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Marina Silva acusa governo de não priorizar meio ambiente

Marina também criticou o Código Florestal aprovado em 2012 por seu conceito de "desmatamento legal", de até 20% da superfície florestal

Marina também criticou o Código Florestal aprovado em 2012 por seu conceito de "desmatamento legal", de até 20% da superfície florestal (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2015 às 08h49.

Curitiba - A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata derrotada nas últimas eleições presidenciais, Marina Silva , disse nesta sexta-feira em entrevista para a Agência Efe que "a preservação do meio ambiente nunca foi uma prioridade deste governo", em referência ao Executivo da presidente Dilma Rousseff .

Marina, que participou do 8º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, organizado pela Fundação Boticário, em Curitiba, criticou a atual política ambiental do governo e assinalou que esta "só agrava" a falta de atenção ao setor.

Três dias depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o registro de seu partido, o Rede Sustentabilidade , a ex-ministra comentou que "neste momento de crise econômica e crise política, quem continua sendo usado como moeda de troca é a agenda ambiental e a agenda ligada aos povos tradicionais".

Marina defendeu com veemência a importância dos povos indígenas e, se referindo diretamente ao presidente do Senado, Renan Calheiros, apontou que é necessário "questionar os mecanismos de criação das unidades de conservação" para os povos tradicionais.

De acordo com a ex-candidata, a situação é agora mais delicada, já que antes "só o meio ambiente e as questões indígenas" eram utilizadas como moeda de troca, enquanto atualmente estão em jogo os direitos trabalhistas e sociais, devido a um governo que precisa desesperadamente do apoio dos legisladores.

Assim como fez ontem o cineasta Fernando Meirelles durante seu discurso no congresso, Marina também criticou o Código Florestal aprovado em 2012 por seu conceito de " desmatamento legal", que permite a derrubada por parte dos proprietários rurais de até 20% da superfície florestal de suas terras.

Marina também revelou incômodo pelo que considerou uma anistia concedida pelo governo de Dilma às empresas que desmataram ilegalmente até 2008, sob o conceito de "zona rural consolidada".

A ex-ministra acredita que esses dois conceitos atrasaram, entre outras coisas, a implantação do Cadastro Ambiental Rural no Brasil, que ela considera como uma ferramenta fundamental para poder estabelecer uma nova legislação que controle o desmatamento no país.

"Obviamente, o grande desafio é pôr em prática as coisas que necessitam ser implementadas, já que o baixo nível de execução acaba levando a situações como a que hoje observamos: temos a constante ameaça de um aumento do desmatamento na Amazônia", disse.

A ambientalista assinalou que há alguns ecossistemas "muito vulneráveis" e ressaltou que atualmente o Cadastro Ambiental Rural está "muito longe" do que deveria ser.

Segundo os últimos dados divulgados pelo Governo Federal, pouco mais de 50% das propriedades rurais foram cadastradas até maio deste ano.

"Havia toda uma promessa de que haveria um compromisso de desmatamento zero e vemos que estamos diante de uma crescente ameaça, em particular nas regiões onde não deveria estar ocorrendo, já que são terras públicas", concluiu Marina. EFE

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Curitiba - A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata derrotada nas últimas eleições presidenciais, Marina Silva , disse nesta sexta-feira em entrevista para a Agência Efe que "a preservação do meio ambiente nunca foi uma prioridade deste governo", em referência ao Executivo da presidente Dilma Rousseff .

Marina, que participou do 8º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, organizado pela Fundação Boticário, em Curitiba, criticou a atual política ambiental do governo e assinalou que esta "só agrava" a falta de atenção ao setor.

Três dias depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou o registro de seu partido, o Rede Sustentabilidade , a ex-ministra comentou que "neste momento de crise econômica e crise política, quem continua sendo usado como moeda de troca é a agenda ambiental e a agenda ligada aos povos tradicionais".

Marina defendeu com veemência a importância dos povos indígenas e, se referindo diretamente ao presidente do Senado, Renan Calheiros, apontou que é necessário "questionar os mecanismos de criação das unidades de conservação" para os povos tradicionais.

De acordo com a ex-candidata, a situação é agora mais delicada, já que antes "só o meio ambiente e as questões indígenas" eram utilizadas como moeda de troca, enquanto atualmente estão em jogo os direitos trabalhistas e sociais, devido a um governo que precisa desesperadamente do apoio dos legisladores.

Assim como fez ontem o cineasta Fernando Meirelles durante seu discurso no congresso, Marina também criticou o Código Florestal aprovado em 2012 por seu conceito de " desmatamento legal", que permite a derrubada por parte dos proprietários rurais de até 20% da superfície florestal de suas terras.

Marina também revelou incômodo pelo que considerou uma anistia concedida pelo governo de Dilma às empresas que desmataram ilegalmente até 2008, sob o conceito de "zona rural consolidada".

A ex-ministra acredita que esses dois conceitos atrasaram, entre outras coisas, a implantação do Cadastro Ambiental Rural no Brasil, que ela considera como uma ferramenta fundamental para poder estabelecer uma nova legislação que controle o desmatamento no país.

"Obviamente, o grande desafio é pôr em prática as coisas que necessitam ser implementadas, já que o baixo nível de execução acaba levando a situações como a que hoje observamos: temos a constante ameaça de um aumento do desmatamento na Amazônia", disse.

A ambientalista assinalou que há alguns ecossistemas "muito vulneráveis" e ressaltou que atualmente o Cadastro Ambiental Rural está "muito longe" do que deveria ser.

Segundo os últimos dados divulgados pelo Governo Federal, pouco mais de 50% das propriedades rurais foram cadastradas até maio deste ano.

"Havia toda uma promessa de que haveria um compromisso de desmatamento zero e vemos que estamos diante de uma crescente ameaça, em particular nas regiões onde não deveria estar ocorrendo, já que são terras públicas", concluiu Marina. EFE

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