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PGR pede ao STF para investigar contas de Cunha na Suíça

Rodrigo Janot pede autorização ao STF para investigar contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça, segundo jornais

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante sessão da Casa em Brasília. (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Talita Abrantes

Publicado em 16 de outubro de 2015 às 13h07.

São Paulo – O procurador-geral da República em exercício, Eugênio Aragão, entrou nesta quarta-feira com um novo pedido de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A informação é do jornal O Glob o e foi confirmada pela PGR a EXAME.com.

O objetivo do Ministério Público Federal (MPF), é investigar se o peemedebista usou contas secretas na Suíça para receber dinheiro desviado da Petrobras .

Além de Cunha, a mulher dele, Cláudia Cruz, e a filha do primeiro casamento do peemebista, Danielle Doctorovich, também podem virar alvo de inquérito.

Nesta quarta-feira, a Procuradoria também fez um aditamento à denúncia feita em agosto contra Eduardo Cunha. No documento apresentado há dois meses ao STF, a PGR acusa o peemedebista de ter recebido, ao menos, 5 milhões de dólares de pagamentos em propina no esquema de corrupção da Petrobras.

O que pesa contra Cunha

A nova investigação deve ser pautada por um dossiê elaborado pelo Ministério Público da Suíça sobre as movimentações financeiras do presidente da Câmara dos Deputados.

Os documentos revelam que um contrato de 34,5 milhões de dólares fechado em 2011 pela Petrobras, em Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas na Suíça cujos beneficiários são Cunha e a esposa, Cláudia Cruz.

Segundo o dossiê, o lobista João Augusto Henriques teria repassado o equivalente a mais de 5 milhões de reais a uma das contas atribuídas a Cunha.

Em abril, o banco suíço Julius Baer bloqueou 2,4 milhões de francos suíços - ou o equivalente a 9,6 milhões de reais - das contas de Cunha e de sua família.

* Atualizado às 11h do dia 16 de outubro para incluir informações

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
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