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Maia sobre vacina: Governo vai perder controle desse assunto na sociedade

Para o líder do Congresso, falta de ação do Executivo pode desorganizar sua base no Congresso "mais até do que a agenda de reformas"

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Adriano Machado/Reuters)

Ligia Tuon

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 11h50.

Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 14h07.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , alertou para o risco de o governo federal perder o controle frente à sociedade do tema que envolve a vacina contra o coronavírus.

Para o líder, a falta de ação do Executivo em relação a esse assunto pode desorganizar sua base no Congresso "mais até do que a agenda de reformas".

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"Esse tema talvez seja o mais perigoso ao presidente e ele não está vendo", disse em entrevista à Globo News na manhã desta segunda-feira, 7. "O governo vai perder o controle desse assunto na sociedade. As pessoas começam a entrar em desespero. Daqui a pouco, vão viajar para tomar a vacina no Chile, que comprou a vacina da Pfizer, para Londres, Portugal, para onde tiverem que ir, e os que não têm condição ficarão aqui sem uma vacina", diz.

Maia disse que já conversou com o deputado Dr. Luizinho, que coordena propostas sobre covid-19 em comissão externa no Congresso, e que, nesta semana, deverão conversar com o governo para encontrar um caminho para a questão da vacina: "Seria importante que a decisão fosse tomada em conjunto entre Legislativo e Executivo, mas se não houver acordo, tomaremos a decisão isoladamente", disse Maia, acrescentando que o STF tem marcado julgamento sobre o caso.

"A sociedade não quer saber qual é a vacina, quer uma vacina que seja segura e aprovada pela Anvisa", diz. O Supremo marcou para o próximo dia 16 de dezembro o julgamento de duas ações que discutem se o governo federal deve apresentar um plano de vacinação contra a covid-19.

A observação ocorre enquanto São Paulo anuncia seu plano de vacinação contra o vírus sem a ajuda do Ministério da Saúde, com a vacina doButantan, desenvolvida com o laboratório chinês Sinovac, que está nas fases finais de testes.

Apesar de ter dito que pretende começar a vacinação contra a covid-19 em março, a pasta ainda não tem uma vacina registrada no país. Enquanto isso, São Paulo é o primeiro estado a apresentar uma estratégia alternativa ao Plano Nacional de Vacinação contra o coronavírus.

 

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