John Kerry: "Acho que, dependendo do que acontecer na Venezuela, pode haver uma oportunidade real para uma transição", afirmou Kerry. (Brendan Smialowski/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 16h49.
Washington - O senador John Kerry, indicado para ser o futuro secretário de Estado americano, disse nesta quinta-feira que vê uma oportunidade para mudar a relação com a Venezuela, dependendo do futuro daquele país, e que pretende desenvolver projetos energéticos e ambientais com o Brasil.
"Acho que, dependendo do que acontecer na Venezuela, pode haver uma oportunidade real para uma transição", afirmou Kerry, durante audiência no Senado americano, que deve ratificá-lo no cargo, onde também disse esperar que seu país possa "fazer avanços com Bolívia e Equador".
Kerry fez essas declarações após destacar que "todos sabem que existiram alguns Estados que têm se mantido na periferia, que não foram muito cooperativos".
O ex-candidato presidencial democrata, de 69 anos e nomeado para o cargo pelo presidente Barack Obama para substituir Hillary Clinton, reconheceu que há uma "brecha" entre esses países e os Estados Unidos, mas disse estar disposto a estudar "vias para tentar tapar" parte desta fissura.
Kerry respondeu dessa forma ao senador de origem hispânica, o democrata Robert Menendez, que ao perguntar qual seria a sua postura diante da América Latina, afirmou que a "mudança iminente" de liderança na Venezuela pode ter um "impacto profundo" nas relações no continente.
Diante do estado do presidente Chávez, que permanece hospitalizado desde 11 de dezembro em Cuba após uma nova operação contra o câncer, o governo Obama pediu que uma eventual transição política na Venezuela seja pacífica e respeite a Constituição.
Washington admitiu que as relações mais difíceis na região são as mantidas com o governo de Chávez, que chegou pela primeira vez ao poder em 1999.
Kerry destacou a Colômbia, seu principal aliado na região, como um exemplo bem sucedido.
Se for confirmado, disse que trabalhará para "melhorar e aumentar" a cooperação que os Estados Unidos mantêm com a região, como nas iniciativas contra o crime organizado e o narcotráfico no México e na América Central, nos programas para o desenvolvimento com países pequenos e em projetos energéticos e ambientais com o Brasil.