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Operários do Comperj protestam por reajuste de 15%

Dois operários teriam sido baleados durante o protesto

Visão aérea das obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj): a ação não tem respaldo do sindicato (Frederico Bailoni/Petrobras)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 10h30.

Rio - Funcionários dos consórcios atuantes nas obras Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, na região leste do Estado do Rio, voltaram a entrar em confronto na madrugada desta quinta-feira, 6. Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial de 15%. Dois operários teriam sido baleados durante o protesto .

A ação não tem o respaldo do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Pesada, Montagem e Manutenção (Sinticom) da região, que teve um carro incendiado no protesto de ontem, 5, na BR-116. Para o assessor do Sinticom, Marcos Hartung, os conflitos têm um fundo político.

"O Comperj é uma obra muito grande, são 28 mil homens. É muito cobiçada por gerentes sindicais. Desde 2011 temos problemas com grupos radicais", disse. "Eles querem tomar o sindicato. Tem R$ 800 mil de arrecadação por mês por trás. Cresceu o olho."

O assessor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Ronaldo Moreno, que acompanha a situação em Itaboraí, afirmou que os dois operários atingidos por tiros (um na mão e outro no abdome) foram encaminhados ao hospital municipal.

"Foram seguranças contratados pelo sindicato", acusou Moreno.

O grupo planejava fazer uma caminhada até o hospital e depois seguir até a delegacia da cidade para denunciar a violência.

Hartung devolve as acusações. "Há muitos profissionais pagos por esses radicais e que estão armados. Nós não somos gângsteres, somos dirigentes sindicais sérios", disse.

Hoje, segundo o assessor do Sinticom, haveria uma assembleia para discutir as reivindicações dos trabalhadores, mas a convocação foi adiada, ainda sem nova data para ocorrer. "Estamos negociando com os patrões. Estão fazendo intriga", acrescentou.


Ontem, um operário afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a situação não é nova. No ano passado, ele afirmou que outras paralisações reivindicavam questões semelhantes, também sem o apoio do sindicato.

"Tem consórcio em que falta água, então chega no fim do dia e não tem o que beber, ou como tomar banho", disse, preferindo não se identificar por medo de represálias por parte dos empreiteiros ou até de demissão.

Ainda segundo o operário, a comida servida aos trabalhadores não tem qualidade e, por vezes, chega estragada. Quem se recusa a comer corre o risco de ser ameaçado, acrescentou.

O assessor do Sinticom, por sua vez, garantiu que a representação já negociou com as empresas melhorias nas cozinhas, e algumas até já foram reformuladas.

Ontem, a Petrobras afirmou, em nota, que está atuando para "garantir a segurança de toda a força de trabalho própria e das demais empresas que atuam no Comperj". A estatal petrolífera acrescentou ainda que acompanha as negociações entre os representantes dos trabalhadores e das empresas e "espera um desfecho adequado para ambas as partes".

No início de 2013, os funcionários dos consórcios atuantes nas obras do Comperj também entraram em greve por reajuste salarial, retornando ao trabalho 11 dias depois.

Depois, em agosto, nova greve foi motivada pela demissão de 430 trabalhadores da Multitek Engenharia, contratada pela Petrobras para atuar em duas obras do Comperj. O objetivo era acelerar o pagamento das verbas rescisórias.

O Comperj foi projetado em 2006 e, inicialmente, estava previsto para entrar em funcionamento em 2011. Após sucessivos adiamentos, a projeção é de que a primeira refinaria do complexo comece a operar em 2016, com capacidade máxima de produção de 165 mil barris diários de derivados de petróleo.

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A ação não tem o respaldo do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Pesada, Montagem e Manutenção (Sinticom) da região, que teve um carro incendiado no protesto de ontem, 5, na BR-116. Para o assessor do Sinticom, Marcos Hartung, os conflitos têm um fundo político.

"O Comperj é uma obra muito grande, são 28 mil homens. É muito cobiçada por gerentes sindicais. Desde 2011 temos problemas com grupos radicais", disse. "Eles querem tomar o sindicato. Tem R$ 800 mil de arrecadação por mês por trás. Cresceu o olho."

O assessor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Ronaldo Moreno, que acompanha a situação em Itaboraí, afirmou que os dois operários atingidos por tiros (um na mão e outro no abdome) foram encaminhados ao hospital municipal.

"Foram seguranças contratados pelo sindicato", acusou Moreno.

O grupo planejava fazer uma caminhada até o hospital e depois seguir até a delegacia da cidade para denunciar a violência.

Hartung devolve as acusações. "Há muitos profissionais pagos por esses radicais e que estão armados. Nós não somos gângsteres, somos dirigentes sindicais sérios", disse.

Hoje, segundo o assessor do Sinticom, haveria uma assembleia para discutir as reivindicações dos trabalhadores, mas a convocação foi adiada, ainda sem nova data para ocorrer. "Estamos negociando com os patrões. Estão fazendo intriga", acrescentou.


Ontem, um operário afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a situação não é nova. No ano passado, ele afirmou que outras paralisações reivindicavam questões semelhantes, também sem o apoio do sindicato.

"Tem consórcio em que falta água, então chega no fim do dia e não tem o que beber, ou como tomar banho", disse, preferindo não se identificar por medo de represálias por parte dos empreiteiros ou até de demissão.

Ainda segundo o operário, a comida servida aos trabalhadores não tem qualidade e, por vezes, chega estragada. Quem se recusa a comer corre o risco de ser ameaçado, acrescentou.

O assessor do Sinticom, por sua vez, garantiu que a representação já negociou com as empresas melhorias nas cozinhas, e algumas até já foram reformuladas.

Ontem, a Petrobras afirmou, em nota, que está atuando para "garantir a segurança de toda a força de trabalho própria e das demais empresas que atuam no Comperj". A estatal petrolífera acrescentou ainda que acompanha as negociações entre os representantes dos trabalhadores e das empresas e "espera um desfecho adequado para ambas as partes".

No início de 2013, os funcionários dos consórcios atuantes nas obras do Comperj também entraram em greve por reajuste salarial, retornando ao trabalho 11 dias depois.

Depois, em agosto, nova greve foi motivada pela demissão de 430 trabalhadores da Multitek Engenharia, contratada pela Petrobras para atuar em duas obras do Comperj. O objetivo era acelerar o pagamento das verbas rescisórias.

O Comperj foi projetado em 2006 e, inicialmente, estava previsto para entrar em funcionamento em 2011. Após sucessivos adiamentos, a projeção é de que a primeira refinaria do complexo comece a operar em 2016, com capacidade máxima de produção de 165 mil barris diários de derivados de petróleo.

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