP). Eles responderão a um processo administrativo na Comissão de Ética da sigla, que prevê uma decisão em até 60 dias.

Embora não concorde com a suspensão, Santana afirmou que respeita a decisão do PDT e disse que aguardará as próximas etapas. Ele ainda não foi oficialmente comunicado.

O deputado disse ainda que o texto aprovado pelo plenário da Casa foi modificado pelos parlamentares, inclusive com mudanças que foram sugeridas pelo próprio PDT. "Não votei a favor do projeto do Jair Bolsonaro, mas do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP)", disse.

O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, sinalizou que pode haver uma "evolução" nos casos dos parlamentares, já que a reforma ainda será votada em segundo turno. Santana, no entanto, garantiu que não irá ceder e manterá seu voto favorável à aprovação da proposta.

Questionado sobre se pensa em mudar de partido, Santana disse que não quer deixar o PDT, mas admite ter recebido propostas de várias outras legendas. "Mas não considerei porque meu coração é pedetista", disse.

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