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Mauro Cid chega à PF e presta novo depoimento sobre caso do desvio de joias do acervo presidencial

Tenente-coronel foi interrogado na condição de colaborador em Brasília, enquanto o general Lourena foi ouvido por videoconferência no Rio de Janeiro

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 18 de junho de 2024 às 18h25.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou depoimento na tarde desta terça-feira à Polícia Federal, em Brasília. O pai dele, o general Mauro Lourena Cid, também foi ouvido por meio de videoconferência do Rio de Janeiro. As oitivas simultâneas duraram cerca de duas horas.

Cid foi interrogado na condição de colaborador. Ele assinou um acordo de delação premiada com a PF em setembro de 2023, quando deixou a prisão. Desde então, o militar vem prestando informações sobre três inquéritos em curso que atingem o seu ex-chefe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Os casos se referem ao suposto desvio de joias do acervo presidencial, fraudes na carteira de vacinas e a trama de uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta terça, os delegados devem perguntar a Cid sobre uma nova joia identificada pela PF que foi negociada nos Estados Unidos. O item foi descoberto durante diligências feitas no país em maio. Em cooperação com o Federal Bureau of Investigation (FBI), os agentes foram a cidades como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova Iorque (NY) levantar informações sobre a comercialização dos objetos.

No inquérito, a PF aponta a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-presidente que atuou para desviar joias, relógios, esculturas e outros objetos de luxo recebidos por Bolsonaro como representante do Estado brasileiro. Ao menos quatro conjuntos de presentes foram dados ao ex-presidente em viagens oficiais na Arábia Saudita e Bahrein ocorridas entre 2019 e 2021.

Entre os presentes negociados, estão relógios das marcas Rolex e Patek Philippe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60. Neste caso, o ex-ajudante de ordens esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender essas peças. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do militar e outra imagem mostra seu pai refletido em outro objeto.

Em depoimento sobre o caso das joias, Bolsonaro decidiu ficar em silêncio diante da PF.

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