MST desocupa fazendas da Suzano invadidas no ES dez dias após decisão judicial
A ação fez parte de uma mobilização nacional do movimento conhecida como "Abril Vermelho" em que é lembrada a morte de 19 sem-terra pela Polícia Militar em abril de 1996
Agência de notícias
Publicado em 27 de abril de 2023 às 16h44.
Última atualização em 27 de abril de 2023 às 17h27.
Dez dias após liminar dada pela Justiça para a saída dos invasores, integrantes do Movimento dos Sem Terra ( MST ) desocuparam nesta quinta-feira, 27, duas fazendas com cultivo de eucalipto da empresa Suzano, invadidas desde o dia 17 de abril, em Aracruz, no Espírito Santo. A ação fez parte de uma mobilização nacional do movimento conhecida como "Abril Vermelho" em que é lembrada a morte de 19 sem-terra pela Polícia Militar em abril de 1996, em Eldorado dos Carajás, sudeste do Paraná.
Além das fazendas da Suzano, o MST invadiu outras 12 áreas rurais neste mês, entre elas uma unidade de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no município de Petrolina, em Pernambuco. Essa área foi desocupada no último fim de semana. Após a desocupação, porém, integrantes do movimento invadiram outras três propriedades rurais na Bahia e ainda estão nessas fazendas.
- SP registra no trimestre maior número de mortes no trânsito dos últimos sete anos
- Petrobras e Correios vão firmar acordo com TST para desjudicialização de processos
- MST inicia desocupação de área de pesquisa da Embrapa invadida em Pernambuco
- Haddad aceita reunião com MST, que mantém áreas invadidas; ante crise, Fávaro volta ao Brasil
- Samsung registra o pior resultado trimestral em 14 anos
- Ludmila anuncia show do Numanice em São Paulo, Salvador e Porto Alegre; veja como comprar
O MST havia prometido deixar as propriedades da Suzano após negociações com o governo federal nas quais obtiveram a nomeação de simpatizantes para cargos de chefia em órgãos regionais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e promessa de aumento nas verbas para a aquisição de terras para o programa de assentamentos da reforma agrária.
O despejo dos invasores da Suzano foi determinado pela Justiça em ação de reintegração de posse movida pela empresa no mesmo dia da invasão. No dia 18, as lideranças foram intimadas, mas conseguiram obter mais prazo em negociação com os governos estadual e federal. A Suzano confirmou a reintegração das áreas "produtivas, invadidas ilegalmente" pelo MST. "A saída dos grupos, em cumprimento à decisão da Justiça, ocorreu de forma pacífica e organizada", disse, em nota.