Hora da decisão para Cunha
A semana que começa será decisiva para o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Há dois meses longe do cargo pelo Supremo Tribunal Federal, sua situação ficou ainda mais complicada na última semana, com a prisão do operador Lúcio Funaro e do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto. Cleto afirmou que Cunha recebeu mais […]
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2016 às 06h22.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h04.
A semana que começa será decisiva para o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Há dois meses longe do cargo pelo Supremo Tribunal Federal, sua situação ficou ainda mais complicada na última semana, com a prisão do operador Lúcio Funaro e do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto. Cleto afirmou que Cunha recebeu mais de 90 milhões de reais de dez empresas para liberar recursos do FI-FGTS. Funaro também deixou aberta a possibilidade de um acordo de delação.
Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça deve votar o relatório do deputado Ronaldo Fonseca ao recurso apresentado por Cunha contra a decisão do Conselho de Ética que pede sua cassação. O peemedebista alega ilegalidades no relatório. Se a CCJ aceitar os argumentos de Cunha, o processo retorna para que o Conselho de Ética corrija os problemas.
Consultorias políticas apontam que a tendência é que Fonseca faça um parecer contra o deputado. Com isso, o processo volta a correr e deve ir ao Plenário até o fim do mês, onde a derrota seria inevitável, já que poucos deputados estariam dispostos a dar voto aberto a favor de Cunha.
Na Câmara, o sentimento é que o tempo do deputado está chegando ao fim. Até mesmo aliados pressionam publicamente para que ele renuncie. Nesta segunda-feira, Cunha se reúne com um grupo de deputados para discutir o tema. O plano é que ele renuncie à presidência para tentar salvar seu mandato e manter o foro privilegiado, entre outros benefícios da atividade parlamentar.
Enquanto isso, seu substituto, Waldir Maranhão (PP-MA) se complicou ao ter a quebra do sigilo bancário aceita pelo Supremo sob suspeita de envolvimento em um esquema de propina com prefeituras. Nesta semana, enquanto Cunha ainda tenta, as negociações para o novo líder ganharão intensidade. Se tudo der certo para Temer, ele chega a agosto sem Cunha, e com o impeachment encaminhado no Senado.